Historiadores e sociólogos contam que a origem da festa junina está diretamente relacionada às festividades pagãs realizadas na Europa medieval, entre a primavera e o verão, momento conhecido como solstício de verão. As festas tinham o objetivo de afastar espíritos ruins que pudessem destruir as colheitas que iriam ocorrer durante aquele período.
Com o cristianismo se consolidando como a principal religião do continente europeu, as comemorações passaram a ter um cunho cristão, até ser incorporado ao calendário festivo do catolicismo. A partir desse momento, se destacaram importantes figuras da bíblia, como Santo Antônio, São João e São Pedro.
As comemorações juninas, também conhecidas em alguns países como Festas dos Santos Populares e Celebração do Meio do Verão, são uma tradicional festividade popular, que ocorrem majoritariamente entre os dias 19 e 25 de junho, entre o solstício de verão (no hemisfério norte) e o de inverno (no hemisfério sul).
Celebrada no período pré-gregoriano na Europa [quando era utilizado o calendário juliano, criado por Júlio César, em Roma; mais tarde, o calendário gregoriano corrigiu os erros e o difundiu pelo mundo com uma média de 365-366 dias], as comemorações passaram a ser conhecidas como Joaninas, em homenagem a João Batista. E deixou de ser pagã, com os católicos prestando homenagem aos santos Antônio (dia 13); São João (24); e São Pedro (29).
Um marco da cultura popular
Adaptada para os costumes brasileiros com o decorrer dos anos, essa festa gerada em rincões e tempos longínquos, foi apropriada com tanto talento, criatividade e autenticidade, que é difícil imaginar que ela não seja genuinamente brasileira. E por isso, a festa traduz com perfeição a natureza desse povo.
A celebração foi introduzida pelos colonizadores portugueses, logo apropriada pelo povo que cada vez mais impunha seu jeito de ser. Cada região do país expressava sua particularidade e cultura , enriquecendo o conjunto da obra ao adotar uma e outra ideia de outros grupos, ao mesmo tempo enfatizando seus pontos em comum, nas danças (quadrilhas), gênero musical, pratos típicos.
Disseminada por todo o território brasileiro, a tradição dessa festa é mais forte no Nordeste, com eventos que perduram por todo o mês de junho — e em alguns lugares, em julho também —, movimentando as economias locais. Com destaque para Campina Grande (PB), cidade sede do maior evento de São João do mundo, com um público estimado em 2,5 milhões de pessoas; e Caruaru (PE), que começa a festejar em abril, para terminar só no dia 1º de julho, totalizando 65 dias de festa.
A festa junina é um marco para a cultura popular, e é impossível não se envolver e participar dos arraiás montados em todos os estados, principalmente em cidades do interior, inclusive nas zonas rurais, nas fazendas, roças... Para esses cantões espalhados por todo o país, centenas de turistas se dirigem para se encontrarem nesta imensa confraternização.
Hoje, os eventos são multiculturais, com compositores, músicos e cantores de todos os gêneros, que se apresentam com instrumentos típicos como cavaquinho, sanfona, reco-reco e triângulos, em coreografias folclóricas e figurinos regionalizados.
Enfim, em junho, e julho também, inúmeras cidades se transformam num gigantesco forró. Portanto, esteja pronto para cair nessa folia! (Fonte: all.accor.com)
Deixe o seu comentário