A Secretaria estadual do Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) deram mais um passo no projeto de monitoramento da fauna silvestre com 480 câmeras. O Parque dos Três Picos, em Nova Friburgo, é um dos contemplados que irá receber os equipamentos. A Região Serrana tem papel de destaque nesta ação. Além de Nova Friburgo, os municípios vizinhos de Cachoeiras de Macacu, Petrópolis e Teresópolis vão contar com cinco câmeras, cada, devido a importância estratégica da área para a conservação da biodiversidade. Outros municípios serranos também serão contemplados, como Duas Barras, Bom Jardim e Areal, totalizando quase 60 equipamentos — o equivalente a 20% de todo o material destinado aos municípios, informou o secretário estadual do Ambiente, Bernardo Rossi.
Além dos materiais distribuídos às prefeituras, parte das câmeras será encaminhada para unidades de conservação estaduais, como o Parque dos Três Picos. A Rebio Araras, em Petrópolis, foi a primeira a recebe ros equipamentos, na semana passada. A Rebio é um verdadeiro santuário ecológico, abrigando espécies como porcos-do-mato, onças-pardas e a irara — mamífero carnívoro típico da Mata Atlântica. Com o reforço no monitoramento, será possível compreender melhor o comportamento das espécies e também ampliar as ações de preservação.
“A distribuição das câmeras nas áreas de conservação estaduais permitirá um mapeamento mais preciso das espécies em risco e contribuirá diretamente para a construção de políticas públicas mais eficazes de proteção ambiental, especialmente nos municípios do interior do estado. E a Região Serrana se destaca nesse contexto por concentrar diversas Unidades de Conservação e abrigar uma fauna extremamente rica e diversa”, afirma o secretário Bernardo Rossi.
(Foto: Governo do Estado RJ)
Atualização da lista da fauna
As câmeras possuem capacidade de gravação noturna, com até 60 graus de alcance na vertical e imagens em full HD. Todo o material que será coletado por essas 480 câmeras, e também pelas 120 armadilhas que já estão instaladas nas unidades de conservação estaduais, serão analisadas por pesquisadores para a atualização da lista da fauna, documento que vai catalogar os animais ameaçados de extinção e dará origem a um livro. A última edição é de 1998.
A previsão é que o Livro da Fauna Ameaçada fique pronto em até dois anos. Por meio de edital público, uma empresa será contratada para a análise e organização dos dados. Mais de 1.300 espécies de animais vertebrados já foram identificadas na Mata Atlântica, que também é considerado um dos ecossistemas mais ameaçados no planeta. Dessas, aproximadamente 620 são espécies de aves, 200 de répteis, 280 de anfíbios e 260 de mamíferos, como a onça parda e o mico-leão-dourado, hoje ameaçados de extinção.
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