A Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030

Pesquisas indicam que, em 2050, um em cada quatro brasileiros será idoso
sexta-feira, 17 de maio de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

É essencial destacar a importância do geriatra no cuidado da população idosa, bem como promover a capacitação e o aprimoramento contínuo dos serviços de saúde voltados para esse grupo.

Segundo estudos levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem mais de 33 milhões de pessoas idosas no Brasil. Também revela que esse número vem crescendo por causa dos avanços da medicina, que aumentou a expectativa de vida da população. 

As pesquisas ainda indicam que, em 2050, um em cada quatro brasileiros será idoso. A cada ano, a principal demanda dos idosos continua sendo mais políticas públicas no campo da saúde, da educação e da previdência. 

Atenta ao que revelam estudos feitos em diversos países, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o “envelhecimento ativo da população”, tomando por base o conceito de atividade, atrelado a quatro pilares: saúde (bem-estar biopsicossocial), participação (social/cidadania, cultural, espiritual), segurança/proteção e aprendizagem ao longo da vida (aprendizado formal ou informal).

Importante lembrar, que pessoas idosas saudáveis e independentes contribuem para o bem-estar de sua família e da comunidade, e descrevê-las apenas como destinatárias passivas dos serviços sociais ou de saúde é perpetuar um mito. Hoje, no entanto, o número de pessoas idosas aumenta exponencialmente, e muitas encontram-se em situações socioeconômicas complexas e incertas.

Somente intervenções oportunas permitirão aumentar as contribuições desse grupo etário para o desenvolvimento social e evitar que o envelhecimento populacional se transforme em uma crise para a estrutura de saúde e de assistência social das Américas. 

Portanto, o envelhecimento saudável é um processo contínuo de otimização da habilidade funcional e de oportunidades para manter e melhorar a saúde física e mental, promovendo independência e qualidade de vida ao longo da vida.

Agenda “Década do Envelhecimento Saudável”

A população mundial está envelhecendo mais rapidamente do que no passado, mas na América Latina e no Caribe essa transição demográfica está ocorrendo de forma ainda mais acelerada. Mais de 8% da população tinha 65 anos ou mais em 2020 e estima-se que essa porcentagem dobre até 2050 e exceda 30% até o final do século.

Um dos principais efeitos desta drástica mudança demográfica é que muitas pessoas idosas não têm acesso aos recursos básicos necessários para desfrutar de uma vida digna e muitas outras enfrentam múltiplos obstáculos para participar plenamente na sociedade.

A Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030, declarada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2020, é a principal estratégia para construir uma sociedade para todas as idades. Esta iniciativa global reúne os esforços dos governos, da sociedade civil, das agências internacionais, das equipes profissionais, da academia, dos meios de comunicação social e do setor privado para melhorar a vida das pessoas idosas, das suas famílias e das suas comunidades. 

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) lidera a agenda concertada da Década do Envelhecimento Saudável nas Américas 2021-2030.

Médico do idoso? 

A geriatria é o ramo da medicina encarregado de estudar e tratar doenças e condições que estão relacionadas diretamente ao envelhecimento. Por isso, ficou conhecida como a medicina do idoso — no Brasil, pessoas com 60 anos ou mais — sendo que todos os aspectos da saúde de um paciente desta faixa etária são avaliados por médicos dessa especialidade.

Médico do idoso. Antes de mais nada, esse conceito precisa mudar. Quando se fala em geriatria, a maioria das pessoas ainda pensa naquele profissional especializado em atender aos “velhinhos” (e somente eles). Na verdade, o que o geriatra faz é auxiliar cada paciente para que ele envelheça com saúde — uma questão que pode e deve ser tratada já a partir dos 30 anos.

Pode parecer um tanto cedo, mas explica-se. Quando o indivíduo passa a ser considerado idoso, é essencial consultar regularmente o geriatra, o médico mais capacitado para lidar com as particularidades da nossa saúde, sabendo diferenciar claramente situações que fazem parte de um envelhecimento normal daquilo que seria anormal e que precisa ser tratado.

Além disso, o geriatra está mais preparado para lidar com as diferentes doenças que o idoso possa manifestar, gerenciando-as em conjunto e fazendo a inter-relação entre os vários especialistas que por ventura esse idoso precise.

Mas mesmo quem não é idoso pode e deve se preocupar em envelhecer com saúde, afastando o máximo possível as situações de incapacidade e dependência no futuro. Neste caso, o que um geriatra faz é o trabalho de prevenção.

O especialista avalia os hábitos, vícios, histórico pessoal e familiar e solicita exames para detectar alterações metabólicas, nutricionais e hormonais, entre outras questões. A primeira consulta é sempre mais longa e trabalhosa justamente por avaliar o paciente como um todo, detalhadamente.

Portanto, não existe uma idade pontual, mas a partir dos 35 a 40 anos o ser humano já começa a apresentar os primeiros sinais de envelhecimento. “Talvez essa seja a fase ideal para começar um trabalho preventivo visando a manutenção da saúde pelo maior tempo possível”, sugere o médico Paulo Casali, de São Paulo.

Primeiras consultas

O início dessa prevenção vai depender muito do perfil do paciente, do motivo da consulta, das queixas principais, da idade em que a pessoa está, se ela é mais saudável ou fragilizada e outros fatores.

“Quando o paciente é idoso, normalmente fazemos uma anamnese (uma entrevista) ampla e detalhada focada nas suas queixas principais, no seu histórico pessoal, seus hábitos e vícios, nas medicações e também em avaliações de incapacidades com a finalidade de reduzir riscos de agravamento na saúde geral desse idoso”, diz Casali.

Se a pessoa ainda não é idosa, o médico irá avaliar em detalhes os hábitos, vícios, histórico pessoal e familiar e solicitar exames para detectar alterações metabólicas, nutricionais e hormonais, entre outras questões.

A primeira consulta é sempre mais longa e trabalhosa justamente por avaliar o paciente como um todo. O geriatra é um especialista apto a estimular e mostrar ao paciente os benefícios de manter uma vida saudável e com atitudes positivas em relação ao seu corpo.

Tempo deve ser amigo, não inimigo 

Quanto antes o indivíduo procurar um geriatra, melhor para a prevenção. Sabe-se que o processo de envelhecimento e o risco relativo de desenvolver determinadas doenças está intimamente relacionado ao perfil metabólico, que é único para cada paciente.

“Atualmente, temos acesso a exames que avaliam em detalhes essa individualidade metabólica, proporcionando a oportunidade de intervir nos erros e desequilíbrios, otimizando o funcionamento de todo o organismo e diminuindo a chance de aparecimento de doenças relacionadas ao envelhecimento”, afirma o geriatra.

Além disso, o especialista tem amplo conhecimento para passar orientações a respeito de um estilo de vida saudável, fazendo recomendações e sugerindo opções também sobre boa alimentação, atividade física regular, sono adequado, controle do estresse, engajamento social, equilíbrio emocional e até espiritual.

Muitos são os fatores que podem influenciar na vida de uma pessoa no futuro. O geriatra lida com eles não apenas na idade avançada, mas bem antes. Afinal, o tempo não para, tão logo nascemos… (Fontes: IBGE, OMS, OPAS, Agência Brasil)

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