O deck com tábuas de madeira sobre o Córrego do Relógio, no bairro Vila Amélia, foi reconstruído após a tragédia das chuvas de janeiro de 2011 e desde então, não teve a manutenção periódica necessária. O resultado não poderia ser outro. Várias tábuas começaram a se soltar, outras se deterioraram com a ação do tempo e o perigo instalou-se no local que servia de passagem para pedestres.
(Foto: Henrique Pinheiro)
No ano passado, a Prefeitura de Nova Friburgo instalou um guarda-corpo improvisado com tábuas de madeira na margem do córrego junto a calçada da Rua Teresópolis para proteger os pedestres. Também foi anunciada, na ocasião, que um estudo topográfico do local seria realizado para, enfim, dar início às obras de recuperação da cobertura do córrego. A previsão era instalar sobre o leito um novo deck de madeira e urbanizar o local, inclusive com áreas de lazer, mas os serviços não foram executados até então. A Secretaria Municipal de Obras informou que o projeto para intervenção no córrego já está pronto, bem como o orçamento, e foi encaminhado à Secretaria estadual de Cidades, junto com outras obras, como o projeto de drenagem da Rua Duque de Caxias, nova pavimentação da Avenida Alberto Braune, drenagem do Cônego e asfaltamento da estrada de Floresta Mendes. O Governo do Estado sinalizou de forma positiva, mas ainda não há data para o início das obras.
(Foto: Henrique Pinheiro)
Com isso, o perigo por lá continua. E até aumentou. Além do risco de pedestres caírem no leito do córrego, como aconteceu, pelo menos, em duas ocasiões no ano passado, agora o mato cresce desenfreadamente no leito e calçadas facilitando a proliferação de insetos e roedores. Os moradores, claro, estão revoltados: “É um absurdo o que está acontecendo aqui. A prefeitura nos abandonou. Há meses que não é feito nada neste córrego. Nem sequer iniciaram a obra e agora o mato cresceu e está cheio de ratos aqui. É preciso uma providência urgente”, desabafa Maria das Graças Barboza, que tem um quiosque na feira da Vila Amélia.
Perto dali, um trecho da calçada com uma rampa para acesso de cadeirantes foi praticamente engolida pelo matagal. Mais adiante, um buraco enorme facilita a queda de pedestres no leito do córrego. “Recentemente, uma criança caiu ali”, recorda-se Maria das Graças.
Acidentes
(Foto: Henrique Pinheiro)
Moradores do condomínio Bom Pastor também observam o perigo testemunhado todos os dias pelas janelas de seus apartamentos. “Alguns jovens pulam entre as vigas do antigo deck arriscando-se”, diz outro morador. Em abril do ano passado, por exemplo, antes da retirada da cobertura do leito, uma mulher tropeçou em uma tábua solta e teve a perna presa no deck, precisando ser socorrida e levada para o Hospital Raul Sertã com ferimentos nas pernas. “Uma criança pode acidentar-se aqui e até cair no córrego. O isolamento deveria ter sido mais bem feito. Do jeito que improvisaram esse guarda corpo, uma criança pode passar por entre essa proteção com ripas de madeira e cair na água”, observou um morador.
Ele lembra o acidente ocorrido em setembro de 2024 com dois rapazes que caíram no Córrego do Relógio quando caminhavam pela margem na calçada da Rua Teresópolis. Eles se feriram.
Naquela ocasião, a prefeitura se manifestou informando que a licitação para contratação da empresa que fará a reforma ainda estava em tramitação, sem data para ser realizada. Ainda segundo a prefeitura, o projeto de reforma da cobertura do Córrego do Relógio prevê um novo deck com tábuas de madeira, instalação de mobiliários, acessibilidade nas calçadas, inclusive com mesas de xadrez e bicicletário, bancos e jardineiras.
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