O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, tem o objetivo de alertar sobre os riscos desse hábito. A data pretende conscientizar sobre os males dos produtos derivados de tabaco. As doenças relacionadas ao fumo matam mais de cinco milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o tabagismo é responsável por cerca de 200 mil mortes por ano.
O risco de infarto em fumantes é três vezes maior em comparação com pessoas que nunca fumaram. Além disso, o tabagismo passivo, ou seja, a inalação da fumaça por não-fumantes, também é um fator de risco significativo, sendo responsável por milhares de mortes prematuras todos os anos.
A notícia positiva é que o consumo de tabaco no Brasil caiu cerca de 35% desde 2010, segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em janeiro deste ano. Com o resultado, o país se tornou um dos “líderes mundiais” na redução do consumo do tabaco. Sobre as tendências do tabaco, houve um declínio contínuo nas taxas globais de consumo de tabaco em 2022. No mundo, 150 países estão reduzindo o consumo.
Além do Brasil, a Holanda também é um dos destaques do relatório. O país teve uma queda de quase 30% nas taxas de tabagismo. Segundo a organização, a redução dos dois países se deve às medidas de controle de tabaco da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco. A entidade vê o consumo do produto como uma “epidemia” que representa uma das maiores ameaças à saúde pública do mundo.
“Houve um bom progresso no controle do tabaco nos últimos anos, mas não há tempo para complacência. Estou surpreso com o quão longe a indústria do tabaco vai para buscar lucros às custas de inúmeras vidas. Vemos que, quando um governo pensa que venceu a luta contra o tabaco, a indústria do tabaco aproveita a oportunidade para manipular as políticas de saúde e vender seus produtos mortais”, afirmou o diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS, Ruediger Krech.
Apesar de queda, taxa ainda é alta
Embora tenha sido registrado uma diminuição nos índices de tabagismo no mundo, o relatório afirma que cerca de 1,25 bilhão de pessoas ainda fuma. Cerca de seis países seguem com o aumento do uso do tabaco: Congo, Egito, Indonésia, Jordânia, Omã e Moldávia.
Segundo o levantamento, o Sudeste Asiático tem a maior porcentagem de população que faz uso do tabaco, com 26,5%. Em seguida, está a Europa, com 25,3%. A estimativa é que o continente europeu tenha as taxas mais altas do mundo até 2030. Na Europa, as taxas de consumo de tabaco entre as mulheres são mais do que o dobro da média global, além de caírem mais lentamente do que em outros continentes.
Em 2025, o mundo deve chegar a uma redução relativa de 25% no consumo do tabaco. No entanto, o número não alcança a meta global de 30% proposta em 2010. De acordo com o relatório, só 56 países devem atingir essa meta.
Nunca é tarde para parar
Mesmo com dados significativos, os produtos derivados do tabaco, que incluem, além do cigarro, arguile, cigarro eletrônico e com sabores, cachimbos e charutos, ainda são bastante consumidos no Brasil e no mundo.
É válido parar de fumar em qualquer fase da vida, independentemente da idade e há quanto tempo fuma, pois os benefícios são imediatos, melhorando o paladar, olfato, circulação sanguínea e capacidade pulmonar, além de voltar gradativamente a ter a mesma probabilidade que não fumantes para infarto, por exemplo”, explica Andrea Reis, técnica do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Inca.
Ou seja, a desculpa de que já se fuma há muito tempo ou está velho demais para parar de fumar não é verdadeira, tendo benefícios em qualquer fase da vida. Quanto antes parar, mais rapidamente o organismo responde, com a diminuição dos sintomas do tabagismo e de desenvolver doenças relacionadas a ele.
Mas, sabendo-se dos malefícios e consequências do tabaco, o que leva muitas pessoas a iniciarem e não conseguirem parar de fumar? Andrea Reis destaca que a dependência à nicotina faz com que os fumantes tenham medo dos efeitos iniciais de ficar sem a substância.
“A principal dificuldade para quem quer parar de fumar é o medo de ficar sem o cigarro, uma vez que o tabaco é uma substância psicoativa, atuando no sistema nervoso central, e parar de usar pode causar desconforto físico e mental. A nicotina leva de sete a 19 segundos para chegar no cérebro, atuando de forma rápida no organismo, o que leva à síndrome de abstinência. Ao entender esse processo fica mais fácil para a pessoa parar de fumar”, explica a especialista.
Fumo passivo aumenta riscos
Praticar atividades físicas ajuda a manter os jovens afastados do cigarro e auxilia quem está parando de fumar e, aos que já pararam, a não terem recaídas. Os jovens ainda são bastante atraídos pelo fumo, por isso a prevenção é bastante importante nessa faixa etária.
“O cigarro ainda carrega um estigma muito forte de socialização e rebeldia para os jovens, com a falsa impressão de que arguiles, cigarros eletrônicos e com sabores são menos danosos, e eles se tornam a porta de entrada para a dependência”, alerta Ana Clara Toschi, pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
O fumo passivo também aumenta os riscos de doença. Sete não fumantes morrem por dia em consequência do fumo passivo e essas pessoas têm 30% maior risco para câncer de pulmão e 24% para infarto. “Mesmo que a pessoa ache que porque está fumando em um local isolado não está prejudicando os outros, as toxinas presentes na fumaça do cigarro chegam em todos os ambientes da casa, por exemplo, prejudicando os demais moradores. Crianças que convivem com fumantes têm maior incidência de problemas respiratórios decorrentes da fumaça”, destaca a pneumologista.
(Fontes: poder360.com.br e coracaoevida.com.br/)
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