Esta deverá ser a semana mais quente, até agora, no Brasil em um ano marcado por extremos climáticos. O calor deverá ficar na faixa de 40 graus, com perigo para a saúde e o meio ambiente. Em Nova Friburgo, por exemplo, os termômetros marcaram 35 graus nesta terça-feira, 14, exigindo maior hidratação durante todo o dia e maior uso de filtro solar.
A quebra de recordes de altas temperaturas no Brasil traz ainda a possibilidade de efeitos perigosos para a população, segundo o coordenador geral de Operações do Cemaden, Marcelo Seluchi. A onda de calor se prolongará com grande intensidade pelo menos até esta sexta-feira, 17, no Sudeste e não tem fim à vista no restante do país. Dia e noite, sem alívio, pessoas, animais e plantas estarão expostos a estresse térmico severo em quase todo o Brasil, com consequências para a saúde, o meio ambiente e a economia. E mesmo no Sudeste os termômetros poderão baixar um pouco na próxima semana, mas não significa, adverte Seluchi, que voltarão a temperaturas mais toleráveis.
“Os maiores problemas são a abrangência e a duração. Boa parte do Brasil pode passar dos 40 graus, como a capital fluminense. Na segunda-feira, 13, a sensação térmica na cidade do Rio de Janeiro chegou a 53 graus às 8h. Segundo prognósticos do Cemaden, tanto as máximas quanto as mínimas (registradas à noite e no início da manhã) seguirão elevadas, com ou sem recorde. É possível ainda ter apagões como aconteceu em parte do estado do Rio na segunda-feira, 13.
O verão costuma levar a fama de quente, mas é novembro, historicamente, o mês dos recordes. Ele é o mês das maiores temperaturas registradas no Brasil. O recorde nacional, de 44,8 graus, foi registrado em 4 e 5 de novembro de 2020, em Nova Maringá-MT. O anterior, de 44,7 graus, era de Bom Jesus do Piauí-PI, em 21 de novembro de 2005.
Isso acontece porque em novembro a estação chuvosa ainda está no início, mas a radiação solar já chega com mais intensidade e o número de horas de sol é maior que no inverno e em outubro e já se aproxima do padrão do verão. Porém, por novembro ser mais seco que os meses de verão, que têm chuvas que ajudam a amenizar um pouco o calor, pode registrar temperaturas mais elevadas.
Fenômeno continental
A onda de calor é resultado de um sistema de alta pressão atmosférica que se estende por todo o centro da América do Sul, uma bolha quente, que esquenta o ar por compressão e não permite a formação de nuvens de chuva. É um fenômeno continental. Os fortes ventos associados à alta pressão também causam problemas. A queda de braço entre a alta pressão que não deixa as nuvens se formarem e o calor, que tende a gerar tempestades, pode gerar rajadas extremamente poderosas.
Economizando energia no calorão
No calor, a tendência é que o consumo de energia dispare nas residências com o maior uso de equipamentos como ar-condicionado e ventiladores. Mas eles podem ser utilizados de forma racional, evitando assim que as contas de luz não disparem na mesma proporção dos termômetros. A concessionária Energisa dá algumas dicas de economia.
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A temperatura indicada para uso do ar-condicionado é de 24 graus.
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Na hora de dormir, use a função sleep para evitar o desperdício e mantenha o aparelho limpo para o melhor funcionamento.
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Tenha o costume de juntar muitas peças para passá-las de uma vez só e siga as orientações do fabricante para regular a temperatura de acordo com cada tipo de tecido.
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Posicione a mesa de trabalho de forma a aproveitar a luz natural.
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Tire da tomada os aparelhos que já carregaram a bateria, como notebooks e celulares. Além de danificar o aparelho, deixá-lo conectado gera um consumo de energia desnecessário.
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Evite deixar os equipamentos em stand-by. A pequena luz vermelha, quando acesa, indica que o aparelho continua conectado, consumindo energia. Os aparelhos, quando ficam em stand-by – desligado, mas com aquela pequena luz vermelha on, mostrado que ele está conectado – também consomem energia.
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Utilize o chuveiro no modo verão.
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Evite banhos demorados.
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Desligue o chuveiro quando estiver se ensaboando.
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Dê sempre preferência às lâmpadas LED, que consomem até 80% menos que as lâmpadas convencionais.
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