Nesta sexta-feira, dia 9, a tradicional Banda Predial Primus & Bloco das Piranhas entra na Avenida Alberto Braune, às 19h, arrastando o povo que se reúne em frente à sede do grupo empresarial, localizado na Praça Getúlio Vargas, Centro, juntamente com os diretores, funcionários e familiares para mais um desfile na abertura do carnaval de Nova Friburgo.
Essa história começou no fim dos anos 1970. Ao voltar do Rio de Janeiro, onde estudou e iniciou a carreira, o advogado Silvio Ruiz Galvez, fundador da Primus Construtora e da Gran Primus — fã das populares e clássicas ‘marchinhas’ de carnaval cantadas pelos foliões nas ruas do Rio —, teve uma ideia: trazer para sua cidade natal o tipo de carnaval de rua que tanto apreciava na capital do Estado.
Reuniu os irmãos e amigos, expôs sua pretensão e nem precisou de muita explicação para ter o apoio da turma, que aderiu em peso. Assim, em 1979, os homens vestidos de mulher, e as mulheres fantasiadas de homens, saíram pelas ruas, brincando e cantando pela primeira vez. Lá se vão 45 anos!
A principal característica desse “ajuntamento de gente” é ser uma banda familiar, formada por pessoas de todas as idades, de crianças a idosos, bem no estilo dos carnavais de antigamente. A espontaneidade e a irreverência são sua marca registrada. “Isso é que faz a graça do carnaval de rua”, costuma dizer o líder da folia da Predial, Silvio Ruiz.
Nesta entrevista, um de seus netos, o sócio diretor da Predial Primus, Gabriel Ruiz, faz um resumo dessa história que encanta e atrai o folião friburguense há décadas. Hoje, tornada uma instituição do carnaval da região, o desfile da Banda e Bloco faz parte do calendário de Nova Friburgo.
(Gabriel Ruiz)
Segundo Gabriel, orgulhosamente a família mantém a divertida e sempre aguardada criação do avô, o patriarca que, aos 88 anos, todo ano faz questão de prestigiar o evento e receber o carinho de sua numerosa família e inúmeros amigos.
Com que ideia a banda foi planejada?
A banda começou com o propósito de fortalecer o carnaval de rua em Nova Friburgo. Dessa forma, unir amigos e familiares era um bônus. Assim que voltou para Friburgo, meu avô observou que não havia na época aquele carnaval típico de rua, com marchinhas, brincadeiras e o humor característico da folia. Sendo assim, ele que sempre foi um apaixonado pelo carnaval de rua, resolveu juntar familiares e amigos para animar a avenida.
Em que ano a banda saiu pela primeira vez?
O primeiro desfile foi em 1979. No ano seguinte, a Banda já estava formada e rapidamente se tornou uma atração confirmada e muito aguardada pelos foliões friburguenses. A cada ano, mais e mais pessoas se juntavam no Bloco das Piranhas, que virou tradição na cidade.
Os irmãos foram os primeiros a topar a empreitada?
Meus tios foram realmente os primeiros a topar e não pensaram duas vezes em escolher roupas femininas, instrumentos e irem para rua. Assim como as mulheres, que também se vestiram de homens e saíram felizes e divertidas pelas ruas.
E quanto aos funcionários?
Toparam rapidamente, também, e a concentração da Banda e do Bloco das Piranhas passou a ser dentro da sede da Predial Primus. Hoje, praticamente todos os colaboradores de todo o grupo, ou seja, da Primus Construtora e da Gran Primus, que, aliás, cresce a cada ano, estão presentes, com seus familiares. Essa atmosfera, de ambiente familiar, fraterno mesmo, faz do nosso grupo algo muito especial. E esta é nossa prioridade.
O que veio primeiro, a ideia de uma banda ou do Bloco das Piranhas?
Acredito que as ideias caminharam juntas, afinal, o objetivo primeiro sempre foi realizar um desfile com marchinhas clássicas, com os homens vestidos de mulher e as mulheres de homem. Sendo a diversão e as brincadeiras, os principais temperos, digamos assim.
Quem teve a ideia de os homens se vestirem de mulher?
Mais uma vez, essa ideia começou com meu avô Silvio. Até porque, o propósito principal do bloco era ser simples, acessível a todos, sem muita preocupação com roupas. Uma vez que a ideia era uma fantasia fácil, engraçada, confortável, o importante sempre foi que as pessoas pudessem aderir e se divertir com o bloco.
E foi sua avó (esposa do dr. Silvio), a dona Maria José, que assumiu a produçãos das fantasias?
A minha avó sempre participou ativamente da produção de fantasias, ela comprava os tecidos, as perucas e todos os homens da família iam se arrumar com ela. Ela acabou virou uma verdadeira estilista!
Resumindo, o folião número 1 da cidade conseguiu seu intento, criando uma banda, um bloco, resgatando a tradição das marchinhas.
Verdade! Para o nosso fundador, o dr. Silvio, meu querido avô, o carnaval sempre foi um momento de curtir a simplicidade, brindar a alegria, cantar os sambas e marchinhas. Por isso, as músicas que tocam na banda, até hoje, são as principais marchinhas clássicas de carnaval e alguns sambas enredos que estão na boca de todos nós.
Tem ideia de quantos "Ruiz" fazem parte dessa festa?
O número preciso é difícil, mas toda família participa da banda e faz questão de guardar a sexta-feira de carnaval como um dia especial. É um momento muito especial para a enorme família Ruiz conseguir também se reunir, confraternizar, fortalecer a união entre nós.
Quantas gerações da família já desfilaram e brincam o carnaval até hoje?
Atualmente, a banda está sendo organizada pela 3ª geração da família. Nós, os netos, fazemos questão de manter a tradição e manter vivo o espírito do carnaval de rua. Hoje, na concentração são 350 pessoas e quando a Banda da Predial Primus sai, esse número, sem dúvida, no mínimo triplica.
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