Desde 23 de março o 11° BPM (Batalhão Tiradentes) tem novo comandante. O tenente-coronel Flávio Henrique dos Santos Pires assumiu o posto no lugar de Alex Marchito Soliva, que comandava o “Onze” desde janeiro de 2020 e agora está na Diretoria Geral de Ensino e Instrução (DGEI).
Carioca da Barra da Tijuca, 47 anos, casado, pai de dois filhos, o tenente-coronel Flávio ingressou na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro há 28 anos e chega a Nova Friburgo com experiência acumulada em vários batalhões do estado, tanto nas áreas mais nobres quanto em algumas das mais sensíveis da capital. Foi chefe de Operações do 31ºBPM (Barra da Tijuca), do 7º (São Gonçalo) e do 6º (Tijuca); e subcomandante do 23ºBPM (Leblon) por duas vezes, além do 9º (Rocha Miranda), do 27º (Santa Cruz), do 7º (São Gonçalo) e do 4ºBPM (São Cristóvão), de onde veio para o comando do 11º. O tenente-coronel Flávio Henrique é formado em Direito pela Universidade Gama Filho e tem pós-graduação em Políticas Públicas e Justiça Criminal pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Nesta entrevista exclusiva para A VOZ DA SERRA, por email e pela primeira vez a um veículo de imprensa na cidade, ele fala sobre sua relação com Nova Friburgo e os desafios de sua tropa para lidar com problemas emergentes de segurança pública em municípios que não param de crescer.
A VOZ DA SERRA: Os friburguenses percebem, de alguns anos para cá, um aumento da sensação de insegurança, das apreensões de drogas, de badernas noturnas na Praça Getúlio Vargas e em outros pontos da cidade. Até mesmo assaltos armados como o de Barracão dos Mendes, em janeiro deste ano, já assustam a nossa população. Na sua avaliação, isso poderia ser o reflexo de uma presença maior de bandidos e até de facções criminosas do Rio em nossa cidade?
Tenente-coronel Flávio: Não vejo essa relação. Tanto que os índices criminais em toda a área de policiamento do 11º BPM, que abrange oito municípios incluindo Nova Friburgo, são muito baixos, sendo considerados um dos menores índices de todo o estado. Em relação ao aumento das apreensões de drogas, isso se deve ao fato da atuação diária do 11º BPM na repressão a esse tipo de delito, inclusive com o aumento das operações de inteligência por parte do Serviço Reservado (P2) da unidade. Com relação ao assalto ocorrido no distrito de Campo do Coelho, foi um fato isolado, não sendo comum esse tipo de ocorrência na área do policiamento do 11º BPM.
Do ponto de vista da segurança pública, como o senhor vê a transformação de Friburgo nas últimas décadas, outrora pacata, onde todos se conheciam, para uma cidade de porte médio que vai ganhando todos os problemas típicos dos grandes centros?
Com o crescimento de Nova Friburgo nas últimas décadas, há um impacto natural na segurança pública, como em outras regiões com a mesma característica. O 11ºBPM vem monitorando o surgimento de novos problemas relacionados à segurança, bem como a migração da mancha criminal, atuando sempre de forma técnica e objetiva com a implantação do nosso policiamento ostensivo nos locais de maior incidência, inclusive com a atuação diária dos policiais que trabalham na folga no RAS (Regime Adicional de Serviço), com o intuito de garantir a segurança da população.
Como está hoje a articulação da PM com outras forças públicas de segurança na cidade, como a Polícia Civil, os conselhos tutelares, a Guarda Civil Municipal, o Ministério Público e a prefeitura? ´Pode-se dizer que é satisfatória?
A relação é muito satisfatória com todos os órgãos que atuam na região, no qual realizamos reuniões periódicas e operações em conjunto com o objetivo de preservar a ordem pública e a segurança da população.
Qual o maior desafio que o 11º BPM enfrenta hoje para cumprir sua missão?
O maior desafio é cada dia buscarmos fazer o melhor, tanto na melhoria das condições de trabalho e motivação da tropa do 11º BPM, como na eficácia da aplicação do nosso policiamento ostensivo, além do desafio de buscar sempre uma maior integração com outros órgãos e a participação efetiva da sociedade nas questões relacionadas à segurança pública.
O que o senhor tem a dizer sobre os “rolezinhos”, comboios de carros de funk que rodam por vários pontos da cidade nas noites de sexta e sábado, quando também é alta a concentração de jovens bebendo na Praça Getúlio Vargas? Por que não é feito, ainda, um combate mais eficaz a esse tipo de perturbação do sossego, que frequentemente envolve tráfico de drogas e direção sob efeito de álcool, que são crimes? O mesmo vale para pegas de motos e carros nas madrugadas...
Em relação à Praça Getúlio Vargas, o 11º BPM realiza diariamente o policiamento ostensivo no local e vem atuando na repressão ao tráfico e consumo de drogas. Além disso, a unidade apoia a prefeitura nas questões que são de atribuição específica do poder municipal. Em relação às irregularidades praticadas por motoristas de veículos, o policiamento atua abordando e encaminhando para a delegacia em caso de constatação de delito, e inclusive apoia a operação Lei Seca nas questões relacionadas à direção sob efeito de álcool.
Como, do ponto de vista pessoal e familiar, o senhor se sente morando em Friburgo?
É uma satisfação muito grande ter o privilégio de estar passando a maior parte do meu tempo na cidade, poder conviver de perto e, principalmente, estar tendo a oportunidade de contribuir diretamente para a melhoria da segurança da população de bem.
De que forma o cidadão friburguense “de bem” pode se sentir mais bem amparado pelos policiais do seu batalhão? Como pretende estreitar esse contato?
O cidadão friburguense pode confiar plenamente no trabalho incansável dos policiais militares do 11º BPM. Temos uma tropa motivada, atuante, compromissada com o serviço policial e com a vantagem de, em quase a sua totalidade, ser moradora do local, sendo assim conhecedora dos problemas da região. Como moradores, são clientes de seu próprio serviço. Pretendo estreitar o contato com a população através das reuniões mensais do Conselho Comunitário de Segurança, reuniões com associações de moradores e de comerciantes, com a imprensa local, bem como com qualquer cidadão que precise da Polícia Militar.
Para finalizar, deixe uma mensagem ou orientação sobre a sua maneira de trabalhar. O que podemos esperar da sua gestão?
Podem esperar muito trabalho, dedicação, profissionalismo e motivação por parte do comandante do 11º BPM, na nobre missão de garantir a segurança e preservar a ordem pública. Peço que confiem no trabalho do 11ºBPM e que a população tenha uma participação efetiva nas questões relacionadas à segurança pública, seja através de apoio, sugestões, críticas ou denúncias, sempre com o objetivo de, juntos, melhorarmos cada vez mais a segurança de Nova Friburgo.
Deixe o seu comentário