Faltando apenas meio ano para encerrar o primeiro ¼ do século 21, o tabagismo persiste como uma grave questão de saúde pública, ainda exigindo ações urgentes. Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde* (OPAS), existem cerca de 1,3 bilhão de usuários de tabaco ao redor do mundo.
A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil substâncias tóxicas, muitas delas prejudiciais às células e com potencial cancerígeno
Anualmente, o uso dessa substância tem sido responsável pela morte de aproximadamente 8 milhões de pessoas, sendo mais de 1 milhão delas não fumantes, mas expostas ao fumo passivo.
Nesta entrevista, a doutora Thais Moreira de Figueiredo, pneumologista do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam/SP), compartilha informações relevantes sobre os impactos do tabagismo na saúde.
Quais os efeitos gerais do tabagismo na saúde?
O tabagismo tem efeitos bastante nocivos, incluindo danos às vias aéreas e aumento da susceptibilidade a infecções. A exposição prolongada e intensa ao tabaco acaba agravando esses quadros.
As doenças associadas mais comuns entre os fumantes incluem câncer de pulmão, boca, lábio, faringe e esôfago, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, infecções pulmonares e doenças intersticiais pulmonares que podem levar à fibrose pulmonar.
O tabagismo também aumenta o risco de doenças cardiovasculares, levando a mais casos de infarto e AVC. Além disso, reduz a expectativa de vida em pelo menos 10 anos.
Um estudo feito por pesquisadores da Fundação do Câncer aponta que o tabagismo responde por cerca de 80% das mortes por câncer de pulmão no Brasil. Qual é a relação?
A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil substâncias tóxicas, muitas delas prejudiciais às células e com potencial cancerígeno. Essas substâncias causam inflamação, morte celular e alterações genéticas, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer de pulmão, entre outros.
Existe um tempo mínimo de uso de tabaco para alguma dessas condições de saúde aparecerem?
Não há um tempo mínimo estabelecido para o desenvolvimento dessas condições. Isso varia de acordo com a quantidade e intensidade do uso do tabaco, além da susceptibilidade genética individual. No entanto, em pacientes com DPOC, os sintomas geralmente aparecem após os 40 ou 50 anos.
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