Jogos Florais fazem Friburgo respirar poesia neste fim de semana

Evento atrai trovadores e visitantes de todo o Brasil
sexta-feira, 09 de setembro de 2022
por Thiago Lima (thiago@avozdaserra.com.br)
Foto: Henrique Pinheiro
Foto: Henrique Pinheiro

A Seção Nova Friburgo da União Brasileira de Trovadores (UBT-NF) e a Secretaria Municipal de Cultura realizam desta sexta-feira, 9, a domingo, 11, a 63ª edição dos Jogos Florais 2022.

Às 15h desta sexta-feira, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, trovadores e visitantes de várias regiões do Brasil serão recepcionados por autoridades municipais. Em seguida, haverá a inauguração da Alameda das Trovas Eduardo Rodrigues. Às 19h, será realizada a Noite dos Magníficos Trovadores, incluindo a premiação das categorias Lírica/Filosófica e de Humor, além da apresentação do livro "Trovas por Provas de Amor”, de Cezar Defilippo. Essas atividades serão realizadas no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Nova Friburgo, na Rua Fernando Bizotto, 39, no Centro.

No sábado, 10, a programação prevê manhã festiva, começando às 9h com a Oração dos Trovadores na Capela Santo Antônio, na Praça do Suspiro. Na sequência, visita à Fonte do Suspiro e à Praça dos Trovadores, momento que será abrilhantado pela participação dos alunos da Escola Municipal Cecília Meireles. Logo após, a comitiva se dirige para uma visita ao Espaço Arp, com recepção e visita guiada. A tarde será livre para os trovadores.

A noite também será festiva. A partir das 18h, na Oficina Escola de Artes de Nova Friburgo, no antigo Fórum da Praça Getúlio Vargas, haverá show de trovas e apresentação da Musa dos Jogos Florais 2022, seguindo-se de apresentação do Grupo Teuto de Dança "Tanze Im Takt", da colônia alemã de Nova Friburgo, e da premiação do 1º Concurso de Trovas da UBT do Estado do Rio de Janeiro, sob a coordenação da trovadora e presidente, Talita Batista.

Os Jogos Florais  serão encerrados no domingo, 11, na Oficina Escola de Artes. Às 9h, haverá sessão festiva de premiação geral dos concursos nacional e internacional (veteranos e novatos), apresentação do Instituto Edith Blin, premiação do concurso intersedes e do concurso local de Nova Friburgo. Às 13h, haverá a cerimônia de encerramento dos Jogos Florais, com as despedidas e agradecimentos.

Nova Friburgo, a Cidade das Trovas

Na cidade, a trova se expandiu a partir da criação dos Jogos Florais, em 1958, com a iniciativa de Luiz Otávio e J.G. de Araújo Jorge. “Apaixonados pela cidade, os dois poetas sentiram que, pelas características e belezas friburguenses, o movimento encontraria aqui o berço ideal para a sua criação. Trovadores começaram a despontar no município e em âmbito nacional, muitos deles fizeram nome se destacando em concursos promovidos aqui na cidade”, relata Elisabeth Souza Cruz.

A primeira edição aconteceu em 1960, com o tema “Amor”. O evento recebeu mais de duas mil trovas do Brasil e do exterior, consagrando Nova Friburgo como o berço dos modernos Jogos Florais no Brasil. Hoje, Nova Friburgo é a “Cidade das Trovas”, título que ganhou em Lei Municipal de 2014, que também declarou a trova como Patrimônio Imaterial Friburguense.  Através de uma lei estadual, os Jogos Florais de Nova Friburgo tornaram-se Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.

Na Praça Getúlio Vargas, há o Circuito de Trovas, com placas com cerca de 100 trovas. Além disso, ao lado do Tiro de Guerra, na Praça do Suspiro, fica a Praça dos Trovadores Rodolpho Abbud, e no prédio do antigo fórum, a seção Nova Friburgo da UBT.

A história dos Jogos Florais 

Os Jogos Florais na atualidade, são concursos literários (concurso de poesia no gênero trova). Tido como o evento cultural mais antigo do mundo, iniciaram na Roma antiga, na forma de competições atléticas e literárias que ocorriam em homenagem a Flora, deusa dos jardins e da poesia.

O período entre 28 de abril e 13 de maio do calendário romano marcava a celebração dos Jogos Florais (ou Florálias – do latim floralia, ium), assim denominados por se tratar das festividades em honra de Flora, deusa da Primavera, das flores, dos cereais, das vinhas e das árvores frutíferas. 

Nos concursos, as cortesãs reuniam-se e dançavam nuas, ao som de trombetas, e as vencedoras eram coroadas de flores. No Circo Máximo, lebres e cabras, animais associados à fertilidade, eram soltos entre o público, para o qual se atirava também grão-de-bico e outras sementes relacionadas com a fertilidade. Durante estes dias, a usual roupa branca era trocada por roupas coloridas.

Com o correr dos tempos, estes jogos foram caindo em desuso, e a partir do século 13, esta celebração passou a abranger apenas um concurso literário; continuaram ocorrendo na Idade Média (1323 – Toulouse – França), ao tempo dos jograis e menestréis, quando foi criada a Academia dos Sete Mantenedores dos Jogos Florais. Os vitoriosos recebiam troféus em forma de flores, tendo, então, tal modalidade de competição se espalhado por toda a Europa. A partir de então os poetas e amantes da escrita, em geral, tinham nesta data a possibilidade de apresentar as suas produções num concurso.

 

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