O café, suas origens e disseminação pelo mundo

Os árabes foram os primeiros povos a fazerem uso do café, dando início também ao cultivo da planta que mais tarde se espalhou pelo planeta
sábado, 17 de abril de 2021
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)
O café, essa bebida saborosa e obrigatória em vários países, surgiu na África, nas terras altas da Etiópia (Cafa e Enária). Estudiosos do assunto acreditam que o nome "café", pode ter sua origem na região de Cafa, e faz tempo é uma das bebidas mais consumidas no mundo.

Há mais de 1.000 anos, enquanto cuidava de suas cabras, um pastor observou que elas ficavam alegres e saltitantes após se alimentarem de folhas e frutos de um determinado arbusto dos campos...
São diversos os tipos de grãos de café (arábica, robusto etc.) que podem ser consumidos ao bel prazer de cada um, nas mais variadas formas: expresso, cappuccino, mocha, gelado, com leite, e outros mixes. 

Existem muitas lendas em torno da história do café, origem e consumo, entretanto, a mais conhecida se refere a um pastor chamado Kaldi, que viveu na Abissínia, hoje Etiópia. Há mais de 1.000 anos, enquanto cuidava de suas cabras, observou que elas ficavam alegres e saltitantes após se alimentarem de folhas e frutos de um determinado arbusto dos campos. E mais capazes ainda de caminhar muitos quilômetros em locais de subida, sem demonstrar cansaço. Esse arbusto, era, na verdade, uma planta de café.

Após a constatação o pastor ficou curioso e decidiu experimentar aqueles frutos. Imediatamente percebeu que aumentou a sua disposição para o trabalho, e então, começou a mascar frutos de café para resistir ao sono durante as longas horas de oração. A história se espalhou e toda a pessoa decidiu provar aquela novidade. Rapidamente, o conhecimento do efeito do fruto se espalhou pelo norte da África, até chegar ao mundo árabe.

Os árabes foram os primeiros povos a fazerem uso do café. Eles utilizavam os frutos na forma de pasta, também com a intenção de afastar o sono nos momentos de oração. Como a religião muçulmana proibia bebidas alcoólicas, a descoberta do fruto ajudou a aumentar o consumo do café. A fama do efeito da pasta de café se disseminou até chegar aos mosteiros, em que os monges tomavam como chá, a partir da infusão das folhas e frutos.

Certo dia, um monge colocou um ramo com folhas e frutos de café para secar, em cima de uma chapa esquentada pelo fogo. Distraído, se esqueceu do ramo e das folhas e, de repente, sentiu um cheiro agradável que exalava do fogão: vinha dos grãos, naquela altura, já torrados. Curiosos com o resultado, os monges resolveram triturá-los e usar os farelos para preparar uma bebida. Até hoje persiste essa forma de torrar os grãos de café.

Os árabes, os pioneiros

Os primeiros cultivos de café se iniciaram nos séculos 14 e 15 na região do Iêmen, país árabe, onde o fruto era consumido ‘in natura’. Já no século 16, o café havia atingido a região de Istambul (Turquia), e depois chegou ao Cairo (Egito), que tornou-se o maior mercado de distribuição do produto.

Até o século 17 somente os árabes produziam café. Os alemães, franceses e italianos buscavam desesperadamente uma forma de desenvolver o plantio em suas colônias. No entanto, foram os holandeses os primeiros a levar a planta até a Europa e mudar a história do café ao conseguir cultivar as primeiras mudas, vindas de Mokha, na Península Arábica, no Jardim Botânico de Amsterdã.

Os franceses, por sua vez, ao receberem mudas de café como presente, utilizavam-nas para fazer testes nas Ilhas Sandwich e Bourbon. A experiência dos holandeses e franceses fizeram com que o cultivo de café se espalhasse para outras colônias europeias, e de lá para países africanos.

Chegada no Brasil

 A história do café no território brasileiro teve início quando o sargento-mor Francisco de Melo Palheta foi à Guiana Francesa e de lá trouxe uma muda de café escondida na bagagem. Chegando inicialmente, em Belém do Pará, ele iniciou seu cultivo apenas nas províncias do norte do país, em pequenas plantações. Essa história continua nas próximas páginas.

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