Na última quinta-feira, 9, quando celebrou-se o Dia Mundial da Adoção, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que, em 8 de dezembro, irá festejar os 23 anos do programa Um Lar pra Mim, da Secretaria estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Essa iniciativa revolucionária tem como objetivo incentivar servidores estaduais concursados a adotar crianças e adolescentes provenientes de abrigos, com idades entre 5 e 18 anos, ou que possuam necessidades especiais. Atualmente, o programa conta com 355 benefícios ativos. Desde seu início, 520 servidores deram entrada no requerimento para adoção.
Na última semana, o programa estadual "Um lar pra mim" celebrou um marco importante: 1.050 crianças já encontraram uma nova casa desde sua criação. “O programa Um lar pra mim é um exemplo de solidariedade e responsabilidade social. Ele não apenas proporciona um futuro brilhante para crianças e adolescentes desfavorecidos, mas também enriquece a vida dos servidores que abrem seus corações e lares para essas crianças. E essa é uma prova de que o serviço público cumpre o seu papel e pode ser uma força incrível para o bem”, destacou o governador Cláudio Castro.
O "Um lar pra mim" é mais do que um programa de incentivo à adoção, é uma verdadeira demonstração de solidariedade e amor ao próximo. Os servidores estaduais que proporcionam um ambiente familiar para essas crianças e adolescentes, comprovando que seus direitos fundamentais como educação, acesso à saúde e cultura estão assegurados, recebem um auxílio-adoção que varia entre três e cinco salários mínimos mensais. Para crianças com patologias ou deficiências, o Estado garante esse benefício de forma vitalícia.
A assistente social e coordenadora do programa, Eliane Macedo, compartilhou seu entusiasmo: “O Um lar pra mim tem transformado vidas, criando laços fortes e oportunidades brilhantes para crianças que antes enfrentavam incertezas em abrigos. É gratificante ver o sorriso no rosto dessas crianças quando finalmente encontram um lar amoroso”, disse Eliane.
As histórias de sucesso do programa são numerosas, com crianças e adolescentes encontrando amor, estabilidade e oportunidades graças ao coração generoso dos servidores estaduais. Lucas, de 17 anos, fazia parte de um abrigo e já havia sido acolhido e devolvido. Quase sem esperanças para ganhar um lar, ele conheceu o casal Rodrigo e Gislane. Hoje, com quase quatro anos de convivência com o pai e a mãe, Lucas sabe que encontrou o seu lugar.
“No início eu fiquei na dúvida, com medo de mais uma rejeição, eu tinha 13 anos e a esperança de ganhar um lar era quase nada. Mas hoje eu estou feliz e tenho certeza de que aqui é o meu lugar – garantiu o adolescente, que cursa o 2º ano do ensino médio na rede estadual em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Para o pai do Lucas, o professor de Matemática do Colégio Estadual Alzira dos Santos da Silva, Rodrigo Fernando, o período da adoção foi complicado, bem no meio da pandemia. Ele e a esposa não tiveram tempo de adaptação. O abrigo precisava fechar as portas, e o casal queria o Lucas.
“Foi um desafio, a gente pensa que só a criança tem que desconstruir, só que não. O adulto, principalmente, também precisa desconstruir muita coisa. Vamos aprendendo todos os dias um com o outro. Não vou dizer que é fácil, mas é tudo muito prazeroso. E a gente está muito feliz, o Lucas veio pra somar na nossa vida, e nós também viemos somar na vida dele, nós precisávamos disso. O programa Um lar pra mim é importantíssimo, ele esclarece, apoia emocionalmente e ajuda financeiramente na criação daquele filho. Ele fornece todo o suporte pra adoção responsável”, declarou Rodrigo Fernando de França Pereira.
Auxílio-adoção
No caso dos servidores, o auxílio-adoção dura até que a criança ou adolescente complete 21 anos, sendo prorrogado até os 24 anos, se comprovadas matrícula e frequência em curso de nível superior. O processo de adoção dura cerca de três anos para crianças de até 4 anos. Para a chamada “adoção tardia”, entre 5 e 18 anos, os trâmites costumam ser um pouco mais rápidos.
Depois da adoção concluída, os servidores ainda precisam fazer o recadastramento anual de cada criança adotada, como se fosse uma prova de vida. Documentos que comprovem a garantia dos direitos fundamentais dela, estabelecidos pelo artigo 4º do Estatuto da Criança e Adolescente, são exigidos periodicamente.
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