Nootrópico é o termo usado para descrever uma classe de compostos que supostamente aumentam o desempenho cognitivo no ser humano. Conhecidos como “smart drugs” ou drogas da inteligência, são substâncias com ação cerebral, capazes de aumentar o foco, a atenção, a memória, o raciocínio, a criatividade e a motivação, em indivíduos saudáveis.
Atualmente, estas substâncias são febre entre investidores do mercado financeiro, empresários e programadores do Vale do Silício, na Califórnia. Também nos Estados Unidos, marcas como TruBrain, Qualia e HVMN oferecem bebidas, alimentos e suplementos com substâncias neuroativadoras.
O termo nootrópico foi usado pela primeira vez em 1972 pelo psicólogo e químico romeno Corneliu Giurgea, segundo artigo da BBC. Para se referir a uma droga que aumentava capacidades intelectuais sem causar efeitos colaterais, ele recorreu ao grego “nou”, que significa “mente”, e ”tropo”, que pode ser traduzido como “direção”.
Essa droga, sintetizada por ele, era o Piracetam, hoje usado como um suplemento e também no tratamento de condições cognitivas debilitantes. Eles melhoram a performance intelectual tanto em pessoas com diagnóstico de TDAH e depressão como também em indivíduos saudáveis que desejam aumentar a performance cognitiva, a memória e a produtividade nos estudos ou trabalho.
Um estudo realizado em 15 países e publicado no The International Journal of Drug Policy, em 2018, apontou que os Estados Unidos são os que mais concentram indivíduos saudáveis consumidores de nootrópicos (21,6% deles).
As maiores altas aconteceram na Europa. Na França, por exemplo, o uso foi de 3% em 2015 para 16% em 2017. No Reino Unido, o número subiu de 5% para 23%. Especialistas ainda dão o alerta sobre as smart drugs vendidas no mercado ilegal.
No Brasil, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, proibiu em 2011 a venda de boa parte das metanfetaminas (substância presente na maioria dos nootrópicos), mas outras substâncias que também estão no guarda-chuva dos nootrópicos, como anfetamínicos emagrecedores, anfepramona, femproporex e mazindol, foram liberadas em 2017 para venda sob prescrição médica.
Isso porque alguns nootrópicos são usados para tratar doenças como Parkinson, Alzheimer e transtornos, como o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade).
Mensageiros químicos
Atualmente há centenas dessas substâncias catalogadas que funcionam de várias maneiras. No entanto, basicamente, a ação dos nootrópicos tem como alvo principal os neurotransmissores. Estes atuam como mensageiros químicos, transportando, estimulando e equilibrando os sinais entre neurônios, células nervosas e outras células do corpo.
Após sua liberação, o neurotransmissor atravessa a lacuna entre as células e se liga a outro neurônio, estimulando ou inibindo o neurônio receptor, de acordo com a sua característica. No caso dos nootrópicos, o foco maior de atuação está em transmissores ligados à concentração, cognição e memória, como a acetilcolina, a dopamina e a noradrenalina.
-
A acetilcolina está envolvida no processo de formação de novas memórias e concentração, assim como no aumento do metabolismo cerebral.
-
A dopamina é mais conhecida por sua participação no ciclo de recompensa, estimulando nosso cérebro a completar tarefas. Além disso, a dopamina atua no controle de movimentos, aprendizado, cognição e memória.
-
A noradrenalina regula atividades como o sono e as emoções causando sensação de bem-estar. Também relaciona-se com processos cognitivos de aprendizagem, criatividade e memória.
Alguns smart drugs, como a Creatina e o DHA, podem ser encontrados no comércio, sendo vendidas como suplementos alimentares. Outras, como a Homotaurina e o Lion’s Mane, devem ser prescritas por médicos e podem ser manipuladas.
Apesar da popularidade e da facilidade, ao fazer o uso de nootrópicos recomenda-se que se procure um médico de confiança para estabelecer metas e ouvir recomendações. Nosso organismo pode, sem dúvida, precisar de ajuda externa de vez em quando, contudo, é importante lembrar que é essencial manter o equilíbrio e bom senso para não trazer prejuízos em vez de benefícios. (Fonte: longevidadesaudavel.com.br)
Deixe o seu comentário