Governo do Estado reforça ações de enfrentamento ao coronavírus

São 17 casos suspeitos no Estado. Em Friburgo são três, porém apenas um já contabilizado pelo Estado. Plano de contingência prevê hospital com 75 leitos, se necessário
sábado, 29 de fevereiro de 2020
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Reprodução Internet)
(Foto: Reprodução Internet)

O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, reafirmou, no fim da tarde de sexta-feira, 28, que o Governo do Estado do Rio está preparado para as ações de enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o secretário, 17 casos são tratados como suspeitos e estão sendo monitorados pelas autoridades sanitárias - em Friburgo são três, porém apenas um já contabilizado pelo Estado. Ele garantiu que não há caso confirmado em território fluminense e disse que a Secretaria de Polícia Civil já está atuando para identificar possíveis autores de fake news em relação à doença.

“Não temos caso confirmado de coronavírus no Rio de Janeiro. O único caso confirmado no Brasil é o de São Paulo. Além disso, não há evidência, até o momento, de que o coronavírus esteja circulando em nosso meio, quer seja no Brasil, mesmo em São Paulo, ou no Rio de Janeiro. Isso é muito importante, porque muda significativamente as medidas que precisamos adotar. É diferente receber casos que vieram de fora, ou seja, importados de maneira isolada, do que ter o vírus circulando em nosso meio, com uma transmissão sustentada no próprio estado. No Rio de Janeiro, não temos isso”, reafirmou o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos.

A estratégia do Governo do Rio, que segue os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, é ter a Secretaria Estadual de Saúde como ponto focal das informações sobre o novo coronavírus. O alerta é para o combate às fake news, que podem gerar pânico na população e até mesmo atrapalhar o planejamento para enfrentar uma possível epidemia no estado.

“Um dos objetivos neste momento é também o combate às notícias falsas. Eu serei o porta-voz das notícias boas ou más. Quero deixar isso claro para a população do Estado do Rio de Janeiro. Não existe a possibilidade de o vírus chegar ao estado ou, em outro momento, estar circulando e a Secretaria estadual de Saúde não vir a público assumir. Isso é para que se tenha uma única voz no Estado, que está em perfeita harmonia com o Ministério da Saúde”, garantiu o secretário.

Casos suspeitos

Dos 17 casos suspeitos, oito são na capital (sendo seis residentes e dois estrangeiros). Niterói (4), Maricá (1), Macaé (1), Nova Friburgo (1), Resende (1) e Nova Iguaçu (1 estrangeiro) são as demais cidades fluminenses com suspeita do Covid-19. Além dos sintomas respiratórios, os pacientes têm histórico de viagem para países com circulação ativa do vírus.

Cabe ressaltar que a Subsecretaria de Vigilância em Saúde de Nova Friburgo já anunciou que o números de casos suspeitos no município subiu para três (sendo duas mulheres e um homem), apesar dos dados ainda não constarem na listagem oficial do Estado. Desses, dois estavam em um cruzeiro com destino à Argentina, que tinha diversos passageiros de origem italiana, país europeu com o maior número de casos confirmados da doença. O outro paciente com suspeita de coronavírus retornou de uma viagem à Alemanha. Os dois que estão em isolamento domiciliar foram atendidos na rede particular do município (um no Hospital Unimed e outro no Hospital São Lucas). O outro segue internado no Hospital Municipal Raul Sertã.

Casos notificados x Casos suspeitos

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, o esclarecimento da população é necessário para que o pânico não se instale. Ele lembra que o Rio de Janeiro está no nível 0, em uma escala de zero a três, quando há casos importados notificados ou confirmados. Santos ainda ressalta que é preciso também diferenciar os casos notificados de suspeitos.

“É absolutamente normal que o nervosismo faça aparecer muitas notificações. Mas quero esclarecer a diferença entre o que é uma notificação e uma suspeita de contaminação pelo vírus. Toda vez que chega alguém com a possibilidade de infecção respiratória, com febre, tosse e falta de ar, o profissional de saúde pode notificar o departamento de vigilância sanitária municipal ou estadual sobre aquele caso. Mas ele não se torna um caso suspeito apenas pela notificação. A definição de suspeita é a de pessoas que estiveram em área de contágio e apresentaram febre e mais outro sintoma de problema respiratório. Ou ainda pessoas que tiveram contato direto com quem teve infecção confirmada pelo coronavírus e que passou a apresentar febre e outro sintoma de problema respiratório”, esclareceu Edmar Santos.

Combate às fake News

O diretor de Polícia Especializada da Secretaria de Polícia Civil, delegado Delmir da Silva Gouvea, afirmou que investigações estão em curso para apurar a disseminação de notícias falsas na internet.

“Infelizmente, nestes momentos de crise, há pessoas que se aproveitam para difundir notícias falsas, causando pânico e tumulto na população. Esse fato é tipificado criminalmente e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, está atuando a fim de identificar qualquer pessoa que pratique qualquer ato que venha a produzir pânico ou tumulto. Esses atos são de formas diversas, especialmente fake news, quando um fato, que é apenas uma suspeita, passa a ser um fato concreto. A divulgação certa e precisa vai auxiliar no tratamento das pessoas que vierem precisar”, declarou o delegado.

Medidas de prevenção

- Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;
- Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir;
- Evitar ambientes com muita aglomeração;
- Utilizar álcool em gel nas mãos. 

O que fazer em caso de suspeita (se estiver com febre ou sintomas respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus):

- Cubra o rosto com máscara cirúrgica;
- Vá à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais próxima;
- Siga as orientações dos profissionais de saúde;
- Siga as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos.

 

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