Movimento busca retardar uso de celulares e redes sociais por crianças e adolescentes

Proposta de grupo de pais e mães é ambiciosa: primeiro smartphone só a partir de 14 anos
terça-feira, 19 de agosto de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Uma iniciativa criada por um grupo de mães e pais de crianças e adolescentes do Estado de São Paulo, para retardar o uso dos celulares e a entrada de crianças e adolescentes nas redes sociais vem se espalhando pelo Brasil. Trata-se do movimento Desconecta, que já conta com a adesão de famílias em 60 municípios, em vários estados do país. A proposta é simples, mas ambiciosa: adiar a entrega do primeiro smartphone até os 14 anos e restringir o acesso às redes sociais até os 16.

A mobilização nasceu de uma preocupação comum entre famílias: a pressão social para que crianças cada vez mais novas tenham celular próprio e mergulhem no mundo digital. Segundo os organizadores, a ideia não é negar a tecnologia, mas garantir que ela seja usada de forma saudável e no tempo certo. “Não somos contra a tecnologia. Estamos a favor do bom uso da tecnologia de acordo com a idade de cada criança, respeitando o processo de desenvolvimento dela, tanto neuro cognitivo quanto emocional”, explica Catarina Fugulin, uma das coordenadoras do movimento.

Especialistas da área médica e educacional vêm reforçando o alerta. Estudos mostram que o uso precoce e frequente de telas pode impactar negativamente a concentração, a criatividade e até o desempenho escolar. “Se você afasta a criança da natureza e ela fica confinada em casa, ela terá danos muito graves. E ainda tem aquilo que adquire mergulhada especialmente em redes sociais e vídeos curtos. Além da perda desse mundo real, a atenção, a criatividade e a capacidade de leitura vão embora também. Isso se reflete, por exemplo, em perdas de aprendizagem na escola”, afirma o pediatra Daniel Becker, embaixador do Movimento Desconecta.

Dados

Pesquisas recentes apontam que crianças e adolescentes brasileiros estão entre os que passam mais tempo conectados no mundo. De acordo com a TIC Kids Online, levantamento realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet regularmente, sendo que muitos começam ainda antes dos 10 anos. O estudo também revela que 78% dos adolescentes possuem perfil em redes sociais, mesmo em faixas etárias abaixo da idade mínima permitida por plataformas como Instagram e TikTok, que oficialmente só aceitam usuários a partir dos 13 anos.

Importância

O movimento também chama atenção para os riscos associados ao uso precoce das redes sociais, que vão desde o cyberbullying até a exposição a conteúdos inapropriados e à dependência digital. Pesquisadores lembram que a adolescência é um período de grande vulnerabilidade emocional, o que aumenta os riscos do contato constante com padrões de comparação e cobrança típicos das plataformas. (Fonte: G1)

 

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