Jerusalém tem um papel importante no judaísmo, cristianismo e islamismo. O livro anual de estatística de Jerusalém listou 1.204 sinagogas, 158 igrejas e 73 mesquitas. A cidade é sagrada para os judeus desde que o Rei Davi a proclamou como sua capital no 10º século a.C., sendo o local do Templo de Salomão e do Segundo Templo. Hoje, o Muro das Lamentações, um remanescente do muro que contornava o Segundo Templo, é o segundo local sagrado para os judeus, perdendo apenas para o Santo dos Santos, no próprio Monte do Templo.
Sinagogas ao redor do mundo são tradicionalmente construídas com o seu arco sagrado voltado para Jerusalém, e arcos dentro de Jerusalém voltado para o Santo dos Santos. Como prescrito no Mixná e codificado no Shulkhan Arukh, orações diárias são recitadas em direção a Jerusalém e ao Monte do Templo. Muitos judeus têm placas de "Mizrach" (Oriente) penduradas em uma parede de suas casas para indicar a direção da oração.
Peregrinação ao Gólgota
O cristianismo reverencia Jerusalém não apenas pela história do Antigo Testamento mas também por sua significância na vida de Jesus. De acordo com o Novo Testamento, Jesus foi levado para aquela cidade logo após seu nascimento.
O Cenáculo — que se acreditava ser o local da última ceia de Jesus, é localizado no Monte Sião no mesmo prédio que abriga o Túmulo de David. Outro lugar proeminente cristão em Jerusalém é o Gólgota, o local da crucificação.
O Evangelho de João o descreve como sendo localizado fora de Jerusalém, mas evidências arqueológicas recentes sugerem que o Gólgota fica a uma curta distância do muro da Cidade Antiga, dentro dos limites atuais da cidade. O espaço ocupado pelo Santo Sepulcro é considerado um dos principais candidatos para o Gólgota e tem sido um local de peregrinação de cristãos pelos últimos dois mil anos.
Da Meca para o Monte do Templo
O islamismo considera Jerusalém a terceira cidade sagrada. Aproximadamente um ano antes de ser permanentemente trocada por Caaba, em Meca, a quibla (direção da oração) para os muçulmanos era Jerusalém. A permanência da cidade no Islão, entretanto, é primariamente de acordo com a Noite de Ascensão de Maomé (620 d.C.).
Os muçulmanos acreditam que Maomé foi miraculosamente transportado, em uma noite, de Meca para o Monte do Templo, em Jerusalém, aonde ele ‘ascendeu ao Paraíso’ para encontrar os profetas anteriores do Islão.
O primeiro verso no Al-Isra do Alcorão registra o destino da jornada de Maomé como a mesquita de al-Aqsa (a mais distante), em referência à sua localização em Jerusalém. Hoje, o Monte do Templo é coberto por dois marcos islâmicos para comemorar o evento — A Mesquita de Al-Aqsa, derivada do nome mencionado no Alcorão, e a Cúpula da Rocha, que fica em cima da Pedra Fundamental, na qual os muçulmanos acreditam que Maomé ascendeu ao céu.
Muro das Lamentações
O Muro das Lamentações é o único vestígio do antigo Templo de Herodes, erguido por ele, no lugar do Templo de Jerusalém inicial. É a parte que restou de um muro de arrimo que servia de sustentação para uma das paredes do edifício principal e que em si mesmo, não integrava o templo que foi destruído pelo general Tito, que depois se tornaria imperador romano, no ano 70 d.C.
Muitos fiéis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local era chamado de Mughrabi Quarter ou o Quarteirão Marroquino, de onde, por ordem do prefeito de Jerusalém, 135 famílias árabes foram removidas para a abertura da esplanada do Muro.
Os restos que hoje existem datam da época de Herodes, que mandou construir grandes muros de contenção em redor do monte Moriá, ampliando a pequena esplanada sobre a qual foram edificados o Primeiro e o Segundo Templo de Jerusalém, formando o que hoje se designa como a Esplanada das Mesquitas.
Conceitos em comum das três principais religiões do mundo
As três principais religiões abraâmicas têm certas semelhanças. Todas são monoteístas e concebem Deus como uma figura de um criador transcendente e a fonte da lei moral. As características de suas narrativas sagradas partilham muitos dos mesmos valores, histórias e lugares, embora muitas vezes apresente-os com diferentes funções, perspectivas e significados.
Elas também têm muitas diferenças internas com base em detalhes de doutrina e prática. Às vezes e em vários locais, as diferentes religiões, e alguns dos ramos dentro da mesma religião básica, têm estado em um conflito amargo com o outro na medida de guerra e derramamento de sangue.
CRISTIANISMO
Igreja Católica Apostólica Romana. Com sede no Vaticano, pretende ser uma religião universal, para todos os povos, raças e culturas, com o maior número de adeptos possível. Acredita em Jesus Cristo como o filho de Deus e segue a autoridade do Papa.
JUDAÍSMO
Os principais preceitos estão em um livro de origem divina, a Torá, ou a Lei Escrita, formada por cinco livros, o Pentateuco. Outro livro sagrado, o Talmude, reúne comentários sobre a Lei Oral. Os judeus acreditam em um deus único que vai enviar um messias que há de trazer uma vida melhor para todos.
ISLAMISMO
Crê na existência de Alá como o único e verdadeiro deus e em Muhamad (Maomé) como seu profeta. O livro sagrado é o Alcorão, e os muçulmanos seguem cinco pilares fundamentais:
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Aceitar Alá como deus único e verdadeiro e Muhamad como seu profeta;
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Orar cinco vezes ao dia em direção à Meca, lugar sagrado para o islamismo;
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Pagar o tributo, Zakat, que corresponde a 2,5% do total de renda anual do muçulmano uma vez por ano para caridade;
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Jejuar no mês de Ramadã, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e o anoitecer;
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Fazer uma peregrinação à Meca, pelo menos uma vez na vida. As mulheres devem andar cobertas para serem honradas e respeitadas. Permite o divórcio para homens e mulheres e a poligamia (até quatro mulheres) para os homens.
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