Disputa presidencial vai para o segundo turno

Lula fechou o primeiro turno com 47,8% dos votos; Bolsonaro teve 43,7%
segunda-feira, 03 de outubro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Mariana Greif/Agência Reuters e Tomaz Silva/Agência Brasil)
(Foto: Mariana Greif/Agência Reuters e Tomaz Silva/Agência Brasil)

Pouco depois das 22h do último domingo, 2, com 98,84% das urnas apuradas, foi confirmada a realização de segundo turno para a disputa presidencial entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Lula alcançou 48,39% dos votos válidos, tendo virado a corrida quando 70% dos votos de todo o país haviam sido apurados. Bolsonaro ficou em segundo, com 43,23% dos votos válidos. Simone Tebet (MDB) terminou em terceiro, com 4,22%. Ciro Gomes (PDT) em quarto, com 3,05% dos votos.

Após a confirmação oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do segundo turno, no próximo dia 30, para a eleição presidencial e definição de um segundo turno entre Lula (PT), os dois candidatos à presidência da República concederam entrevistas. Lula fez um breve pronunciamento em São Paulo enquanto Bolsonaro falou na entrada do Palácio da Alvorada, em Brasília.

Lula falou à imprensa minutos antes do seu adversário. Sorrindo o tempo todo durante seu breve discurso, o petista fez um discurso otimista sobre a continuidade da campanha e se mostrou animado para travar um debate com Jair Bolsonaro sem outros candidatos para dividir a atenção.

“Será a primeira chance de fazer um debate tête à tête com o presidente da República. Vamos deixar o segundo turno para debater, para  poder medir, fazer comparações do Brasil que ele construiu e do Brasil que nós construímos. A partir de amanhã (esta segunda-feira, 3) estou em campanha. Nós vamos ter que viajar mais, fazer mais comícios, conversar mais com as pessoas e convencer a sociedade brasileira daquilo que estamos propondo”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro concedeu entrevista a um grupo de jornalistas que o aguardava na entrada da Residência Oficial do presidente da República. Para ele, serão quatro semanas para mostrar à população as consequências negativas do isolamento social, devido à pandemia, e da guerra entre a Rússia e a Ucrânia na economia brasileira.

“Temos um segundo tempo pela frente, onde tudo passa a ser igual e nós vamos mostrar melhor à população brasileira, especialmente à classe mais afetada, a consequência da política do ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’, a consequência de uma guerra lá fora e de uma crise ideológica”, disse ele. Bolsonaro também pretende usar em sua campanha exemplos de governos de esquerda na América do Sul, como Chile e Argentina, de uma maneira negativa, afirmando que “certas mudanças vêm para pior”.

Lula 

Nascido em Garanhuns-PE, Luiz Inácio Lula da Silva se mudou ainda criança para o Estado de São Paulo. Durante a adolescência, completou um curso de torneiro mecânico em uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e, posteriormente, passou a trabalhar como metalúrgico em São Bernardo do Campo-SP, quando também começou a se envolver com a atividade sindical.

No final dos anos 1970 e 1980, Lula liderou grandes greves de metalúrgicos da região do ABC paulista. Junto a outros sindicalistas, intelectuais e militantes de movimentos sociais, fundou o Partido dos Trabalhadores (PT). Pela legenda, se tornou deputado da Assembleia Constituinte que aprovou a Constituição de 1988 e foi derrotado nas eleições presidenciais de 1989, de 1994 e de 1998. Foi eleito para o posto mais alto do país em 2002, tendo sido reeleito em 2006. Deixou a presidência em 2010, sendo sucedido por sua então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que venceu as eleições com o seu apoio.

Em 2017, Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em 2018, teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro. As condenações foram anuladas em 2021 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou que a 13ª Vara Federal em Curitiba-PR não tinha competência legal para julgar as acusações. O STF também considerou posteriormente que Moro agiu sem a devida imparcialidade no processo.

Aos 76 anos, Luiz Inácio Lula da Silva busca seu terceiro mandato como presidente. O candidato a vice em sua chapa é Geraldo Alckmin (PSB) que foi seu adversário na disputa de 2006. Nascido em Pindamonhangaba-SP, Alckmin tem 68 anos, é médico e professor. Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e ocupou os quadros do partido entre 1988 e 2021. Ele também foi constituinte e governou São Paulo em duas ocasiões: de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018.

Jair Bolsonaro 

Nascido em 1955 no município de Glicério-SP, e registrado na cidade paulista de Campinas, Jair Messias Bolsonaro formou-se em 1977 na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Sul fluminense. Posteriormente, serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército. Militar reformado, tendo chegado a capitão do Exército, ele é atualmente o 38º presidente do Brasil, cargo que assumiu em 1º de janeiro de 2019. Bolsonaro exerceu sete mandatos de deputado federal pelo Rio de Janeiro entre 1991 e 2018. Antes foi também vereador na capital carioca entre 1989 e 1991.

Três de seus cinco filhos também se embrenharam pela política. Carlos Bolsonaro é vereador na capital carioca, Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo e Flávio Bolsonaro senador pelo Rio de Janeiro. Ao longo de sua trajetória política, Bolsonaro integrou os quadros de nove partidos. Passou por PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP e PSC. Em 2018, foi eleito presidente da República pelo Partido Social Liberal (PSL). Neste ano, candidatou-se à reeleição pelo PL.

O candidato a vice-presidente na chapa é Walter Braga Netto. Tendo alcançado o posto de general do Exército, ele atualmente é militar da reserva. Nascido em Belo Horizonte-MG em 1957, Braga Netto chefiou entre fevereiro de 2018 a janeiro de 2019, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Na época, ele era comandante Militar do Leste, posto que ocupou até fevereiro de 2019, quando assumiu a chefia do Estado-Maior do Exército. Como integrante do governo comandado por Bolsonaro, ele foi ministro-chefe da Casa Civil e é atualmente ministro da Defesa. (Agência Brasil

 

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