Denúncia: lixo e fezes de pombo no Hospital Raul Sertã

Má conservação traz riscos, como criptococose, conhecida popularmente como “doença do pombo”
segunda-feira, 04 de dezembro de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)

A redação de A VOZ DA SERRA recebeu um vídeo que mostra a triste realidade no Hospital Municipal Raul Sertã. Nas imagens é possível observar a má conservação em um dos espaços da maior unidade de saúde pública do Centro-Norte fluminense, com lixo jogado no chão e muitas fezes de pombo acumuladas em um setor próximo a ortopedia, fica claro no vídeo ser uma área dentro do hospital, onde é possível ver inclusive a área de circulação dos corredores do hospital, segundo diz a mensagem anexada ao vídeo. “Enquanto a ilusão natalina de milhões das ruas encanta momentaneamente, a saúde agoniza e as prioridades da população são esquecidas”, lamenta um leitor do jornal. 

“Isso é um absurdo. O pombo traz doenças e independente dos prefeitos que entram e saem, é preciso que seja tomada uma providência. É inadmissível ter lixo acumulado em qualquer lugar, ainda mais em um hospital, onde há concentração de pessoas debilitadas e com a imunidade baixa, o que favorece o agravamento de doenças. Isso é caso de interdição desse setor que se transformou em um depósito de lixo e punição severa aos gestores, tanto do hospital, como do prefeito. Como ele permite uma imundície dessas? O hospital é para cuidar dos pacientes”, desabafa outra leitora.

“A cidade está linda, toda decorada para o Natal, mas o dinheiro gasto nos enfeites e nos desfiles caríssimos poderia ser usado para melhorar a saúde da população que usa o SUS e para pagar com mais dignidade e respeito os nossos bravos enfermeiros”, alertou outro leitor. 

O que diz a prefeitura

Assim que teve acesso ao vídeo que mostra um dos setores do hospital transformado em um verdadeiro vazadouro de lixo, A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Prefeitura de Nova Friburgo, que através da Secretaria Municipal de Saúde informou que “aquele não é um local de circulação de pacientes e nem de serviço”. Segundo a nota, “trata-se de um local temporário de guarda do lixo daquele andar, onde o descarte recolhido das enfermarias pela higienização é depositado ali somente enquanto é feito o serviço no mesmo andar. Ou seja, o lixo fica ali por poucos minutos durante a execução da limpeza. A direção do hospital já determinou a recolocação das telas de proteção para restringir o acesso de pombos ao local que, reiteramos, é uma área que está isolada e com acesso devidamente restrito”, informou a prefeitura. 

Doença do Pombo

A criptococose, conhecida popularmente como “Doença do Pombo”, é uma doença infecciosa adquirida por aspiração dos fungos Cryptococccus neoformans e Cryptococcus gattii, que podem ser encontrados nas fezes de pombos urbanos e levar à morte dos indivíduos acometidos.

Detectado também em fezes de morcegos, em troncos de árvores e frutas secas, o fungo atinge primeiramente o pulmão, podendo infectar todo o corpo. O fungo Cryptococcus neoformans causa a doença preferencialmente em pessoas com sistema imunológico comprometido, como as pessoas que vivem com HIV/Aids, pacientes com câncer, pessoas em tratamento com corticosteróides e com doenças autoimunes. A outra forma do fungo é o Cryptococcus gattii, que afeta tanto pessoas saudáveis como pessoas com imunidade baixa, podendo se manifestar de forma mais grave.

Os sintomas da doença variam de acordo com o estado imunológico de cada pessoa, podendo ocorrer de dois dias a mais de 18 meses, sendo eles: dores de cabeça, febre, vômito, rigidez na nuca, alterações da visão, fraqueza, dor no peito, confusão mental, náusea, falta de ar, formigamento nos braços e nas pernas. 

Como a infecção é causada por fungos que se proliferam principalmente em fezes de aves, como as dos pombos, o recomendado é evitar o contato com esses animais.

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