Conforme noticiado por A VOZ DA SERRA na edição da última terça-feira, 5, a Secretaria Estadual de Agricultura criou uma campanha online em parceria com a Prefeitura de Nova Friburgo para apoiar os produtores de flores para o Dia das Mães, data que historicamente crescem as vendas, o que garantiria uma renda importante para milhares de famílias.
A campanha “Compre Flores do Agricultor Familiar” disponibilizou um canal para venda direta de flores e buquês, com entrega delivery em todo o Estado do Rio de Janeiro, beneficiando mais de 220 produtores rurais de Nova Friburgo e Bom Jardim. Os pedidos foram recebidos até a última quinta-feira, 7, e a entrega será feita neste fim de semana do Dia das Mães.
A iniciativa se tornou ainda mais importante por conta da pandemia do coronavírus em que, devido as medidas de isolamento social impostas pelos governos estadual e municipal, festas e eventos foram cancelados ou suspensos, causando ainda mais prejuízos aos floricultores de Nova Friburgo. O município concentra grande parte da produção fluminense e é o segundo maior produtor de flores de corte do Brasil -, cuja produção anual é de aproximadamente 560 milhões de flores. São 913 produtores de flores e plantas ornamentais, que cultivam mais de 2.500 espécies e 13 mil variedades de plantas, que geram cerca de 18 mil postos de trabalho.
A expectativa é de que a iniciativa minimize um pouco os prejuízos do setor nesse período de isolamento social. No entanto, nem todos os floricultores puderam ser contemplados na ação. A VOZ DA SERRA percorreu algumas propriedades na zona rural de Vargem Alta, localidade do distrito de São Pedro da Serra, para avaliar a situação difícil vivida por alguns floricultores.
Segundo a Emater-RJ, estima-se uma perda de cerca de R$ 4 milhões aos floricultores de Nova Friburgo. Alguns pequenos produtores perderam 100% da sua produção, devido ao cancelamento de festas e eventos. A saída que alguns encontraram foi cortar a parte superior das flores para congelar o chamado bulbo da planta, de modo a plantá-las novamente assim que a crise passar e, quem sabe, minimizar um pouco os prejuízos.
Outros produtores maiores, apesar de mais bem estruturados, também estão amargando perdas em suas produções. Em uma das propriedades visitadas por A VOZ DA SERRA, o floricultor relatou um prejuízo de cerca de R$ 60 mil apenas neste período de isolamento social, iniciado no final de março. Nem o Dia das Mães, data que costuma alavancar as vendas do produto, foi capaz de reduzir essa perda. Alguns, inclusive, estão avaliando a possibilidade de mudar o foto da produção, deixando as flores de corte de lado, para apostar na plantação de legumes e hortaliças.
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