Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que Nova Friburgo registrou, ao longo de todo o ano de 2024, 9.277 casos de dengue. No total foram 5.310 confirmadas, com 16 óbitos contabilizados.
A prefeitura de Nova Friburgo informou que este ano ainda não registrou casos de dengue confirmados na cidade
Entre o público afetado, as mulheres com idade entre 40 e 49 anos foram as mais afetadas, com 476 confirmações da doença. Entre os homens, o público com mais notificações foi o da faixa entre 30 e 39 anos, com 388 casos. O município foi considerado o terceiro com mais casos confirmados no estado.
Ações e prevenção
Para evitar a proliferação do mosquito transmissor, foi necessário realizar ações de conscientização da população para não deixar água parada. Em Nova Friburgo, por exemplo, no ano passado foram realizadas várias ações nos bairros, do tipo Dia D, como campanhas pelo engajamento da população. O mutirão contou com limpeza e identificação de focos do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Os principais sintomas da dengue são febre alta repentina, dor de cabeça, prostração e dores nos músculos, articulações e atrás dos olhos. Mas, entre o terceiro e o sétimo dia após o início dos sintomas, podem ocorrer vômitos, dor abdominal, sensação de desmaio e sangramento das mucosas, o que indica um agravamento do quadro. A dengue pode causar extravasamento de plasma e hemorragias. Por isso, desde os primeiros sintomas é preciso procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto.
Não existe um tratamento específico contra a doença, e os pacientes devem evitar a automedicação, já que alguns remédios, incluindo certos tipos de analgésico e anti-inflamatórios, podem favorecer hemorragias.
O Aedes aegypti também é o mosquito transmissor de outras doenças e um dos vetores da febre amarela. A doença pode causar agravos neurológicos, como encefalite, paralisias e a síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que provoca fraqueza muscular e paralisia progressiva.
Segundo a Prefeitura
Em nota enviada ao A Voz da Serra, nesta sexta-feira, 10, a Prefeitura de Nova Friburgo ressaltou que este ano ainda não teve casos de dengue confirmados na cidade, segundo dados atualizados na terça-feira, 7. Sobre as medidas que estão sendo feitas para a diminuição da proliferação, a prefeitura afirmou que “estão sendo realizadas visitas domiciliares, bloqueio de casos notificados, monitoramento quinzenal de pontos estratégicos previamente cadastrados, treinamento e ações de educação permanente nas equipes e ações de mobilização nos bairros de maior risco já identificados”
A Prefeitura ainda ressaltou que,além disso, também está promovendo o retorno das reuniões do Comitê Intersetorial e da Sala de Situação da Dengue, realização de campanhas educativas e mutirões intersetoriais nos bairros mais afetados pela doença, além de manutenção e reforço de todas as ações preventivas já realizadas como rotina.
Dengue pelo país
O Brasil registrou um alarmante total de 6.484.890 casos prováveis de dengue em 2024, com 5.972 mortes confirmadas até o final do ano, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Além disso, 908 óbitos ainda estão sendo investigados. O coeficiente de incidência da doença até 28 de dezembro foi de 3.193,5 casos para cada 100 mil habitantes, um reflexo da grande abrangência da epidemia, que afetou diversas regiões do país.
Em termos de perfil demográfico, a maior parte dos casos prováveis (55%) foi registrada entre mulheres. No que se refere à raça/cor, 42% dos casos ocorreram em pessoas brancas, 34,4% em pardos, 5,1% em pretos, 0,9% em amarelos e 0,2% em indígenas. Em 17,3% dos registros, a cor ou raça não foi informada. A faixa etária mais atingida pela dengue foi a de 20 a 29 anos, seguida pelas faixas de 30 a 39 anos e 40 a 49 anos.
O estado do Rio registrou uma epidemia de dengue, com mais de 300 mil casos notificados. Somente na cidade do Rio de Janeiro foram registrados 111,1 mil casos. Na sequência estavam Volta Redonda, com 22,7 mil registros, e Campos dos Goytacazes, com 19,5 mil casos.
São Paulo liderou o ranking nacional com o maior número de casos, com 2.182.875 registros. Outros estados que apresentaram altas quantidades de ocorrências incluem Minas Gerais (1.695.024) e Paraná (656.286). No entanto, quando se analisa o coeficiente de incidência, o Distrito Federal (DF) surge como o estado com o maior índice de infecção, com 9.907,5 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais e Paraná, com 8.252,8 e 5.735,2 casos, respectivamente.
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