Difteria: vacina continua sendo essencial

Também conhecida como crupe, a doença não está erradicada e pode ser letal
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

A difteria é uma doença provocada por uma bactéria — a Corynebacterium diphtheriae, que se aloja na boca, na garganta e no nariz —, e embora não se fale muito mais sobre ela, ainda trata-se de uma ameaça à espreita, inclusive no Brasil. 

Trata-se de uma infecção grave do nariz e da garganta que pode ser facilmente evitada por meio de vacina. Uma camada de matéria cinzenta espessa cobre a parte de trás da garganta, dificultando a respiração, e os sintomas incluem dor de garganta, febre, inchaço dos gânglios linfáticos e fraqueza.

Popularmente chamada de crupe, a doença não está erradicada no Brasil e pode causar a morte do paciente. As gotículas expelidas por tosse, espirro ou fala são responsáveis pelo contágio. No entanto, importante destacar que uma pessoa pode carregar o patógeno, sem desenvolver os sinais característicos. Consequentemente, sem saber, pode ir espalhando a doença por até seis meses. 

Sobre os sintomas, eles podem surgir entre um dia e uma semana, e em geral, perduram até 15 dias. Quando aparecem placas esbranquiçadas nas amígdalas, provocando tosse e dor de garganta, sinalizam que a difteria se instalou nas vias respiratórias. Há casos em que atinge a pele, desencadeando manchas avermelhadas que lembram psoríase. 

A difteria é capaz de comprometer o estado geral, levando a quadros de febre, calafrios e cansaço. Gânglios no pescoço, conhecidos como ínguas, e prostração, além de palidez, também são característicos dessa infecção bacteriana. Em casos mais graves, surge, ainda, a dificuldade para respirar. 

Quando a toxina liberada pela bactéria se dissemina pela corrente sanguínea, desata manifestações mais severas. O edema no pescoço, por exemplo, causa dificuldade para engolir e até mesmo asfixia. Danos ao músculo cardíaco, paralisia e insuficiência renal são outras consequências temidas. 

O soro antidiftérico é a chave para inativar a toxina liberada pela bactéria. Ele não está disponível em farmácias nem em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Após o diagnóstico, o paciente deve ser encaminhado a uma unidade hospitalar para receber a infusão, que em geral propicia melhora rapidamente. Antibióticos fazem parte do esquema complementar de cuidados.

Como prevenção em adolescentes e adultos, a vacina pentavalente (conjugada com coqueluche, tétano, hepatite B e Haemophilus influenzae) e a tríplice (com tétano e coqueluche) são de uso regular no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Só que ambas são contraindicadas a partir dos 7 anos. Para quem não completou o esquema antes dessa idade, há a dupla do tipo adulto (com tétano) e a tríplice acelular do tipo adulto (incluindo coqueluche). 

Em todo o mundo, 84% das crianças receberam três doses da vacina contra difteria, em 2022. No Brasil, foram notificados 59 casos suspeitos da doença entre 2019 e 2020.

 

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