O termo ‘palhaço’ deriva do italiano ‘paglia’, palha em português, que era o material usado no revestimento de colchões. Essa palavra começou a ser usada porque a primitiva roupa desse cômico era feita do mesmo pano e revestimento dos colchões: um tecido grosso e listrado, afofada nas partes mais salientes do corpo com palha, transformando o indivíduo que a vestia em um verdadeiro "colchão ambulante’. Que servia para proteger os artistas das quedas e estripulias do artista.
Já a palavra clown é de origem inglesa e tem origem no século 16. Vem de cloyne, cloine, clowne. Etimologicamente vem de clod, que em inglês significa "camponês" e ao seu meio rústico, a terra. O termo em inglês é amplamente utilizado por conta da influencia do britânico Philip Astley (1742-1814), considerado o "pai do circo moderno". Inglês de nascimento, ele inventou o show do circo como entretenimento ao apresentar, em um mesmo espaço — o Astley´s Circus, em Londres — animais domesticados, acrobatas e palhaços, em espetáculos variados e com público pagante.
No Brasil existe uma divergência teórico-semântica para com essas duas palavras. Alguns teóricos apontam que os dois termos indicam uma mesma coisa, já outros dizem que cada termo remete a uma escola de pensamento diferente.
Ele não é um personagem, ele é o próprio ator expondo-se, exibindo suas fragilidades. Na busca desse estado, o ator não busca construir um personagem, mas sim encontrar essas energias próprias, tentando transformá-las em seu corpo. Portanto, cada ator desenvolve esse estado pessoal, de palhaço, com características particulares e individuais.
Embora vinculado aos circos, o palhaço pode atuar também em espetáculos abertos, em teatros, em programas de televisão ou em qualquer outro ambiente. Em várias ocasiões é o personagem que tem a tarefa de entreter o público durante as apresentações, especialmente no circo. É geralmente vestido de um jeito engraçado, com trajes desproporcionados e multicoloridos, com aplicações de pinturas (maquiagens) especiais e acessórios característicos. Entretanto, há diversos tipos de palhaço, como o melancólico, o romântico, o bufão, o tramp (mendigo, vagabundo) etc.
Os artistas de rua e os bobos da corte
Na Idade Média, a Igreja Católica no poder passou a reprimir as atividades teatrais e acabou fechando a maioria dos teatros. Restou aos artistas continuarem atuando nas ruas. Para sobreviver, desenvolveram uma linguagem mais popular para chamar a atenção do povo, e assim foram conquistando públicos de outros países.
Na Escandinávia eram conhecidos como ‘gleemen’, e na França, ‘jongleurs’. Enquanto os bobos da corte faziam suas graças para não perder a cabeça, os artistas de ruas faziam as suas para não morrer de fome. Mas assim como os ‘lubyet’, da China, os bufões e os bobos da corte tinham também certo papel social, na medida em que utilizavam de seu humor para questionar as decisões tomadas pelos soberanos, de modo a fazê-los refletir sobre a forma como governavam. Eles eram as únicas figuras na corte que podiam "falar o que quiser" sem grandes revezes, desde que todos se divertissem e dessem boas gargalhadas.
Podemos encontrar facilmente muitas histórias antigas e atuais envolvendo bobos da corte. E o cargo ainda não foi extinto, como é o caso de Nigel Rodes, o primeiro bobo da corte oficial desde 1649, quando o último ocupante da função perdeu o emprego após a revolução republicana liderada por Oliver Cromwell e a decapitação do rei Charles I.
Mas mesmo com as dificuldades de Idade Média, os palhaços continuavam a expandir seus espaços. Nas peças religiosas faziam o papel de diabo cômico ou narrador. Até que William Shakespeare mostrou que o palhaço podia não só fazer rir, como fazer chorar, e tornar ainda mais dramáticas as cenas trágicas de uma obra. Os palhaços passaram a ser tão importantes, nessas representações, quanto os atores sérios de grandes clássicos do teatro que se tornaria universal.
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