Cinco meses após o desabamento que engoliu quatro automóveis, causando um susto sem precedentes em Nova Friburgo, a obra de reparo do deque sobre o Córrego do Relógio, na Vila Amélia, anda com os ponteiros parados. Moradores da região e frequentadores do Sesi reclamam do risco de novos acidentes e da falta de sinalização adequada na Rua Teresópolis. O piso continua todo irregular e cheio de buracos. Ou seja, em cinco meses, a situação no local só piorou.
A Secretaria Municipal de Obras explica que a obra de reparo da estrutura foi paralisada porque, neste período de estiagem, estão sendo priorizados serviços que não podem ser feitos em períodos chuvosos, como reparos em redes e manilhas, bem como a reforma de pontes. Ainda segundo a pasta, o local da obra foi sinalizado, mas uma equipe irá ao local verificar se a sinalização foi retirada ou danificada e, caso necessário, providenciar sua reparação.
“Eu entendo que o prefeito tem muitos problemas para resolver, mas por que não continua com o que começou? Eu fiquei decepcionada com aquela calçada. Além de termos que passar pela rua, que é em mão dupla e estreita, com carros e caminhões estacionados dos dois lados”, disse a leitora que entrou em contato com a redação do jornal, Erecina Cazalli, moradora do bairro Ypu que foi à Vila Amélia, onde morou por muitos anos, para tomar a vacina da gripe.
O piso de madeira instalado sobre o Córrego do Relógio, na Vila Amélia, desabou durante um temporal no dia 6 de fevereiro deste ano, um sábado, engolindo quatro automóveis estacionados na Rua Teresópolis. Por sorte, ninguém passava na hora.
O desabamento (na foto abaixo, de Henrique Pinheiro) foi uma tragédia anunciada. Em 13 de setembro de 2019 A VOZ DA SERRA publicou reportagem com vídeo sobre o péssimo estado de conservação do deque, que estava com buracos e tábuas soltas e causando acidentes. Na época, a Secretaria Municipal de Obras, ainda na gestão do ex-prefeito Renato Bravo garantiu que fazia a manutenção do piso e que enviaria uma equipe ao local para verificar a situação e providenciar os reparos necessários.
Antigamente, a cobertura do córrego era de cimento, mas, com a enxurrada de 2011, o piso cedeu, dando lugar às tábuas de madeira. Ou seja, desde a tragédia climática já se sabe que o volume de água do córrego aumenta muito com chuvas fortes. Conforme mostrou a reportagem de 2019, o piso estava - e continua, nos trechos que ainda não desabaram - com várias tábuas soltas há algum tempo. Quem caminha por ali frequentemente se queixa do perigo de acidentes.
De acordo com pedestres ouvidos na época por A VOZ DA SERRA, muitas pessoas já tropeçaram, caíram e se machucaram por conta das tábuas soltas e outras com desníveis e buracos. Durante o período em que a equipe do jornal esteve por lá, algumas pessoas tropeçaram nas tábuas que estavam soltas, outras se desviavam caminhando pelo trecho estreito de concreto.
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