Dengue: Nova Friburgo já registra quatro casos neste ano

Anvisa aprovou o registro de uma nova vacina contra a doença
sexta-feira, 03 de março de 2023
por Thiago Lima (thiago@avozdaserra.com.br)
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Os casos de dengue voltaram a aumentar em Nova Friburgo com o calor. Só em 2022, foram 97 registros de acordo com a prefeitura. Ao comparar os 97 casos do ano passado com os quatro registrados em 2021, o município teve um aumento de 2.425% de um ano para o outro. De acordo ainda com a prefeitura, não houve morte causada pela doença em nenhum dos dois anos. 

Ainda de acordo com a prefeitura, em 2023, até o momento, Nova Friburgo tem quatro casos confirmados. “O trabalho de prevenção continua  sendo realizado pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde, com visitas domiciliares e ações de conscientização. Neste sábado, 4, por exemplo, haverá um mutirão no bairro Granja Spinelli com visitas para detecção e combate de possíveis focos”, esclareceu a prefeitura. 

O que é a dengue 

A dengue é uma arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância em saúde pública nos últimos anos. O vírus dengue (Denv) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (Denv 1, 2, 3 e 4). 

O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.

Sintomas

  • Febre alta maior que 38 graus:

  • Dor no corpo e articulações;

  • Dor atrás dos olhos;

  • Mal estar;

  • Falta de apetite;

  • Dor de cabeça;

  • Manchas vermelhas no corpo.

No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (maior que 38°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele.

Também podem acontecer erupções e coceira na pele. Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

Sinais de alarme

  • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;

  • Vômitos persistentes;

  • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);

  • Hipotensão postural e/ou lipotímia;

  • Letargia e/ou irritabilidade;

  • Hepatomegalia maior do que dois centímetros abaixo do rebordo costal;

  • Sangramento de mucosa;

  • Aumento progressivo do hematócrito.

A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase. A maioria deles é resultante do aumento da permeabilidade capilar. Essa condição marca o início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para o choque, por extravasamento plasmático. Sem a identificação e o correto manejo nessa fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves.

Os casos graves de dengue são caracterizados por sangramento, disfunções de órgãos ou extravasamento de plasma. O choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido pelo extravasamento. Ocorre habitualmente entre o 4º e o 5º dia – no intervalo de 3 a 7 dias de doença –, sendo geralmente precedido por sinais de alarme. Mulheres grávidas, crianças e pessoas mais velhas (acima de 60 anos) têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.

Ações de combate 

A Prefeitura de Nova Friburgo informou que conta com 40 agentes de combate às endemias nas visitas domiciliares e que, toda a área urbana do município foi visitada em 2022. A localidade que mais registrou casos de dengue no ano passado foi o distrito de Amparo. Mas, o local com maior número de infestação do mosquito transmissor, até outubro de 2022, era o distrito de Conselheiro Paulino.

Prevenção

Com o período chuvoso e aumento da temperatura, cria-se ambiente mais favorável para a proliferação do Aedes aegypti. Para prevenir essas doenças, é necessário acabar com o meio onde o mosquito transmissor pode se desenvolver, ou seja, não deixar água acumulada.

Com ações simples e fáceis de serem executadas, pode-se evitar o acúmulo de água. A orientação dos agentes é que a população verifique periodicamente se a caixa d'água está fechada e bem vedada; deixar as lixeiras tampadas; colocar areia nos pratos dos vasos de plantas; recolher e acondicionar o lixo do quintal; limpar as calhas; cobrir piscinas; tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários; limpar a bandeja externa da geladeira e limpar com esponja as vasilhas dos animais de estimação e trocar a água com frequência.

Anvisa aprova nova vacina contra a dengue

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova vacina contra a dengue. O imunizante Qdenga, produzido pela empresa Takeda Pharma, é indicado para população entre 4 e 60 anos. A aplicação é por via subcutânea em esquema de duas doses, em intervalo de três meses entre as aplicações.

Segundo a Anvisa, a nova vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, o que garante uma ampla proteção contra ela. No ano passado, o Brasil registrou mais de mil mortes por complicações da dengue no país. No mês passado, a Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio) aprovou a segurança da vacina Qdenga, que aguardava agora o aval da Anvisa.

Uma outra vacina contra a dengue já aprovada no país, a Dengvaxia, só pode ser aplicada por quem já teve a doença. A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária europeia (EMA), de quem também recebeu aprovação. A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, no entanto, seguirá sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da própria empresa. 

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