Colapso no comércio: pesquisa revela que desemprego pode atingir 464 mil pessoas

Até agora, 16,1% dos empresários já demitiram e outros 19% pretendem dispensar funcionários no Estado do Rio
segunda-feira, 27 de abril de 2020
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)

Pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), revelou que os impactos do isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus já começaram a chegar também no mercado de trabalho formal. 

De acordo com levantamento feito recentemente, 16,1% dos empresários do setor já demitiram funcionários. Outros 19% ainda pretendem demitir. O valor mediano do número de funcionários demitidos é igual a dois. Em termos absolutos, são 335.500 trabalhadores  que foram ou serão demitidas no setor em todo o Estado do Rio.

O estudo mostra que o impacto negativo no mercado de trabalho se deve há dois fatores: queda da demanda percebida pelos empresários; e a insuficiência da sustentação da economia através de medidas adotadas até agora pelo governo. 

Medidas de apoio 

Dentre os empresários que conhecem integral ou parcialmente as medidas adotadas pelo Governo Federal para tentar reduzir os impactos da crise, 74,2% afirmaram que as ações não são suficientes para atravessá-la.

Questionados sobre o principal motivo pelo qual não são suficientes, 28% afirmaram não ter conseguido acesso à principal medida anunciada pelo governo até agora para dar apoio aos empresários, que foi, a destinação de R$ 40 bilhões para o financiamento da folha de pagamento. 

Para o IFec-RJ a resposta já era esperada. Em torno de 27% dos empresários do setor de comércio e serviços do Estado do Rio de Janeiro empregam de um a quatro empregados. É de se esperar, portanto, que a grande maioria fature menos de R$ 360 mil por ano, o que os exclui da medida anunciada pelo Governo Federal. Desta forma, ficam excluídos da proposta aproximadamente 381.500 pessoas ocupadas (253 mil trabalhadores mais 128.500 empregadores) no setor.

Outros 27,7% afirmaram que o acesso às medidas tomadas é burocrático, enquanto 27,3% acreditam que a quantidade de recursos disponibilizada até agora é insuficiente. Adicionalmente, quase a totalidade dos empresários do setor (92%) perceberam uma redução na demanda pelos bens e serviços que oferecem.

As políticas hoje disponíveis são, portanto, insuficientes para garantir bem-estar a uma parte significativa da população fluminense. Conforme visto, a principal proposta do Governo Federal para auxiliar as empresas exclui 381.500 pessoas ocupadas no setor e poderá colocar no desemprego 464 mil trabalhadores (335.500 + 128.500 empresários). O contingente é superior à população de 91% dos municípios fluminenses.

A taxa de desemprego, hoje igual a 13,7% no Estado do Rio, saltaria para 19% apenas em função das demissões ocorridas no mercado de trabalho formal do setor de comércio e serviços. Importante ressaltar que a conta não inclui o contingente de informais que se viram desempregados quase que imediatamente depois do isolamento social. 

O IFec-RJ avalia ainda que pessoas físicas menos favorecidas e empresários de maior porte já foram de alguma forma contemplados. Nesse sentido, já passou da hora dos microempresários serem atendidos também.

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