A história de um alimento sagrado

O pão e o valor do panificador
sábado, 11 de julho de 2020
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

Pão já foi moeda de troca e pagava salários: um dia de trabalho valia três pães e dois vasos grandes de cerveja. Era assim no Antigo Egito. A posição social de uma pessoa podia ser percebida pela cor do pão que ela consumia. Por exemplo, pão preto representava baixa posição social, enquanto pão branco, alta posição social. 

Por que? Porque o processo de refino da farinha branca era mais caro. Mas o tempo, como sempre, o tempo se encarrega de alterar paladares e criar tendências, que faz tudo trocar de lugar. Hoje, o pão preto é mais caro e preferido por muitos devido ao seu valor nutritivo.

Lá se vão séculos, milênios, desde que esse alimento sagrado, bom frisar, em sua constante evolução, reina absoluto em nossas mesas desde as primeiras horas do dia. Pois bem, o profissional que não deixa que falte o pão nosso de cada dia, tem data para ser comemorado: 8 de julho. A ele, ao padeiro, dedicamos esta edição, a esse trabalhador que enche o nosso café da manhã de sabor e energia, e por que não dizer, carinho. 

Cerca de 2.500 a.C os egípcios já dominavam a fabricação de bolos e pães, misturando farinha de centeio e de trigo em recipientes de barro. As técnicas foram se popularizando e o ofício de fazer pães passou a ser encarado como arte. E como tal, se reinventava com novos ingredientes, como a inclusão de fermento, água e farinha peneirada. E assim, a cada novidade, iam surgindo novas formas de fazer pão. 

Durante um tempo os pães eram feitos só por mulheres, até que os homens se fizeram “padeiros” e diversificaram as receitas: começaram a temperar as massas com frutas, ervas, nozes e outros ingredientes. As novas técnicas e a profissão foram difundidas pela Grécia, pela Itália e logo ganharam o mundo… 

Nem pandemia é capaz de abalar uma padaria

Aqui, as panificadoras se multiplicaram e se diversificaram. Assim como a produção caseira de Nova Friburgo, que é farta em padeiros(as) com seus “negócios de família”. Por aqui, as receitas caseiras são a base de novas empresas de produtos artesanais. 

O mercado de padarias está mais aquecido devido à mudança no perfil do consumidor e à entrada de novos empresários no setor de panificação. A produção de pães vem aumentando graças a abertura de novas padarias, cafeterias e modernas lanchonetes. O resultado é a valorização do profissional que além do fabrico do pão tradicional, acrescenta ingredientes salgados ou doces, recheados ou apenas com novos formatos e mais fofos. E ainda diversifica fazendo bolos, tortas, biscoitinhos, salgadinhos, enfim, uma diversidade que atende todo tipo de demanda. Resumindo, a figura do popular padeiro, oficialmente identificado como panificador, é aquele profissional que vara a madrugada criando mil e uma delícias.

Resumindo, o sucesso de qualquer estabelecimento comercial depende da capacidade de atrair e conquistar a simpatia dos clientes, o que não depende apenas dos proprietários. Em se tratando das padarias, o responsável pela elaboração dos produtos, o senhor padeiro, exerce um importante papel nessa empreitada, uma vez que a qualidade dos produtos é um dos itens que mais pesam na avaliação dos consumidores.

E para atuar nesse mercado, o profissional requer especial técnica e treinamento, além da vocação, do talento, do prazer de fazer o que faz. Devidamente capacitado, o padeiro conquista não somente prestígio para a padaria na qual trabalha, como também conquista e garante a fidelidade de seus clientes. Disso resultam o respeito e a nossa dependência deles, os padeiros.  

 

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