Mídias sociais, internet, vídeos e sua saúde

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Vício é aquilo que se torna um deus para você, domina sua pessoa, seus sentimentos e atitudes. Drogas psicotrópicas (que afetam o cérebro) bloqueiam a percepção consciente de emoções que precisariam ser experimentadas e expressadas. Isto causa repercussão no comportamento e complica as relações do usuário com ele mesmo, com sua vida interior, e com as pessoas ao redor. Um vício isola a pessoa dela mesma.

Qualquer um pode se viciar em coisas sem ser álcool, maconha, cocaína, crack, e outras drogas. Há vício sexual, de comida, compras, romance, de pessoas, de fama, de estética corporal. Veremos agora sobre o vício de Internet, pelo computador ou celular.

Cinco características que indicam que o uso da Internet pode ter se tornado um problema: 1)Você tem ficado na Internet mais do que o previsto? Pensa em ficar minutos e fica horas? Se irrita se seu tempo on-line é interrompido? 2)Você vê roupas sujas se acumulando e deixa faltar produtos alimentícios em casa, por ter estado on-line? Fica até mais tarde quando todos já foram para casa para usar a Internet livremente? 3)Sua vida social e familiar está sofrendo pelo excesso de tempo gasto on-line? 4)Se sente mal se seu parente procura te incentivar a desligar o computador ou largar seu celular e passar tempo juntos? Você mente para seu chefe e parente sobre a quantidade de tempo que gasta on-line? 5)Usa a Internet como escape ao estar estressado, triste, angustiado, ou para gratificação prazerosa? Você tenta limitar seu tempo de Internet, mas não consegue?

Se você respondeu “sim” a um destes 5 itens, já é um forte indicativo de vício de Internet. Há também sintomas físicos deste vício: a)Síndrome do túnel do carpo (dor e dormência nas mãos e pulsos); b)Olhos secos ou visão tensa; c)Dores no pescoço e fortes dores de cabeça; d)Distúrbios do sono; e)Ganho ou perda de peso.

Susan Greenfield, Ph.D., neurocientista da Universidade de Oxford, comenta, na revista do Conselho Estadual de Medicina no Estado de São Paulo, “Ser Médico”, Jan/Mar 2013, que o imediatismo das imagens de Internet prejudica o desenvolvimento mental em crianças pequenas e adolescentes e que muito tempo na Internet infantiliza o cérebro, podendo produzir uma geração de jovens incapazes de pensar por si.

Porém, a criança que usa a Internet sob o controle dos pais e também brinca com as mãos, sobe em árvores, brinca no quintal ou playground do edifício, corre na praia, tem contato frequente com a Natureza, é melhor protegida contra os malefícios do excesso de exposição à Internet e vídeos. Essa cientista afirma que para evitar prejudicar o cérebro de crianças pequenas por, precocemente, colocá-las em contato com vídeos e imagens da Internet, é importante voltar ao que se fazia antigamente, quando avós ou pais contavam histórias com princípio, meio e fim, com significado, com boas lições para a vida, pois ajudam o cérebro a pensar em sequência, entender da causa para o efeito, e produz melhor funcionamento das estruturas nobres do encéfalo.

O cientista Fuchun Lin (2012) da Academia Chinesa de Ciências declarou: “Os jovens que navegam demais nas redes apresentam mudanças cerebrais semelhantes àquelas verificadas em compulsivos por jogos de azar.”

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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