A primeira correspondência escrita no Brasil foi a famosa carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, relatando a D. Manoel, rei de Portugal, a descoberta do Brasil.
Oficialmente o correio foi criado no Brasil em 1663, com a criação do Correio-mor do Mar ao tempo de D. João VI, com a nomeação de João Cavaleiro Cardoso para o cargo. Em 1798 foi criado o Correio Marítimo para o Brasil, com viagens regulares entre Portugal e Brasil e os correios terrestres, para distribuição nas cidades do interior.
Em 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil novos regulamentos foram baixados e em 1829, já independente, o Brasil teve o seu Regulamento do Correio do Império do Brasil. O correio para o exterior, era praticado por meio de Portugal e o correio interno, era feito através dos rios e de mensageiros especiais, a pé, a cavalo e, posteriormente, por ferrovias.
Foi D. Pedro II, com seu espírito progressista, que aprovou a reforma postal brasileira, proposta em 1838, autorizada em 1841 e colocada em prática em 1842, logo após a pioneira reforma inglesa.
Surge o selo postal
Desde o início dos serviços postais, era o destinatário e não o remetente que pagava o custo do transporte, geralmente uma taxa estipulada em função da distância e/ou das dificuldades de transporte, não sendo este custo acessível a toda a população. Houve, inclusive, algumas tentativas de se alterar o sistema.
Dá para imaginar os problemas que os transportadores encontravam pois os destinatários não eram obrigados a receber a carta e o prejuízo era certo. E ficou ainda pior com a Revolução Industrial e o consequente aumento do intercâmbio comercial e do volume de correspondências.
Em 1837, o inglês, Rowland Hill observou que alguns destinatários não queriam receber sua correspondência. Investigando a questão, descobriu que o remetente colocava sinais em código na parte externa das cartas, transmitindo as notícias aguardadas. Desta forma, o destinatário tomava conhecimento do seu conteúdo e recusava tanto o seu recebimento, quanto o pagamento do transporte. O prejuízo ficava por conta dos correios ou dos transportadores.
Pagamento antecipado
Então, Hill sugeriu ao governo inglês a adoção do pagamento antecipado do porte das cartas: um tipo de recibo seria colado à correspondência, no formato de um pequeno quadrado de papel (o selo), que devia ser inutilizado com um carimbo, indicando o local de origem e a data de postagem, de modo a impossibilitar seu reaproveitamento.
Em 3 de dezembro de 1839, uma lei inglesa estabeleceu a chamada "reforma postal", pela qual o governo assumiu totalmente o controle e administração dos serviços postais e, em maio de 1840, a Inglaterra emitiu o primeiro selo postal, reproduzindo a figura da rainha na época, Vitória. O selo ficou conhecido como "Penny Black".
O novo sistema foi um sucesso e os demais países logo aderiram, tendo o Cantão de Zurique, na Suíça, emitido o segundo selo postal a 23 de janeiro de 1843. Mas, antes disso, em 30 de novembro de 1841, no Brasil, foi aprovada a lei que instituía o uso do selo postal, nos moldes da reforma inglesa.
Pioneirismo brasileiro
Desta forma, na verdade, o país foi o segundo a fazê-lo, mas a emissão dos primeiros três selos postais nacionais só ocorreu em 1º de agosto de 1843, nos valores de 30, 60 e 90 réis, passando, assim, a ser considerado o terceiro país a emitir selos. O primeiro selo, o mais famoso do Brasil, é conhecido como "Olho de Boi" pela sua semelhança com os olhos do animal. Para colecionadores de todo o mundo, esse selo é uma das preciosidades da filatelia.
(Fonte: Associação Brasileira de Filatelia Temática)
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