As recentes denúncias de servidores do setor de radiologia do Hospital Raul Sertã sobre irregularidades como a recente impressão de resultados de exames em folhas de papel ofício A4, como A VOZ DA SERRA mostrou semana passada, não são novidade. O jornal teve acesso a relatórios de fiscalizações realizadas há quatro anos neste setor pela antiga gestão do Conselho Municipal de Saúde de Nova Friburgo (CMS) que apontam falhas estruturais semelhantes.
Em uma inspeção do CMS em julho de 2022, por exemplo, os conselheiros relataram posteriormente em ofício à Defensoria Pública do município que os exames dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) eram impressos em materiais de baixa qualidade comprometendo a interpretação dos resultados pelos médicos. Muitos desses exames, segundo o CMS, eram descartados por impossibilidade de leitura. Havia também grave exposição de funcionários e pacientes à radiação, além do descarte irregular de produtos químicos utilizados no setor. Desde aquela época, a iluminação já era deficiente, o sistema de ar-condicionado apresentava falhas e havia infiltrações e mofo nas paredes.
Em outra inspeção do CMS, em maio do ano seguinte, constatou-se que os problemas não foram resolvidos pela prefeitura e surgiram outros. Foram detectadas, na ocasião, dificuldades para manuseio dos aparelhos, mais equipamentos com defeito e, inclusive, a necessidade de uso de duas pedras para auxiliar o suporte de peças.
Observou-se também deficiência na exaustão de gases dos produtos químicos usados na revelação de exames, pouca iluminação e precariedade no alojamento dos servidores, além de defeitos no sistema de regulagem dos equipamentos e pouca ventilação nos ambientes. As denúncias foram encaminhadas, à época, ao Ministério Público do Estado do Rio.
Na última semana, as denúncias dos técnicos de radiologia motivaram uma inspeção no setor por fiscais do Conselho de Radiologia do Estado do Rio de Janeiro que solicitou providências urgentes à prefeitura.
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