Parece que surtiram efeito as duras críticas da Frente Empresarial e de Classe de Nova Friburgo (FEC-NF) manifestando discordância quanto aos critérios utilizados para a implantação do sistema de bandeiras no município, especialmente sobre a adoção da bandeira vermelha. Na última terça-feira, 21, a entidade também protocolou um ofício ao prefeito Renato Bravo solicitando a revisão dos critérios de bandeiras; rodízio de CPF; intervenção no transporte público (com proibição de viagens de idosos, manutenção de linhas etc); e adoção de um projeto de educação quanto à importância do uso de máscaras e penalização para o descumprimento das normas.
Já nesta quarta-feira, 22, a Prefeitura de Nova Friburgo informou que “tem estudado outras opções de métricas que possam definir as bandeiras”. Isso significa que o governo municipal levou em consideração as ponderações da FEC-NF e, em breve, deverá apresentar novidades no que se refere à aferição do sistema de bandeiras. A prefeitura, no entanto, não informou o que e quando pretende apresentar essas mudanças.
Até o momento, permanece em vigor o decreto 625, de 1º de julho, que definiu as etapas da ‘Retomada gradual e segura das atividades’ no município. De acordo com as determinações, Nova Friburgo encontra-se esta semana em bandeira vermelha – quando a taxa média de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid está acima de70%.
A FEC pondera que a oferta de leitos pode constituir a referência central, mas não exclusiva no regime de bandeiras e que é necessário operar com outros indicadores, como a taxa de transmissão do coronavírus. Segundo a entidade, no último dia 10, a média móvel de novos casos no período de sete dias estava em 21,29, enquanto no dia 17, com a bandeira amarela e o comércio aberto, se encontrava em 14,29, apontando queda nos riscos de propagação.
A FEC reforça ainda que não entende os motivos que levaram a prefeitura a não providenciar o aumento de leitos de UTI Covid no Hospital Raul Sertã – único público do município -, mesmo depois de a unidade receber 39 respiradores, 29 adquiridos pelo município e dez vindos do Ministério da Saúde.
Sobre o possível aumento na oferta de leitos para Covid na rede pública de saúde, a prefeitura informou que, “segundo o secretário de Saúde, Marcelo Braune, os leitos de UTI são regulados pelo Estado. Isto significa que se há leitos vazios, o hospital pode receber pacientes de fora. Por outro lado, se não tem vaga para internar em UTI, o hospital pode regular e mandar para hospitais de fora”.
Ainda sobre a ampliação de leitos, a prefeitura esclareceu que “não basta ter equipamentos para manter ou ampliar os leitos de UTI. Isto envolve questões como insumos e medicamentos, que estão em falta no país, bem como de pessoal, uma vez que os profissionais que atuam na linha de frente estão adoecendo com o próprio vírus. Além disso, o hospital não é destinado apenas ao tratamento de Covid, mas também a atendimentos gerais. Sendo assim, é necessário considerar que com a abertura gradual das atividades econômicas cresce o número de atendimentos por acidentes e doenças diversas. Se aumentar mais o espaço de atendimento Covid, será reduzido o espaço de atendimentos recorrentes”, destacou Marcelo Braune.
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