O Governo do Estado do Rio de Janeiro coordenou, na última quinta-feira, 10, a Operação Dois Irmãos em parceria com o Estado do Espírito Santo. A ação de combate a fraudes digitais e crimes contra o consumidor cumpriu mandados de busca e apreensão em Nova Friburgo e São Fidélis, além do município de Vila Velha-ES. A influenciadora digital MC Gaby e seu irmão foram presos em uma área nobre da cidade capixaba.
Operação Dois Irmãos mirou em e-commerce que não entregava as mercadorias compradas. Mais de mil teriam sido lesados
A Delegacia do Consumidor (Decon), da Polícia Civil, a Secretaria estadual de Defesa do Consumidor do Estado do Rio de Janeiro e os Procons dos dois estados atuaram em parceria. Os investigados tiveram R$ 1 milhão sequestrados pela Justiça, implicando no bloqueio de contas bancárias, desativação dos sites e perfis nas redes sociais da empresa, além da obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica pelos sócios.
“A atuação firme e coordenada dos agentes de inteligência, em conjunto com os nossos instrumentos de fiscalização, mostra que estamos atentos à evolução das atividades ilegais e prontos para defender os consumidores fluminenses”, afirmou o governador Cláudio Castro.
Atividade criminosa
Os proprietários da empresa investigada vendiam, pela internet, tênis de luxo a preços atrativos, mas a maioria dos produtos nunca foi entregue ou era falsificada. O esquema enganou mais de mil pessoas em diversos estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Tocantins, Rondônia e Distrito Federal.
As investigações começaram a partir de uma denúncia encaminhada à Secretaria de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro. Os alvos da operação foram uma influenciadora digital e seu irmão, proprietários do e-commerce. Entre os consumidores que chegaram a receber produtos houve relatos que os itens eram falsificados, usados ou danificados.
“Não há mais espaço para criminosos que se escondem no ambiente digital. O consumidor precisa saber que o Estado está atuando fortemente para garantir seus direitos”, destacou o secretário estadual de Defesa do Consumidor, do Rio de Janeiro, Gutemberg Fonseca.
Entre as denúncias, uma vítima contou que, após abandonar uma compra no site, foi procurada por um suposto atendente que ofereceu “ajuda” para concluir a transação. O pagamento, exigido via Pix, não teve qualquer comprovante — e o produto nunca foi entregue. Casos semelhantes foram registrados em todo o país.
Durante a ação também foram apreendidos mais de dez celulares, notebooks, CPUs, 15 cartões de crédito de diferentes instituições e mais de 100 relógios com indícios de falsificação. Todo o material será analisado e periciado pela Decon-RJ para aprofundar as investigações.
“O combate aos crimes contra o consumidor é prioridade absoluta da Sepol. Estamos atuando para que os responsáveis sejam punidos e para que a população esteja cada vez mais consciente dos riscos das compras em plataformas não confiáveis”, disse declarou o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, delegado Felipe Curi.
Ainda no cumprimento do mandado de busca na casa da influenciadora, localizada em área nobre de Vila Velha e com vista para o mar, os agentes encontraram o imóvel em péssimas condições de higiene, com fezes espalhadas pelos cômodos. No local, o filho de 10 anos da influenciadora estava sozinho. O Conselho Tutelar foi acionado, e a influenciadora e o irmão foram levados à delegacia para prestar depoimento.
Em coletiva realizada na Cidade da Polícia, o secretário Gutemberg Fonseca, o diretor do Departamento de Polícia Especializada, André Neves, o delegado da Decon, Wellington Vieira, e o subsecretário de Direitos Difusos, Claudir Rodrigues, destacaram o êxito da operação e a importância da integração entre os órgãos de segurança e defesa do consumidor dos dois estados.
Cuidados com compras online
As autoridades reforçaram que é essencial que o consumidor pesquise antes de realizar alguma compra em lojas virtuais e, ao identificar irregularidades, procurar os órgãos de defesa do consumidor e registrar a reclamação. Essa é a principal forma de possibilitar investigações e responsabilizar os envolvidos.
Deixe o seu comentário