O Dia Internacional de Atenção à Gagueira surgiu em 1998, em uma iniciativa conjunta da International Fluency Association — IFA (Associação Internacional da Fluência) e da International Shuttering Association — ISA (Associação Internacional de Gagueira).
O Brasil participa das campanhas pela data desde a primeira edição, há 24 anos. Os principais núcleos no país são a Associação Brasileira de Gagueira / Abra Gagueira e o Instituto Brasileiro de Fluência.
Anualmente, para marcar a data — 22 de outubro —, especialistas promovem encontros com o objetivo de trocar experiências, debater estudos e novas pesquisas, e seus resultados. Também aproveitam a ocasião para informar o público, de maneira geral — e as pessoas que possuem esse tipo de dificuldade na comunicação oral, em particular — sobre o que é a gagueira e como pode ser tratada.
Por ser considerada um distúrbio na temporalização da fala que afeta a fluência e a comunicação, a principal característica de uma pessoa que possui esse transtorno é a dificuldade em finalizar o som de uma palavra e começar uma próxima palavra logo em seguida, muitas vezes repetindo a mesma sílaba. A temporalização significa o tempo de execução dos sons, das sílabas, palavras e frases.
Já a fluência representa a suavidade e a facilidade com que os sons, sílabas, palavras e frases são produzidas ao longo da fala. Nesse caso, para pessoas que possuem gagueira, a produção da fala é trabalhosa, e a ligação entre sons, sílabas, palavras e frases não é automática ou espontânea.
Na proporção de três meninos para cada menina, a maioria das crianças, quando estão aprendendo a falar, especialmente antes dos seis anos de idade, apresentam alguns sintomas da gagueira. Nesse caso, não há motivos para preocupação, pois é normal e trata-se de uma fase de adaptação e aprendizado da comunicação e início da fluência. Atualmente a gagueira é vista pela ciência como um distúrbio causado por diversos fatores, dos quais, destacamos:
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Genética: Existem comprovações científicas da presença de genes envolvidos no surgimento e manutenção da gagueira;
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Condições médicas: A gagueira pode ocorrer devido a um AVC, lesões intracranicanas (também conhecidos como traumatismo cranioencefálicos (TCE) pré, peri ou pós-natal ou outros problemas como febre reumática;
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Fator social: Desde que haja pré-disposição orgânica, ocorre quando a criança está inserida num ambiente familiar ou escolar muito agitado, ou composto por pessoas que falam muito rápido. São exemplo facilitadores ao desencadeamento da gagueira;
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Fator psicológico: Está comprovado cientificamente que problemas emocionais não causam gagueira, eles podem ser considerados agravantes, e não causadores.
A natureza dos tratamentos deve ser compatível com a idade da pessoa e com os objetivos de comunicação de cada um. Embora muitos procurem a ajuda de um pscicólogo, este não está instrumentalizado para o tratamento da gagueira, uma vez que gagueira não se enquadra como um distúrbio emocional. Naturalmente, a ajuda de um psicólogo poderá trazer bons resultados para a autoestima e autoimagem da pessoa. Mas, o profissional realmente capacitado para o tratamento de gagueira é o fonaudiólogo.
Existem vários níveis de gravidade para a gagueira, e dependendo do caso e do diagnóstico precoce, é possível fazer sessões de tratamento com um fonoaudiólogo para exercitar e praticamente curar o problema. No entanto, se o tratamento for iniciado muito tardiamente, é mais difícil reverter o distúrbio.
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