A chegada da primavera a partir deste fim de semana deve aumentar a umidade do ar em praticamente todo o Brasil, com exceção do Nordeste, segundo a empresa de meteorologia Climatempo. "É uma estação de transição do período seco, que é o inverno, para o período úmido, o verão. Normalmente, para a maioria dos estados brasileiros, a primavera significa dias de calor e aumento gradual da frequência de eventos de chuva", avisa o meteorologista da equipe de previsão climática da Climatempo, Vinícius Lucyrio. Reiteramos, ele disse, normalmente… Como não vivemos tempos normais, mas o tal do “novo normal”, aguardemos.
A mudança no clima deve ajudar a reduzir o número de queimadas no Brasil, que hoje é recorde e alarmante. Também colabora para o replantio. A Amazônia, um dos biomas mais devastados pelo fogo, deve receber chuvas acima da média para a primavera, começando na segunda quinzena de outubro.
De acordo com a Climatempo, serão comuns pancadas de chuva à tarde e à noite. Conforme a atmosfera vai ganhando umidade, ventos levam nuvens para quase todo o país.
Haverá, também, passagem de frentes frias de origem polar no Sul e no Sudeste, derrubando as temperaturas por alguns períodos — em geral, curtos. "A partir de dezembro, podem ficar estacionárias na altura do Estado do Rio, favorecendo a formação de grandes corredores de umidade."
Além de maiores variações térmicas no Centro-Sul, principalmente no leste do Sul do País, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.
No Nordeste, o tempo deve ficar seco e quente, com retomada de chuva na costa norte no fim da estação, na segunda metade de dezembro.
Influência do La Niña
Centros de monitoramento global preveem que o fenômeno La Niña comece a se formar durante a primavera no hemisfério sul. Ele, que é o oposto do El Niño, que vinha ocorrendo até então, deve causar um resfriamento no continente sul-americano.
Enquanto o El Niño é o fenômeno natural de aumento da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, o La Niña consiste na diminuição da temperatura dessas águas. Ambos influenciam o regime de chuvas no continente sul-americano e estão sendo agravados pelas mudanças climáticas.
"Há 81% de chance de ocorrência do fenômeno no trimestre outubro-novembro-dezembro (OND) e 83% para o trimestre novembro-dezembro-janeiro. Portanto, deveremos ter a instalação do fenômeno especialmente ao longo de outubro. O resfriamento também aumentou nas últimas semanas, em especial nas porções a leste do Pacífico Equatorial", detalha Lucyrio.
O La Niña também deve causar maior espaçamento entre eventos climáticos severos no Sul durante a primavera. Mas não impede que, quando eles aconteçam, sejam intensos. Na segunda metade da estação, é prevista redução nos volumes de chuva no Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina. Os dois estados têm previsão de volume de chuva um pouco abaixo do esperado para a estação.
Ondas de calor, de frio e o que mais vier…
Lucyrio avalia que haverá maior propensão a ondas de calor no oeste da região Sul do Brasil durante a primavera, assim como no Pará, Tocantins, norte de Goiás e no Nordeste. Segundo ele, as ondas serão "tão ou mais intensas e prolongadas quanto em 2023, mas com atuação mais limitada a partir de novembro".
Para melhor entendimento, queremos saber: Diante de um inverno mais ameno este ano, há chances de ondas de frio mais intensas nos próximos três meses? Para Vinícius Lucyrio, sim.
“Com mais frentes frias passando pelo país, aumenta a chance de termos frio tardio na primavera, especialmente entre outubro e novembro. Há possibilidade de frio intenso nas áreas mais altas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul durante alguns dias, bem como períodos amenos e frios nas áreas ao leste do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro”.
Então, vamos aguardar o que a bela estação das flores nos reserva nesta primavera em um ano tão caótico e destrutivo, com milhares de vítimas em todo o mundo, entre enchentes e incêndio, deslizamentos e soterramentos.
(Fonte: Climatempo)
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