(Foto: Banco de imagens)
Essa dependência da internet para aprender tarefas básicas, que antes eram ensinadas no convívio familiar, gera um fenômeno de autonomia fragilizada. “Há um desejo pela autonomia instrumental, por isso há uma mobilização pela busca por informações básicas sobre atividades do dia a dia, contudo, a busca por esta autonomia estando sempre associada à internet gera uma autonomia fragilizada, demonstrando insegurança subjetiva importante e medo excessivo”, alerta a psicóloga. Aprendizado familiar Outro ponto importante destacado pela psicóloga é o impacto emocional e social da substituição do contato intergeracional — com pais, avós e professores — pela busca solitária em ferramentas digitais como Google e YouTube. “Recorrer a familiares, professores, entre outros, para adquirir algum aprendizado não diz respeito apenas à transmissão e obtenção de informações, há também a mediação de afetos, sentimentos de pertencimento e validações. Se esses vínculos se enfraquecem, isso pode acarretar isolamento afetivo, ausência ou empobrecimento de trocas e vínculos afetivos”, explica Amanda.
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A professora lembra ainda que a ausência do contato intergeracional pode aumentar a insegurança e a baixa autoestima, dificultando o diálogo entre pessoas de diferentes gerações e ampliando sentimentos de solidão e desamparo. “Reconhecendo que a mediação humana continua sendo insubstituível para o amadurecimento emocional, ganho de autonomia e segurança”, pontua. No Brasil, a busca por respostas na internet vai além do simples ato de encontrar informações — tornou-se um guia essencial na jornada do consumidor. A pesquisa que acompanhou o uso da Busca Google por 14 pessoas durante dois meses em cidades como São Paulo, Curitiba e Recife mostra que usuários da geração Z se sentem confiantes e guiados pela plataforma, que também ampliou seus recursos com inteligência artificial para melhor compreender o contexto das perguntas.
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Essa transformação digital expressa um movimento global, observado também nos Estados Unidos, onde o uso de plataformas como YouTube para aprender habilidades práticas já é consolidado. Segundo dados do Pew Research, mais da metade dos usuários de YouTube, nos EUA, usam a plataforma para “descobrir como fazer coisas que nunca fizeram antes”. No TikTok, conteúdos sobre limpeza e cuidados domésticos também figuram entre os mais populares. A Geração Z, que hoje representa cerca de 30% da população brasileira, é a principal protagonista desse cenário — conectada, informada, porém também mais ansiosa e cautelosa diante dos desafios da vida adulta.
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