Dia 4 de março de 2021. Maracanã, 29 minutos e 36 segundos da etapa final. Em campo, Fluminense e Resende, em jogo válido pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Data, tempo e confronto que vão marcar para sempre a carreira do jovem friburguense Arthur Wenderrosky. Após assinar contrato com o Tricolor das Laranjeiras, a promessa da base estreou como atleta profissional de futebol.
“Foi o dia em que realizei o sonho de atuar como jogador profissional. Não foi com o resultado que eu gostaria, mas com certeza, um dia que vai ficar marcado na minha vida. Somente agradecer a Deus, familiares, amigos e ao Fluminense. Vamos com tudo”, escreveu o jogador em seu perfil de uma rede social, comemorando a estreia e lamentando a derrota pelo placar de 2 a 1.
Ao entrar em campo, o meia que acabou de completar 16 anos se tornou o jogador mais jovem a vestir a camisa tricolor na era profissional, desde 1933. A estatística é do historiador João Boltshauser, especialista na história do Flu. Com 16 anos e 8 dias de idade, Arthur superou a marca de outro companheiro de time na última quinta-feira, 4: Miguel. Atualmente com 17 anos, o garoto subiu para o profissional em 2019, sob o comando do técnico Fernando Diniz, e estreou com 16 anos e 71 dias. Antes dele, o recorde anterior era de 1965 e pertencia ao atacante Walmir, com 16 anos e 199 dias, e perdurou por 54 anos.
“Sonho realizado por lembrar de tudo que passei, batalhei muito por esse momento. Tão jovem assim não imaginava, mas iria trabalhar para chegar, e cheguei nessa idade que não imaginava. Agora é continuar trabalhando para virem coisas boas. Fico feliz de ser o mais novo a jogar, mas triste pela derrota. Mas tenho certeza que vamos corrigir nossos erros para conseguir a vitória já contra a Portuguesa,” disse na saída de campo.
O jovem friburguense Arthur, morador do bairro Bela Vista, em Nova Friburgo, está sempre vestindo a camisa 10 da Seleção Brasileira, em praticamente todas as categorias. O Fluminense firmou, em fevereiro de 2019, contrato de formação com o meia Arthur, de 14 anos, uma das promessas de Xerém que mais despertam esperança no clube. Até então, somava 81 gols em 99 jogos, entre as categorias sub-11, sub-13 e sub-14, o jogador assinou vínculo por quatro temporadas.
Pela legislação brasileira, o vínculo de formação pode ser celebrado a partir da citada idade, e é uma proteção para o clube não perder o jogador. O acordo profissional só poderia ocorrer a partir dos 16 anos, completados no dia 24 de fevereiro. A direção tricolor criou um projeto para o meia, que sempre frequentou uma categoria acima da sua na base e nos últimos dias já começou a treinar no CT Carlos Castilho junto dos profissionais e do elenco sub-23. O projeto de carreira montado pelo diretor executivo de futebol do Fluminense, Paulo Angioni, faz parte da nova filosofia da gestão, sendo utilizado com outros destaques da base que tiverem um amadurecimento precoce identificados.
Neste domingo, 7, Arthur assinou o primeiro contrato profissional, de cinco anos, até março de 2026. Apesar de a Fifa só permitir compromissos de no máximo três temporadas com menores de idade, o clube firmou um vínculo maior com base na Lei Pelé e aval da CBF. Arthur chegou ao Fluminense em 2015. Inicialmente, atuou no campo, mas logo foi para o futsal. Aos 11 anos, migrou definitivamente para o gramado, em Xerém.
“É um momento muito especial na minha vida. Eu sonhei com isso, mas é só o começo e vou continuar trabalhando. Que seja um ano de vitórias e dê tudo certo”, disse em entrevista ao site oficial do Tricolor.
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