Nova e forte onda de calor marcará o fim do verão e início do outono

Temperaturas podem subir até 10ºC acima da média em algumas regiões
sexta-feira, 15 de março de 2024
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
(Fotos: Henrique Pinheiro)
(Fotos: Henrique Pinheiro)
Uma nova onda de calor vem se intensificando desde segunda-feira, 11, em todo o país, com as temperaturas podendo subir até 10ºC acima da média — calorão mesmo, sensação de estufa, panela de pressão, um sol para cada ser vivo! — em algumas regiões, devido à transição do fim do verão para o início do outono. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia, "será comum observar mudanças rápidas nos padrões meteorológicos", com clima muito quente até o início do outono em 20 de março, aos seis minutos da próxima quarta-feira.

As águas dos oceanos atingiram temperaturas nunca registradas. Este é um mundo novo em que podemos esperar coisas diferentes do que vimos antes
A nova estação é denominada como sendo de transição, com características climatológicas do verão e do inverno: é a mudança das temperaturas quentes do verão para o clima frio do inverno. Repetindo, este ano o outono começa no dia 20, nesta quarta-feira, precisamente à zero hora e seis minutos, sem aquela sensação de alívio que costumamos sentir quando ele chega, depois de enfrentar três meses, ou, no caso deste ano, devido ao El Niño, mais até do que 90 dias. 

Neste dia teremos o equinócio do outono, que faz com que o dia e a noite tenham a mesma duração, ou seja 12 horas de luz e 12 de noite, se estendendo até 21 de junho no Hemisfério Sul.

Em dezembro, alerta dos cientistas

A influência das emissões de gases poluentes e do fenômeno climático — O Menino — , “que deve se manter ativo por mais seis meses, poderá fazer com que 2024 seja ainda mais quente do que 2023, ano que bateu recordes históricos de temperatura”, alertaram.

Em entrevista à agência turca Anadolu, Sarah Kapnick, cientista-chefe da National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa), explicou que, desde outubro, 50% do oceano estava vivendo em uma onda de calor marinha e, em consequência, os termômetros da terra também atingiam seus picos.

A Noaa previa que o pico do El Niño aconteceria até o primeiro mês de 2024, aumentando as chances de ocorrerem novas ondas de calor e eventos climáticos extremos neste período, uma vez que a temperatura média global costuma seguir o fenômeno.

“2023 está a caminho de ser o ano mais quente já registrado, e a expectativa é que o próximo ano seja ainda mais quente”, alertava a Kapnick. A especialista também citou a emissão de gases poluentes na atmosfera como um dos principais responsáveis pelo cenário climático.

Para ela, as temperaturas globais continuariam subindo à medida que o El Niño fosse atingindo o pico, colocando o mundo numa posição delicada durante todo o verão no hemisfério-norte, com temperaturas globais elevadas, maior probabilidade de ondas de calor e outros eventos climáticos extremos, como enxurradas, enchentes e crises sanitárias.

À agência (Noaa), Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia (Copernicus), disse que concordava com a previsão.

Para ele, a instabilidade climática faz com que a humanidade percorra um território desconhecido, com ainda mais riscos de períodos de secas ainda mais intensas e prolongadas.

“Desde julho, todos os meses temos recordes. Isto é simplesmente sem precedentes […] As águas dos oceanos atingiram temperaturas nunca registradas. Este é um mundo novo em que podemos esperar coisas diferentes do que vimos antes”, afirma.

Durante a COP 28 — realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, Emirados Árabes Unidos — líderes mundiais buscaram alternativas para os efeitos do aquecimento global. Um dos acordos é tentar diminuir significamente a produção de combustíveis fósseis. 

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), as emissões de gases precisam ser reduzidas em, no mínimo, 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019, e em 60% até 2035.

Domo de calor

O que é, o que significa e como se forma?

O domo de calor, também chamado de cúpula ou bolha de calor, é criado quando uma área de alta pressão permanece sobre uma mesma região por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo, assim como uma tampa em uma panela. Provocando aquela sensação de panela de pressão. 

A cúpula de ar quente atua desviando os sistemas meteorológicos, como possíveis frentes frias, impossibilitando a mudança de temperatura. “À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens”, esclarece o Inmet.

Em setembro do ano passado, o Brasil vivenciou o fenômeno. Na ocasião, a bolha de ar quente atuava entre o Paraguai e o Centro-Oeste brasileiro, registrando temperaturas recordes acima de 40 °C em diversas regiões do país. Em 2024, de acordo com a MetSul, a onda de calor na Argentina poderia afetar o Brasil, principalmente o Rio Grande do Sul, país que faz fronteira com os hermanos.

“Entretanto, não são previstas marcas tão extremas quanto as indicadas para a Argentina tampouco onde de calor como vimos no passado”, informam os especialistas. A massa de ar quente deve gerar calor mais intenso na metade oeste do RS, com máximas de 39 °C previstas. Na fronteira Oeste, as temperaturas podem chegar a 40 °C.

Fenômeno na Argentina pode afetar o Brasil

Uma onda de calor na Argentina elevou significativamente as temperaturas, acendendo um sinal de alerta, inclusive, para a agricultura do país. Em fevereiro, o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) emitiu um alerta vermelho diante da previsão dos termômetros atingirem 45 °C em algumas regiões, principalmente no Centro e no Norte.

A atual condição é influenciada pela formação de um domo de calor que atinge o centro da América do Sul. Segundo o SNM, o fenômeno é considerado muito perigoso e pode “afetar todas as pessoas, inclusive as saudáveis”.

Recomendações — Para amenizar os efeitos negativos das altas temperaturas, alguns cuidados são fundamentais. O principal deles é beber bastante água, mesmo antes de sentir sede, para manter o corpo hidratado. Além disso, a água também ajuda a manter a temperatura do corpo mais resfriada, reduzindo os riscos de uma insolação.

Pets — Assim como humanos, uma boa hidratação é básica e fundamental para que os animais fiquem bem durante o período de calor excessivo. Água fresca e um recipiente que não esquente muito ajudam na situação. Uma dica de Mantovani é colocar pedras de gelo ao longo do dia, para evitar que a água aqueça. (Fonte: globorural.globo.com/clima)

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