É na zona norte do Rio de Janeiro, mas precisamente em Manguinhos, que está a maior horta comunitária da América Latina. Desde 2013, a área de cultivo ocupa um espaço que antes era ocioso e emprega 21 moradores da região. A produção por mês da colheita da horta costuma ficar em torno de duas toneladas de alimentos.
Em entrevista ao “Voz das Comunidades”, Ezequiel Dias, que trabalha na horta como agente integrador, explica que os horteleiros plantam, semeiam e colhem as verduras. A produção é comercializada tanto na Ceasa, quanto nas barracas da horta em Manguinhos. Também há dias em que parte da colheita é doada a moradores da comunidade.
“Na minha vida essa horta foi tudo porque eu me aposentei e fiquei meio chateada da vida. Aí apareceu esse projeto da horta e eu falei ‘se me chamarem eu estou dentro’”, conta Dione Enedina, uma das trabalhadoras da horta. “Essa horta caiu do céu porque me ajudou muito e está me ajudando até hoje”, completou.
A iniciativa faz parte do programa Hortas Cariocas, idealizado pela prefeitura do Rio em 2006. O objetivo do projeto é contribuir com a redução dos índices de ocupação irregular em terrenos ociosos ao mesmo tempo em que promove a inclusão social dos moradores locais. Estima-se que 800 famílias sejam beneficiadas pela horta comunitária de Manguinhos todos os meses.
De acordo com o portal da prefeitura, o programa conta com 40 unidades produtivas, sendo 17 em comunidades de baixa renda. Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere, a horta comunitária de Manguinhos “transformou um território que era uma cracolândia”.
(Fonte: site hypeness)
Maior favela de SP inaugura horta vertical
Com cerca de 200 mil habitantes, Heliópolis é a segunda comunidade a implantar (em fevereiro) o projeto AgroFavela de hortas comunitárias, seguindo movimento iniciado em Paraisópolis, no ano passado.
Segundo o G10 Favelas, bloco de líderes e empreendedores formado por moradores das 10 maiores comunidades do Brasil, o empreendimento inclui uma horta vertical, além de sistema hidropônico, com 19 metros de parede produtiva. A capacidade é de 750 plantas por ciclo. No primeiro deles, os responsáveis esperam plantar 15 espécies.
Com o objetivo de alcançar mil lajes distribuídas nacionalmente nas favelas onde o G10 atua, a iniciativa também promete promover a conscientização para reduzir o desperdício de alimentos, treinando mulheres para plantar hortas em suas próprias casas. A iniciativa do bloco tem parceria do Instituto Stop Hunger e da Sodexo.
O AgroFavela se propõe a combater a fome, por meio da implantação da horta comunitária, visando melhorar a condição nutricional e a boa alimentação das famílias.
Horta de Paraisópolis
Segundo o Instituto Stop Hunger, que atua há mais de 23 anos no combate à fome, o projeto AgroFavela-ReFazenda em Paraisópolis, inaugurado em outubro de 2020, colheu cerca de 300kg de hortaliças até dezembro.
No período, foram beneficiadas de forma direta 1.009 pessoas, com o recebimento de hortaliças colhidas na horta comunitária, sendo 5.045 beneficiadas indiretamente. São cultivados 60 espécies de hortaliças e frutas, em um espaço de mais de 900 m², que inclui uma horta vertical, vasos de plantas em boxes e canteiro.
A horta vertical tem capacidade de produção de 960 pés de hortaliças. A produção depende, contudo, do tempo de desenvolvimento de cada cultura e das condições climáticas Segundo o G10, o projeto contribui também para o empoderamento das mulheres como meio para a transformação social.
Moradoras de Paraisópolis cadastradas como “fazendeiras urbanas” recebem treinamentos e material para fazer o plantio em casa. A horta ainda funciona para o abastecimento da cozinha do projeto Mãos de Maria, que oferece diariamente mais de 5 mil marmitas para a população local.
(Fonte: revistagloborural.globo.com)
Deixe o seu comentário