O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, reafirmou, no fim da tarde de sexta-feira, 28, que o Governo do Estado do Rio está preparado para as ações de enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o secretário, 17 casos são tratados como suspeitos e estão sendo monitorados pelas autoridades sanitárias - em Friburgo são três, porém apenas um já contabilizado pelo Estado. Ele garantiu que não há caso confirmado em território fluminense e disse que a Secretaria de Polícia Civil já está atuando para identificar possíveis autores de fake news em relação à doença.
“Não temos caso confirmado de coronavírus no Rio de Janeiro. O único caso confirmado no Brasil é o de São Paulo. Além disso, não há evidência, até o momento, de que o coronavírus esteja circulando em nosso meio, quer seja no Brasil, mesmo em São Paulo, ou no Rio de Janeiro. Isso é muito importante, porque muda significativamente as medidas que precisamos adotar. É diferente receber casos que vieram de fora, ou seja, importados de maneira isolada, do que ter o vírus circulando em nosso meio, com uma transmissão sustentada no próprio estado. No Rio de Janeiro, não temos isso”, reafirmou o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos.
A estratégia do Governo do Rio, que segue os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, é ter a Secretaria Estadual de Saúde como ponto focal das informações sobre o novo coronavírus. O alerta é para o combate às fake news, que podem gerar pânico na população e até mesmo atrapalhar o planejamento para enfrentar uma possível epidemia no estado.
“Um dos objetivos neste momento é também o combate às notícias falsas. Eu serei o porta-voz das notícias boas ou más. Quero deixar isso claro para a população do Estado do Rio de Janeiro. Não existe a possibilidade de o vírus chegar ao estado ou, em outro momento, estar circulando e a Secretaria estadual de Saúde não vir a público assumir. Isso é para que se tenha uma única voz no Estado, que está em perfeita harmonia com o Ministério da Saúde”, garantiu o secretário.
Casos suspeitos
Dos 17 casos suspeitos, oito são na capital (sendo seis residentes e dois estrangeiros). Niterói (4), Maricá (1), Macaé (1), Nova Friburgo (1), Resende (1) e Nova Iguaçu (1 estrangeiro) são as demais cidades fluminenses com suspeita do Covid-19. Além dos sintomas respiratórios, os pacientes têm histórico de viagem para países com circulação ativa do vírus.
Cabe ressaltar que a Subsecretaria de Vigilância em Saúde de Nova Friburgo já anunciou que o números de casos suspeitos no município subiu para três (sendo duas mulheres e um homem), apesar dos dados ainda não constarem na listagem oficial do Estado. Desses, dois estavam em um cruzeiro com destino à Argentina, que tinha diversos passageiros de origem italiana, país europeu com o maior número de casos confirmados da doença. O outro paciente com suspeita de coronavírus retornou de uma viagem à Alemanha. Os dois que estão em isolamento domiciliar foram atendidos na rede particular do município (um no Hospital Unimed e outro no Hospital São Lucas). O outro segue internado no Hospital Municipal Raul Sertã.
Casos notificados x Casos suspeitos
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, o esclarecimento da população é necessário para que o pânico não se instale. Ele lembra que o Rio de Janeiro está no nível 0, em uma escala de zero a três, quando há casos importados notificados ou confirmados. Santos ainda ressalta que é preciso também diferenciar os casos notificados de suspeitos.
“É absolutamente normal que o nervosismo faça aparecer muitas notificações. Mas quero esclarecer a diferença entre o que é uma notificação e uma suspeita de contaminação pelo vírus. Toda vez que chega alguém com a possibilidade de infecção respiratória, com febre, tosse e falta de ar, o profissional de saúde pode notificar o departamento de vigilância sanitária municipal ou estadual sobre aquele caso. Mas ele não se torna um caso suspeito apenas pela notificação. A definição de suspeita é a de pessoas que estiveram em área de contágio e apresentaram febre e mais outro sintoma de problema respiratório. Ou ainda pessoas que tiveram contato direto com quem teve infecção confirmada pelo coronavírus e que passou a apresentar febre e outro sintoma de problema respiratório”, esclareceu Edmar Santos.
Combate às fake News
O diretor de Polícia Especializada da Secretaria de Polícia Civil, delegado Delmir da Silva Gouvea, afirmou que investigações estão em curso para apurar a disseminação de notícias falsas na internet.
“Infelizmente, nestes momentos de crise, há pessoas que se aproveitam para difundir notícias falsas, causando pânico e tumulto na população. Esse fato é tipificado criminalmente e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, está atuando a fim de identificar qualquer pessoa que pratique qualquer ato que venha a produzir pânico ou tumulto. Esses atos são de formas diversas, especialmente fake news, quando um fato, que é apenas uma suspeita, passa a ser um fato concreto. A divulgação certa e precisa vai auxiliar no tratamento das pessoas que vierem precisar”, declarou o delegado.
Medidas de prevenção
- Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;
- Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir;
- Evitar ambientes com muita aglomeração;
- Utilizar álcool em gel nas mãos.
O que fazer em caso de suspeita (se estiver com febre ou sintomas respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus):
- Cubra o rosto com máscara cirúrgica;
- Vá à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais próxima;
- Siga as orientações dos profissionais de saúde;
- Siga as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos.
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