Glauber Braga chama Moro de “capanga da milícia de Bolsonaro”

Ministro revida chamando parlamentar de “desqualificado”. Audiência foi encerrada às pressas
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Glauber Braga chama Moro de “capanga da milícia de Bolsonaro”

O deputado federal com base eleitoral em Nova Friburgo, Glauber Braga (Psol), chamou o ministro da Justiça Sérgio Moro de “Capanga da milícia de BolsonarO” durante o  seu tempo de fala, quarta-feira, 12, durante uma audiência na Câmara Federal em Brasília, quarta-feira, 12, que debatia uma emenda à Constituição para regulamentar a prisão após condenação em segunda instância. O ministro revidou classificando Glauber como “desqualificado” e por conta do bate boca entre os envolvidos e o deputado federal Éder Mauro (PSD-PA), da base governista, a sessão foi suspensa pelo deputado Marcelo Ramos (PL-AM) que presidia a sessão. Ramos ainda tentou apaziguar os ânimos no plenário, mas optou por suspender os trabalhos após a discussão evoluir e Mauro, tentar agredir Glauber.

O debate em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) começou às 10h de quarta-feira e se estendeu pela tarde. Os parlamentares de oposição aproveitaram seus  tempos de fala para questionar Moro sobre outros temas, que respondeu a alguns questionamentos e preferiu o silêncio em outros.

O deputado friburguense foi um dos últimos a falar e não poupou ataques ao ministro da Justiça: “É lobo em pele de cordeiro. O senhor Sérgio foi muito bem treinado. Nas relações com o Projeto Ponte e nas visitas que fez ao Departamento de Estado. Mas o senhor é um capanga da milícia, do Bolsonaro”, disparou.

A frase não foi bem recebida pelos parlamentares aliados ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que protestaram. O parlamentar do Psol foi advertido pelo presidente da sessão que pediu uma “economia nos adjetivos”. Mesmo assim, Glauber continuou o ataque ao ministro. “O senhor Sérgio se apresenta de maneira polida, mas mente descaradamente. Toda vez que é questionado sobre o caso do Flávio (Bolsonaro), ele diz que é responsabilidade da polícia, da Justiça, do Ministério Público do Rio de Janeiro. Mas saiu um relatório da PF isentando Flávio de crimes no Rio. Me desculpe se não posso usar de polidez. Ele diz que a PF não tem nada a ver com o que ocorre no Rio, mas a primeira coisa que fez foi mandar a polícia para pressionar o porteiro em seu depoimento no condomínio do presidente da República. Essa atuação, de quem finge ser uma coisa, mas é outra, é atuação de lobo em pele de cordeiro. Está no exercício do MJ, blindando corruptos”, atacou Glauber.

E o ministro Sérgio Moro revidou: “O senhor não tem fato, não tem argumentos, o senhor só tem ofensas. O senhor é um desqualificado”, respondeu o ministro. O deputado Marcelo Ramos interrompeu a fala do ministro para adverti-lo, assim como fez ao deputado de Nova Friburgo. Na continuação de sua resposta, Moro afirmou que Glauber não tinha provas da acusação e não havia nada que desabonasse sua atuação. “A Polícia Federal fez uma investigação, eu sequer li esse relatório. Eu não interfiro no trabalho da Polícia Federal.”, disse Moro, sob os gritos de “mentira” proferidos por Glauber.

Após a fala do ministro iniciou-se um novo bate boca entre Glauber e o deputado Éder Mauro que atacou o parlamentar do Psol chamando sua mãe, a ex-prefeita de Nova Friburgo, Saudade Braga, de “bandida”, retrucando acusação de Glauber sobre Mauro pertencer ao clã de parlamentares milicianos. “A sua mãe é uma bandida”, gritou Mauro ao partir para cima de Glauber, no mesmo momento em que o presidente encerrava a sessão.

 

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