Jerusalém: a cidade sagrada fundada pelo rei David no século 10 a.C.

Cristãos a reverenciam por sua significância na vida de Jesus; para os muçulmanos é a terceira cidade sagrada
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
por Jornal A Voz da Serra
Jerusalém: a cidade sagrada fundada pelo rei David no século 10 a.C.

Jerusalém tem um papel importante no judaísmo, cristianismo e islamismo. O livro anual de estatística de Jerusalém listou 1.204 sinagogas, 158 igrejas e 73 mesquitas. A cidade é sagrada para os judeus desde que o Rei Davi a proclamou como sua capital no 10º século a.C., sendo o local do Templo de Salomão e do Segundo Templo. Hoje, o Muro das Lamentações, um remanescente do muro que contornava o Segundo Templo, é o segundo local sagrado para os judeus, perdendo apenas para o Santo dos Santos, no próprio Monte do Templo.

Sinagogas ao redor do mundo são tradicionalmente construídas com o seu arco sagrado voltado para Jerusalém, e arcos dentro de Jerusalém voltado para o Santo dos Santos. Como prescrito no Mixná e codificado no Shulkhan Arukh, orações diárias são recitadas em direção a Jerusalém e ao Monte do Templo. Muitos judeus têm placas de "Mizrach" (Oriente) penduradas em uma parede de suas casas para indicar a direção da oração.

Peregrinação ao Gólgota

O cristianismo reverencia Jerusalém não apenas pela história do Antigo Testamento mas também por sua significância na vida de Jesus. De acordo com o Novo Testamento, Jesus foi levado para aquela cidade logo após seu nascimento. 

O Cenáculo — que se acreditava ser o local da última ceia de Jesus, é localizado no Monte Sião no mesmo prédio que abriga o Túmulo de David. Outro lugar proeminente cristão em Jerusalém é o Gólgota, o local da crucificação. 

O Evangelho de João o descreve como sendo localizado fora de Jerusalém, mas evidências arqueológicas recentes sugerem que o Gólgota fica a uma curta distância do muro da Cidade Antiga, dentro dos limites atuais da cidade. O espaço ocupado pelo Santo Sepulcro é considerado um dos principais candidatos para o Gólgota e tem sido um local de peregrinação de cristãos pelos últimos dois mil anos.

Da Meca para o Monte do Templo

O islamismo considera Jerusalém a terceira cidade sagrada. Aproximadamente um ano antes de ser permanentemente trocada por Caaba, em Meca, a quibla (direção da oração) para os muçulmanos era Jerusalém. A permanência da cidade no Islão, entretanto, é primariamente de acordo com a Noite de Ascensão de Maomé (620 d.C.). 

Os muçulmanos acreditam que Maomé foi miraculosamente transportado, em uma noite, de Meca para o Monte do Templo, em Jerusalém, aonde ele ‘ascendeu ao Paraíso’ para encontrar os profetas anteriores do Islão. 

O primeiro verso no Al-Isra do Alcorão registra o destino da jornada de Maomé como a mesquita de al-Aqsa (a mais distante), em referência à sua localização em Jerusalém. Hoje, o Monte do Templo é coberto por dois marcos islâmicos para comemorar o evento — A Mesquita de Al-Aqsa, derivada do nome mencionado no Alcorão, e a Cúpula da Rocha, que fica em cima da Pedra Fundamental, na qual os muçulmanos acreditam que Maomé ascendeu ao céu.

Muro das Lamentações

O Muro das Lamentações é o único vestígio do antigo Templo de Herodes, erguido por ele, no lugar do Templo de Jerusalém inicial. É a parte que restou de um muro de arrimo que servia de sustentação para uma das paredes do edifício principal e que em si mesmo, não integrava o templo que foi destruído pelo general Tito, que depois se tornaria imperador romano, no ano 70 d.C.

Muitos fiéis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local era chamado de Mughrabi Quarter ou o Quarteirão Marroquino, de onde, por ordem do prefeito de Jerusalém, 135 famílias árabes foram removidas para a abertura da esplanada do Muro. 

Os restos que hoje existem datam da época de Herodes, que mandou construir grandes muros de contenção em redor do monte Moriá, ampliando a pequena esplanada sobre a qual foram edificados o Primeiro e o Segundo Templo de Jerusalém, formando o que hoje se designa como a Esplanada das Mesquitas.

Conceitos em comum das três principais religiões do mundo

As três principais religiões abraâmicas têm certas semelhanças. Todas são monoteístas e concebem Deus como uma figura de um criador transcendente e a fonte da lei moral. As características de suas narrativas sagradas partilham muitos dos mesmos valores, histórias e lugares, embora muitas vezes apresente-os com diferentes funções, perspectivas e significados.

Elas também têm muitas diferenças internas com base em detalhes de doutrina e prática. Às vezes e em vários locais, as diferentes religiões, e alguns dos ramos dentro da mesma religião básica, têm estado em um conflito amargo com o outro na medida de guerra e derramamento de sangue.

CRISTIANISMO

Igreja Católica Apostólica Romana. Com sede no Vaticano, pretende ser uma religião universal, para todos os povos, raças e culturas, com o maior número de adeptos possível. Acredita em Jesus Cristo como o filho de Deus e segue a autoridade do Papa.

JUDAÍSMO

Os principais preceitos estão em um livro de origem divina, a Torá, ou a Lei Escrita, formada por cinco livros, o Pentateuco. Outro livro sagrado, o Talmude,  reúne comentários sobre a Lei Oral. Os judeus acreditam em um deus único que vai enviar um messias que há de trazer uma vida melhor para todos. 

ISLAMISMO

Crê na existência de Alá como o único e verdadeiro deus e em Muhamad (Maomé) como seu profeta. O livro sagrado é o Alcorão, e os muçulmanos seguem cinco pilares fundamentais: 

  • Aceitar Alá como deus único e verdadeiro e Muhamad como seu profeta; 

  •  Orar cinco vezes ao dia em direção à Meca, lugar sagrado para o islamismo; 

  • Pagar o tributo, Zakat, que corresponde a 2,5% do total de renda anual do muçulmano uma vez por ano para caridade; 

  • Jejuar no mês de Ramadã, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e o anoitecer; 

  • Fazer uma peregrinação à Meca, pelo menos uma vez na vida. As mulheres devem andar cobertas para serem honradas e respeitadas. Permite o divórcio para homens e mulheres e a poligamia (até quatro mulheres) para os homens.

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: