“Vítimas se sentem mais seguras”, dizem oficiais do Guardiões da Vida

Responsáveis pela fiscalização do cumprimento de medidas protetivas, PMs do programa em Friburgo estão entre os mais efetivos do estado
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)

Eles são a linha de frente e o escudo protetor que impede quando um agressor de mulheres decide descumprir o distanciamento obrigatório da vítima. São policiais militares que integram o programa Guardiões da Vida, braço do projeto Patrulha Maria da Penha, de apoio às mulheres vítimas de violência doméstica no Estado do Rio.

As duas guarnições compostas por quatro policiais especialmente capacitados para lidar com essas situações, e que atuam, além de Nova Friburgo em outros sete municípios do região Centro-Norte fluminense, têm sido motivo de orgulho para toda a região. . Tamanho êxito é traduzido em números. As 20 prisões realizadas desde que o programa foi implantado há quase um ano (em 6 de setembro de 2019), colocam as duas guarnições de Friburgo como a segunda do estado que mais realizou prisões até agora. 

A cabo PM Glazielle; soldado 2ª Classe Ana Cláudia; cabo PM Madureira e cabo PM Cosmo, do 11ºBPM, compõem as duas equipes que se revezam para patrulhar o cumprimento dessas medidas protetivas e vem realizando um trabalho de prevenção. “A gente trabalha fiscalizando as medidas protetivas deferidas pelo Poder Judiciário. Após a mulher fazer o registro da Delegacia da Mulher (Deam), quando a medida cautelar é enviada ao Ministério Público e o juiz concede, envia para nós e damos um suporte à mulher que sofre esse tipo de violência”, explicou a cabo Glazielle.

A policial afirma ainda que a as vítimas tem se sentido mais seguras com a atuação do Guardiões da Vida, mas que apesar disso, tem tido muito trabalho na região e por isso tem lutado para que o projeto conceda mais viaturas para a unidade. “Nós temos tido bastante sucesso na fiscalização. As vítimas estão se sentindo mais seguras de ter uma viatura, uma guarnição para protegê-las e os autores tem respeitado a medida protetiva”, revela.

No ano passado ao acompanhar um protesto pelo fim do feminicídio, motivado pelo brutal assassinato de Alessandra Vaz e Daniela Mousinho, cometido pelo ex-companheiro de Alessandra, Rodrigo Marotti, em Lumiar, muitas mulheres ao flagrar a viatura da Patrulha Maria da Penha se interessaram pelo projeto e tiraram dúvidas. Segundo a cabo Glazielle, grande parte das dúvidas em geral é de como funcionam as medidas protetivas. 

“A gente explica que o agressor não pode ter contato com a vítima, não pode sequer  enviar mensagem por aplicativo, nem e-mail. É contato zero mesmo. A intenção do programa é prevenir que os casos não evoluam para o feminicídio. Não temos como estar na casa de todas as mulheres e por isso trabalhamos na prevenção de um crime maior”, explica. “Levamos conforto porque a mulher se sente muito vulnerável quando sofre a violência. Nós temos uma sala no batalhão da PM em que as mulheres podem vir para tirar as dúvidas. São dois policiais, uma mulher e um homem”, convida a policial. 

Por fim, a PM recomenda a todas as vítimas que ao primeiro sinal de agressão, seja física ou psicológica, denuncie o agressor na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher de Nova Friburgo (Deam), peça por medidas protetivas. “Gostaria de deixar claro que descumprir a medida protetiva cabe prisão em flagrante. A nossa atuação é somente nos casos dessa medida. Basta denunciar à Deam. Quem sofrer alguma agressão pode ligar para o 190 pedir a uma viatura ir até o local”, orientou a cabo Glazielle. 

 

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TAGS: crime