Após dois anos de portas fechadas, devido à pandemia de Covid-19, a Biblioteca Municipal Margarida Liguori volta a receber o público, a partir desta segunda-feira, 14. No início de dezembro de 2021, o acervo composto de 25 mil itens foi devidamente higienizado para garantir a segurança sanitária dos funcionários e de seus quatro mil usuários.
Segundo o bibliotecário Hiago Torres, coordenador do equipamento, foram usados os mais avançados protocolos de segurança, desenvolvidos pelo Conselho Federal de Biblioteconomia e demais instituições renomadas, visando o manuseio seguro de todos os itens.
“Os livros são seres vivos, sofrem com o tempo, e nosso acervo sofreu com a poeira acumulada nesses últimos dois anos. Portanto, era necessária uma higienização rigorosa. Com isso, pudemos dar um presente de Natal para Nova Friburgo: no dia 13 de dezembro, reabrimos, parcialmente, para empréstimo de livros. E agora, dia 14, depois de 24 meses fechada, a Biblioteca abrirá as portas para leitores e estudantes.
Quanto à faixa etária dos usuários, tem desde crianças com três anos de idade a idosos com mais de 90. “Não existe idade mínima para uma criança frequentar, mas até os 12 anos é necessário estar com o pai ou um responsável. De qualquer maneira, pais e/ou responsáveis são importantes nessa apresentação do mundo da leitura aos seus filhos”, sugere Hiago.
Com o advento das redes sociais, as consultas para pesquisa caíram cerca de 25%, conta Hiago, lembrando que, com a internet é muito mais rápido achar as respostas para uma questão proposta pelo professor.
“Mesmo assim, recebemos muitos alunos que preferem estar na biblioteca para estudos e pesquisas. Acredito que uma biblioteca cumpre o papel de ser também um espaço de lazer, visando uma leitura mais de bem estar. Por isso temos investido em uma biblioteca cada vez mais dinâmica, atenta às novas tecnologias e oportunidades. Afinal, a pandemia provocou uma reviravolta nos costumes, nos hábitos. Como exemplo, cito o do teletrabalho que chegou para ficar. A biblioteca pode receber uma pessoa e, ao mesmo tempo, lhe oferecer a oportunidade de dialogar com um estudante que está decidindo o que fazer da vida em relação à profissão. Assim, o bibliotecário acaba virando não só um executor técnico da biblioteca, mas também um mediador da informação e do conhecimento”, explicou.
Hiago conta que muitos alunos da rede pública fazem seus trabalhos na biblioteca, e que a equipe mantém diálogo constante com a pasta da Educaçao, “principalmente com a representante da biblioteca da Secretaria, visando uma maior integração do que é cobrado em sala de aula, tornando a Biblioteca num espaço multidisciplinar para que o aluno obtenha excelência na construção do seu conhecimento”.
Sobre as novas gerações, ele observa que “as crianças de hoje em dia são muito mais curiosas e quando chegam aqui querem saber tudo, fazem perguntas sobre a fundação do espaço até sobre o processo técnico dos livros. É muito rico para mim como bibliotecário receber esses jovens, afinal é o meu papel contribuir para uma sociedade cada vez mais leitora. A leitura é a porta de entrada para formar não só o estudante, mas o cidadão”.
Paixão por livros
A biblioteconomia entrou na vida de Hiago por acaso. Ele conta que à medida que se aprofundava nas pesquisas sobre o assunto, percebia o quanto se identificava com o tema. Através do Sisu, em 2013 entrou para a Faculdade Federal Fluminense (UFF), sabendo o que queria.
“A cada semestre me apaixonava mais pela área, até que, em 2017, com muito esforço concluí o curso. É uma profissão que demanda ser multidisciplinar, porque o mundo tem evoluído rapidamente e o espaço informacional não pode ficar para trás nesse processo tecnológico. Por isso precisamos dialogar constantemente com todas as áreas, entender suas demandas e executar com qualidade não só o espaço, mas também os serviços que são oferecidos”, explicou.
Quanto à sua relação com os livros, ele diz que é de casamento mesmo. “Tenho uma biblioteca particular, com livros que vão da ficção à biografia. Mas a minha paixão é pelas biografias. É nelas que conhecemos a fundo as pessoas. Às vezes nos identificamos e até melhoramos nossa postura graças a um aprendizado obtido com a vida do outro, do biografado. E como amante dos livros, espero em breve publicar o meu para o público infantil, que é uma área que adoro e que é o ponto de partida para a formação do cidadão”, encerra Hiago.
A Biblioteca Municipal fica na Rua Farinha Filho, 50 / Térreo, Centro, no prédio da Câmara dos Vereadores. Funciona de segunda a sexta-feira, das 09h às 18h.
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