Casarão da Vila Amélia pode se tornar um espaço cultural

Declaração de utilidade pública objetiva a desapropriação do imóvel, que é tombado pelo patrimônio histórico municipal, para fins culturais
sexta-feira, 10 de março de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Fotos: Henrique Pinheiro)
(Fotos: Henrique Pinheiro)

Através de um decreto, a Prefeitura de Nova Friburgo declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação, o casarão da Vila Amélia, situado na Rua Vereador Geraldo Pinheiro, 79. No imóvel funcionou durante vários anos a 151ª Delegacia de Polícia Civil, com a antiga carceragem em anexo. O casarão de quase 2,7 mil metros quadrados é de propriedade da Associação Friburguense de Amigos e Pais do Educando (Afape) e está avaliado em R$ 1.188.000 pela Comissão Permanente de Avaliação Administrativa de Imóveis de Nova Friburgo. As despesas necessárias à efetivação da desapropriação correrão por conta de recursos da Fundação Dom João VI.

A declaração de utilidade pública objetiva a desapropriação do imóvel, que é tombado pelo patrimônio histórico municipal, para fins culturais. O projeto é preservar parte importante da arquitetura e da história intrínsecas no centenário casarão, destinando o imóvel para atendimentos das demandas culturais do município.

Imóvel está vazio há quase dez anos  

Desde setembro de 2013, com a mudança da 151ªDP, para a Avenida Presidente Costa e Silva, o casarão da Vila Amélia está vazio e se deteriorando. A Afape, sem intenção de utilizar o imóvel para algum fim, vem tentando nos últimos anos vendê-lo ou alugá-lo para colaborar com o custeio de suas atividades filantrópicas, mas não obteve êxito. Por integrar o patrimônio histórico municipal, há a impossibilidade de demolir o casarão, o que afastou qualquer negociação imobiliária.   

O imóvel da antiga chácara da Vila Amélia foi interditado pela Defesa Civil devido ao mau estado de conservação. Em 2012, antes da Secretaria estadual de Segurança Pública transferir a sede da delegacia de Polícia Civil, a Afape protocolou na prefeitura um pedido de autorização para demolir o casarão. Isso porque, na época, recebeu uma proposta que previa a construção do Parque Residencial Vila Amélia. A intenção de uma construtora era erguer blocos de apartamentos ali e a Afape seria beneficiada com dez unidades, o que renderia uma renda fixa à entidade assistencial que poderia alugá-los ou até mesmo vendê-los e aplicar o dinheiro recebido no mercado financeiro, mas o projeto também não se concretizou.   

A Afape também ofereceu o casarão à órgãos públicos e empresas, até mesmo de graça, em troca apenas da garantia de manutenção do prédio hoje infestado por cupins, escorpiões e roedores, mas não houve interessados.

Antes de ser condenado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli para servir como delegacia e carceragem, devido às condições insalubres a que eram submetidos os presos e os servidores estaduais que ali trabalhavam, o casarão rendia à Afape R$ 7 mil mensais de aluguel mas, segundo a instituição, há dívidas antigas do governo estadual que ultrapassam R$ 50 mil. 

Com a transferência da delegacia de Polícia Civil, o casarão foi cercado por tapumes de alumínio. Mas, de fora é possível observar a vegetação já crescida e alguns galões espalhados, além das janelas e portas do prédio abertas. “Há muitas poças ali dentro. Acredito que onde funcionava a carceragem possa haver focos de mosquito e até outros insetos e animais peçonhentos, como escorpiões”, observa um morador, vizinho ao imóvel.

Foto da galeria
Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: