A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Nova Friburgo (Deam-NF) informou que João Carlos Hottz, 45 anos, confessou a autoria do assassinato da ex-companheira Marcelle Monteiro, 37 anos, ocorrido na segunda-feira, 14, na Estrada do Sítio Azul, no distrito de Mury. Ele foi preso ainda dentro do prazo de flagrante no dia seguinte ao crime, no município vizinho de Teresópolis. Com isso, João Carlos responderá pelo crime de feminicídio. Ele disse em depoimento à polícia que a vítima foi morta com golpes de canivete e teve o corpo queimado.
O corpo de Marcelle foi encontrado na manhã de segunda-feira em um barranco, próximo a um veículo incendiado. “A mulher estava com perfurações no tórax, não sendo possível evidenciar sangue no local, e lesões no rosto e na cabeça que aparentavam ser de queimaduras”, disse a porta-voz do 11º BPM.
Ainda de acordo com informações apuradas pelo batalhão, a vítima teria discutido, mais cedo, com o ex-companheiro. Uma amiga da vítima revelou ao site G1 que ela estava solteira, criava a filha de 13 anos sozinha e morava próximo aos pais. “Era uma pessoa trabalhadora, tanto é que estava se preparando para cursar enfermagem. Ela atuava como cuidadora de idosos. Tirou a carteira de habilitação, comprou o carro, era uma guerreira”, contou a amiga.
O ex-companheiro foi preso em Teresópolis, na localidade rural conhecida como Vale Alpino, por volta das 6h20, próximo à casa de um dos filhos. Segundo informações da polícia, João Carlos teria tentado suicídio, ingerindo veneno. Ele foi conduzido para a UPA de Teresópolis e, posteriormente, à 110ª DP, onde foi feito o auto de flagrante. A prisão foi realizada por PMs de Teresópolis.
Este foi mais um caso de feminicídio que assustou Nova Friburgo. Na semana passada foi a júri popular no fórum do município, Rodrigo Marotti, acusado de ter assassinado Alessandra Vaz e Daniela Mousinho, também em Mury. Ambas foram trancadas em uma casa, em 2019, e tiveram os corpos queimados com o incêndio no imóvel. Alessandra e Daniela morreram dias depois. Marotti foi condenado pelo crime de incêndio que resultou em morte.
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