Na última quarta-feira, 6, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) encaminhou um documento ao Ministério Público Estadual em que considera urgente a adoção de medidas rígidas de distanciamento social e ações de lockdown, no Estado do Rio de Janeiro. O ofício é uma resposta à solicitação do MPRJ, em 3 de maio, que consolidasse o posicionamento da entidade a respeito de medidas restritivas.
“Em particular na Região Metropolitana, visando à redução do ritmo de crescimento de casos e a preparação do sistema de saúde para o atendimento adequado e com qualidade às pessoas acometidas com as formas graves da Covid-19”, justificou a Fiocruz, em comunicado. Os especialistas da Fiocruz projetam que, caso não sejam tomadas medidas mais duras de distanciamento social no Estado do Rio, haverá um agravamento da situação epidemiológica e de insuficiência de leitos este mês e que pode se prolongar e levar a um número expressivo de mortes que poderiam ser evitadas.
Segundo o documento, as medidas de lockdown devem ser adequadas às realidades epidemiológicas e dos sistemas de saúde dos municípios fluminenses sem que, no entanto, sejam implantadas de forma isolada. Para a Fiocruz, essas medidas devem considerar não somente o número registrado de casos confirmados e óbitos, mas principalmente a tendência da epidemia em cada região do estado, a disponibilidade de leitos e equipamentos, a adequação do quadro de profissionais de saúde, bem como a adesão dos cidadãos e dos estabelecimentos comerciais e industriais a estas medidas.
O relatório considera ainda a importância de intensa articulação das diferentes esferas de governo para a implantação dessas medidas rígidas de isolamento no Estado e da adoção de medidas de apoio econômico e social às populações vulneráveis, particularmente as que dependem de trabalho informal ou precário, bem como o suporte a pequenas empresas que geram empregos e podem sofrer grande impacto com a pandemia.
Deixe o seu comentário