O secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, esteve na última quinta-feira, 11, em Nova Friburgo para vistoriar as obras da montagem do hospital de campanha, no ginásio esportivo Frederico Sichel, do Sesi, no Jardim Ouro Preto, distrito de Conselheiro Paulino. A estrutura da unidade, que já conta com um tomógrafo e unidade móvel de raio-X, está quase toda montada. Faltam chegar respiradores, remédios para o tratamento de pacientes com Covid-19 e feita a montagem dos leitos. Segundo Ferry, os equipamentos têm previsão para chegar na próxima semana e a unidade de campanha continua sem previsão para abrir.
A VOZ DA SERRA não foi avisada da visita. Questionada, a assessoria disse que a imprensa não foi convidada.
“Todos os equipamentos são do estado, não há nada da antiga direção. Alguns são alugados, como o tomógrafo, que tivemos dificuldade em comprar, mas esses irão funcionar até que a gente consiga atender a demanda dentro dos hospitais regulares”, disse. O cronograma para a instalação dos hospitais de campanha, administrados pelo Estado atrasou. Das sete unidades previstas, apenas o hospital no Maracanã, na Zona Norte do Rio, funciona.
“Houve uma série de problemas que já estão à cargo do Ministério Público, Tribunal de Contas, Controladoria, Auditoria e Procuradoria do Estado. Eu tenho que construir o futuro e espero que a população compreenda que é uma tarefa árdua. A antiga contratada, a organização social Iabas, tem ajudado passando informações, mas existe uma série de questões legais, logísticas e contratuais que precisamos obedecer”, justificou Ferry que, apesar dos adiamentos, garantiu que o hospital será entregue à população da região serrana. O governador Wilson Witzel também falou sobre a demora na instalação dos hospitais de campanha: "Não há como dizer que o trabalho não foi eficiente. Até os erros que essa empresa cometeu nós consertamos de outra forma", afirmou.
Ainda durante a visita em Nova Friburgo, Fernando Ferry revelou que existe uma intenção do governo do estado em manter o hospital de campanha funcionando mesmo após a pandemia. “O tempo de vida útil das estruturas é de até cinco anos. Há um vazio enorme no Estado de leitos de UTI. Esses leitos abertos nos hospitais de campanha ficarão à disposição da população até que sejam feitas as reformas nos hospitais já existentes”, comunicou o secretário.
Em Nova Friburgo, taxa de ocupação de CTI era de 50%
A Defensoria Pública, representada pelo defensor Raymundo Cano, em conjunto a promotora do Ministério Público estadual, Cláudia Condack, se reuniram na última quarta-feira, 10, para tratar de assuntos relacionados à saúde do município. Segundo o defensor público, também estavam presentes na reunião, Ariadina Heringer, subsecretária de Atenção básica; Fabíola Braz Penna, subsecretária de Vigilância em Saúde; Ricardo Fazoli, gerente de Vigilância em Saúde; Humberto Delegave, coordenador de Vigilância Sanitária; Melânia Hoelz, coordenadora de Vigilância Epidemiológica; Natália de Almeida, coordenadora do Centro de Referência Regional de Saúde do Trabalhador e o dr. André, médico responsável pelo setor de Covid do Raul Sertã.
“Tratamos de assuntos referentes à taxa de contaminação que recentemente chegou a 100%. A taxa de ocupação do CTI do Raul Sertã reduziu para 50%. Tivemos muitas dúvidas sobre a ala de Covid-19 do hospital que foram esclarecidas pela chefia do setor, como por exemplo a questão dos respiradores. Eles chegaram nesta sexta-feira e serão testados na semana que vem, além do treinamento da equipe para manuseá-los. Também falamos da testagem na população que ainda é muito baixa”, relatou.
Na última semana, a Defensoria Pública conseguiu, através de uma liminar, suspender trechos do decreto 591 do prefeito Renato Bravo, que possibilitava uma flexibilização das atividades comerciais. Diante dessa atuação da Defensoria, o MPRJ, também tem contribuído, através do movimento #SomosTodosNovaFriburgo. Na última semana o grupo se reuniu para a articular o compromisso coletivo de construção de uma solução para o incremento da atual política pública de combate ao coronavírus.
Entre os principais eixos, estão o aparelhamento da saúde pública municipal (atenção hospitalar), com equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais da saúde, ampliação de leitos e articulação com a saúde privada; ampliação das testagens dos trabalhadores e sociedade, rastreamento dos locais de maior incidência de coronavírus, isolamento monitorado nas residências, estudo de casos de sucesso de outras cidade; monitoramento, com instrumental científico e tecnológico, com dados precisos, claros, transparentes quanto ao avanço do contágio; política integrada, pelos diversos setores econômicos, para a manutenção das condições da saúde dos trabalhadores quanto ao risco biológico, com adoção de mecanismos de responsabilidade.
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