Cansaço ou Fadiga? Como identificar a diferença e recuperar a energia

Você pode estar apenas cansado ou sofrendo de uma fadiga persistente que afeta sua saúde sem que perceba
sexta-feira, 28 de março de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

A exaustão se tornou um dos grandes desafios da vida moderna. Rotinas intensas, noites mal dormidas e o peso do estresse cotidiano têm provocado, cada vez mais, um estado de esgotamento nas pessoas, que, muitas vezes, é ignorado. Mas, quando o cansaço deixa de ser apenas uma consequência natural do dia a dia e se transforma em um sinal de que algo está errado?

O médico nutrólogo Gustavo de Oliveira Lima explica que a diferença entre cansaço e fadiga pode parecer sutil, mas é essencial para entender o que seu corpo está tentando comunicar. “O cansaço é um estado passageiro, que surge após esforço físico ou mental e melhora com descanso. Já a fadiga é um esgotamento persistente, que não se resolve com uma boa noite de sono e pode estar relacionado a deficiências nutricionais, desequilíbrios hormonais ou doenças subjacentes”.

Se você sente que sua energia está sempre baixa e que nenhum descanso parece suficiente, talvez seja hora de investigar a fundo a causa do problema.

Como saber o que está acontecendo

O cansaço é algo que todos experimentamos após um longo dia de trabalho ou uma atividade intensa. Ele é temporário e pode ser resolvido com descanso adequado, alimentação balanceada e hidratação. 

A fadiga, por outro lado, é um estado de exaustão profunda e prolongada, que pode impactar não só a energia física, mas também a cognição, o humor e o funcionamento do metabolismo. 

Sinais de cansaço: surge após esforço físico ou mental intenso; melhora com sono e descanso; não afeta drasticamente o humor ou a concentração; e pode ser resolvido com ajustes simples na rotina.

Sinais de fadiga: sensação de exaustão constante, mesmo após uma boa noite de sono; irritabilidade, desânimo e variações de humor; dores musculares frequentes e sensação de fraqueza; queda de cabelo, unhas quebradiças e pele seca (indicativos de deficiências nutricionais); desequilíbrios hormonais e desregulação do metabolismo.

Cansaço persistente,sinal de fadiga

Se você percebe que seu cansaço se tornou persistente e começou a interferir na sua rotina, sua saúde pode estar pedindo socorro. A fadiga, por exemplo, pode ser o resultado de diversos fatores, desde deficiências nutricionais até condições médicas mais sérias. As causas mais comuns, são:

Deficiências nutricionais — Baixos níveis de ferro, vitamina B12, magnésio e vitamina D podem comprometer a produção de energia no corpo e levar à exaustão;

Desregulação hormonal — Distúrbios na tireoide, resistência à insulina e desequilíbrios no cortisol podem provocar fadiga crônica, afetando o metabolismo e a capacidade do organismo de produzir energia;

Distúrbios do sono — Apneia do sono, insônia e sono de baixa qualidade fazem com que o corpo não consiga se recuperar adequadamente;

Síndrome da fadiga crônica — Uma condição caracterizada por exaustão extrema e persistente, sem causa aparente, que pode ser incapacitante;

Estresse crônico e sobrecarga mental — A fadiga mental pode ser tão debilitante quanto a física, pois leva a um estado constante de alerta e esgotamento emocional;

Inflamação sistêmica e excesso de radicais livres — Alimentação pobre, consumo excessivo de ultraprocessados e estilo de vida sedentário contribuem para inflamação crônica, um dos principais gatilhos da fadiga prolongada.

Oliveira Lima destaca que, se o seu cansaço for temporário, ajustes simples na rotina podem restaurar sua disposição. Mas se você está enfrentando uma fadiga persistente, será necessário adotar estratégias, como: 

1. Regular a alimentação

  • Aumente a ingestão de proteínas magras e gorduras saudáveis para melhorar a produção de energia.

  • Reduza o consumo de açúcares e ultraprocessados, que geram picos de glicose seguidos de queda abrupta na disposição.

  • Inclua ferro e vitamina B12 na dieta para prevenir a anemia e otimizar a oxigenação do organismo.

2. Priorizar o sono

  • Mantenha um horário fixo para dormir e acordar.

  • Evite a exposição a telas pelo menos uma hora antes de dormir.

  • Invista em um ambiente escuro e silencioso para melhorar a qualidade do sono.

3. Exercitar-se

  • Evite excesso de exercícios intensos se já estiver em um quadro de fadiga.

  • Priorize atividades que estimulem o metabolismo sem sobrecarregar o corpo, como caminhada, yoga e musculação moderada.

4. Gerenciar o estresse e o equilíbrio mental

  • Práticas como meditação, respiração profunda e momentos de lazer ajudam a reduzir o impacto do estresse na produção de energia.

  • Diminua a sobrecarga mental, estabelecendo pausas estratégicas durante o dia.

5. Hidratar-se

  • A desidratação pode levar à fadiga e à falta de concentração.

  • Beba pelo menos dois litros de água por dia e evite o excesso de cafeína.

6. Fazer exames e monitorar a saúde

  • Se a fadiga persistir, procure um médico para investigar deficiências nutricionais e alterações hormonais.

  • Exames como hemograma completo, perfil de ferro, vitaminas e função tireoidiana podem revelar desequilíbrios que precisam ser corrigidos.

Se sentir cansado depois de um dia difícil é algo natural. Mas quando essa exaustão se torna um estado constante, sem melhora com o descanso, algo está errado. A fadiga não é apenas um sintoma passageiro – muitas vezes, ela é o primeiro alerta de que seu corpo precisa de ajuda.

“Aprender a diferenciar cansaço e fadiga é essencial para evitar complicações maiores e recuperar a qualidade de vida. Identificar os sinais, ajustar a rotina e buscar ajuda médica quando necessário são os passos fundamentais para restaurar a energia e o equilíbrio do organismo”, conclui o especialista.

Se seu corpo está falando, escute. Ele pode estar pedindo socorro antes que seja tarde.

 

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