Dezembro marca o início do verão no Brasil — dia 21, trazendo calor intenso, aumento das atividades ao ar livre, principalmente em praias, piscinas e parques, e dias mais longos. É também o período de maior incidência de radiação ultravioleta (UV), fator de risco predominante para o desenvolvimento do câncer de pele.
Por isso, a campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença, que é o tipo de câncer mais comum, correspondendo a cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O câncer de pele é dividido em dois tipos principais: não melanoma e melanoma. O primeiro é mais frequente e menos agressivo, enquanto o melanoma, embora menos comum, é mais grave e pode causar metástases.
A dermatologista Raquel Ferrari explica que pequenas mudanças no dia a dia podem reduzir significativamente o risco de danos causados pela radiação ultravioleta (UV).
“O uso diário de protetor solar é indispensável, mesmo em dias nublados ou em ambientes fechados, já que a radiação UV pode atravessar vidros e nuvens. Além disso, é fundamental reaplicá-lo a cada três horas ou após atividades como natação e transpiração intensa”, orienta.
Embora a proteção solar seja amplamente divulgada, há mitos que ainda geram confusão, como por exemplo:
- Bronzeado é sinal de saúde — Mito. “O bronzeado nada mais é do que uma resposta da pele à agressão da radiação UV. Isso significa que houve dano às células, o que pode aumentar o risco de câncer de pele no futuro”, alerta.
- Pessoas de pele escura não precisam de protetor solar — Mito. “Embora tenham mais melanina, que oferece alguma proteção natural, pessoas de pele escura também podem desenvolver câncer de pele. A proteção é essencial para todos os tons de pele.”
- Protetor solar não impede o bronzeado — Verdade. “Ele permite um bronzeado mais gradual e seguro, protegendo contra queimaduras e danos profundos à pele”, explica.
- Roupas com proteção UV eliminam a necessidade de protetor — Mito. “Essas peças são ótimas aliadas, mas o protetor solar ainda é indispensável, principalmente nas áreas expostas”, explica a médica.
Prevenção
A campanha Dezembro Laranja também enfatiza a importância de exames regulares para a detecção precoce de alterações na pele. “O câncer de pele tem altos índices de cura quando diagnosticado no início. Fique atento a manchas, pintas ou feridas que não cicatrizam e procure um dermatologista se notar algo diferente”, destaca a dermatologista.
Além do uso de protetor solar com FPS 30 ou superior, algumas práticas são recomendadas como, por exemplo: evitar exposição solar entre 10h e 16h (quando a radiação UV é mais intensa), utilizar chapéus, bonés e óculos de sol com proteção adequada, manter-se hidratado, e evitar o uso de produtos caseiros ou receitas sem comprovação científica para proteção solar ou bronzeamento.
A conscientização é o primeiro passo para a prevenção. “Cuidar da pele é um ato de amor e responsabilidade. O sol pode ser um grande aliado da saúde quando aproveitado com segurança”, finaliza Raquel Ferrari.
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