Jayme Periard comemora 40 anos de carreira com a peça “A Quebra”

Com concepção do ator, o espetáculo tem como tema central os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica, pela primeira vez abordados no teatro
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
Em 2018, Periard atuou na série O Mecanismo (Netflix) e participou da série Carcereiros (TV Globo) (Foto: Acervo Pessoal)
Em 2018, Periard atuou na série O Mecanismo (Netflix) e participou da série Carcereiros (TV Globo) (Foto: Acervo Pessoal)

Em comemoração aos 40 anos de carreira, o ator Jayme Periard estreia o espetáculo “A Quebra”, em setembro, no Teatro das Artes, no Rio. Concebida pelo próprio ator, com dramaturgia de Regiana Antonini, a peça leva o público a refletir sobre os inúmeros casos de abuso sexual contra menores na Igreja Católica. 

Amplamente retratadas em documentários e filmes, e pela cobertura da imprensa mundial nos últimos anos, o tema será apresentado, pela primeira vez, no teatro. Direção também assinada pelo ator, Periard ressalta a importância do teatro nessa discussão.  

“Essa questão, associada à minha origem e formação católica, e a grande luta do Papa Francisco contra esses abusos foram determinantes para a escolha do tema que queria encenar”, conta ele, que fará o seu primeiro monólogo. O texto, criado a partir de casos reais, não é um manifesto contra a Igreja Católica, “mas uma reflexão sobre essa terrível e cruel realidade nas últimas décadas”, frisa o autor.

O espetáculo

O texto se desenvolve a partir de uma reportagem sobre suicídio entre jovens. Um jornalista descobre uma teia de pedofilia no seio da maior organização religiosa do mundo, e sua denúncia revela os sacerdotes abusadores e aqueles que os protegem, através do relato sensível e sincero de uma das vítimas.

Jayme Periard se reveza entre quatro personagens: o cardeal, o jornalista, o padre e a vítima, e através deles, o silêncio que paira sobre os crimes. Cuidadoso, reitera: “Importante reforçar — não é contra a Igreja Católica. E sim, um convite para pensar nessa questão que vem sendo a principal luta do Papa Francisco em seu pontificado”.

62 anos de vida… 

Jayme Periard nasceu em Niterói e com um ano de idade veio para Friburgo, onde passou toda a infância e adolescência. “Estudei no Jardim de Infância, com D. Jandira, no primário do Colégio Externato São José, e depois no Colégio Anchieta. Aos 18 anos fui para o Rio de Janeiro”, conta.

Seu primeiro contato com o teatro foi aos seis anos de idade, através dos tios Carlos e Irapuan Guimarães, e o primo João Carlos Cortes, que faziam parte do Gama — Grupo de Arte, Movimento e Ação, “um importante grupo de teatro da cidade. Eles me levavam para acompanhar os ensaios e assistir os espetáculos da cabine de luz e projeção”. 

Aos 13 anos entrou para o Taca — Teatro Amador do Colégio Anchieta. Pouco depois, atuou na montagem de um musical sobre São Francisco de Assis. “Frei Leão foi meu primeiro personagem no teatro. Recentemente, pude voltar ao colégio e pisar novamente naquele palco tão especial e importante para minha carreira, o tablado onde tudo começou. Impossível descrever a emoção e alegria que senti, ao ver que pouca coisa mudou depois de tanto tempo”, conta. 

… 40 de carreira

Em sua trajetória de quatro décadas, Periard acumula sucessos entre novelas a minisséries nas redes Globo, Record, Bandeirantes, SBT e na extinta Manchete. Na Globo fez A gata comeu (1985), Roda de fogo (1986), Brega & Chique (1987), Mandala (1987), Despedida de solteiro (1992), O Portador (1991); na extinta Manchete, Dona Beija (1986), Xica da Silva (1996), Mandacaru (1997). No SBT, Amor e revolução (2011), e na Record, Escrava mãe (2016). Além de produzir, dirigir e atuar em várias peças de teatro.

“Comemorar 40 anos de carreira é uma felicidade imensa! E mais do que tudo, esse espetáculo celebra os encontros que tive durante toda essa trajetória. Não só com os grandes diretores e atores com quem contracenei e aprendi, mas, também, com os técnicos, produtores, figurinistas, iluminadores, cenógrafos, maquiadores, enfim, todos que fazem parte desse universo fascinante de ‘contar histórias’. Tive o privilégio de ter vivido momentos áureos da TV brasileira e do teatro produzido a partir dos anos 80. Foram 40 anos bem aproveitados, bem vividos e com personagens que me enriqueceram muito”, resume. 

Sempre aberto a novidades e um estudioso das artes cênicas, Periard decidiu encarar o novo desafio de fazer o seu primeiro monólogo.

“Quando comecei a conceber A Quebra, esse formato se impôs e me trouxe um grande estímulo. Tem sido uma experiência maravilhosa”, encerra.

SERVIÇO

“A Quebra”

  • Estreia -  04 de Setembro
  • Teatro das Artes – Rua Marquês de São Vicente 52 (Shopping da Gávea)
  • Segundas e terças-feiras, às 20h
  • Entrada: R$ 80 e R$ 40 (meia)
  • Duração: 70 minutos
  • Classificação: 16 anos
  • Curta temporada: até 26 de setembro
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