A arte e a cultura têm o poder de aproximar as pessoas, independente da distância, nacionalidade ou idioma falado. E não é que um cordelista pernambucano produziu uma série de folhetos de cordel homenageando a cidade do Rio de Janeiro e o cantor, compositor e pianista friburguense, Benito di Paula, um dos principais nomes da Música Popular Brasileira (MPB).
O autor das obras é o escritor e cordelista Ivaldo Batista – que também é professor de História -, autor de seis livros e mais de 300 folhetos de cordel com temática diversificada. Os livretos foram enviados pelo próprio autor à redação de A VOZ DA SERRA. O primeiro, dedicado à capital do Estado, é intitulado: “Rio de Janeiro: 455 anos da Cidade Maravilhosa, capital da arte e do samba”. O segundo: “Eu vi o Rio: de Bondinho e Trenzinho olha só o que eu vi”. E o terceiro, em homenagem ao músico friburguense: “Benito di Paula: Amigo do sol, amigo de seu lua. Um piano entrou no samba”, alémkd e cordeis sobre os principais times de futebol cariocas.
O folheto sobre Benito di Paula conta com 12 cordéis e o primeiro deles faz menção à Nova Friburgo como cidade natal do ícone da MPB: “...Lá em Nova Friburgo ele nasceu / No dia vinte e oito de novembro (28/11) / Ano Um Nove Quatro Um, em lembro (1941) / Duas guerras o mundo conheceu / O Rio de Janeiro então nos deu / Com muita alegria esse guerreiro / Que pôs no samba, piano maneiro / Eu recordo com tanta nostalgia / Um piano em perfeita harmonia / Com Benito sambista brasileiro”.
O autor
O escritor cordelista Ivaldo Batista é natural de Carpina-PE. É membro efetivo da União Brasileira de Escritores (UBE); da União Carpinense de Escritores e Artistas (Ucea); do Instituto Histórico de Jaboatão dos Guararapes; e da Academia Internacional de Literatura e Arte (Aila). Também é formado em História pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), bacharel em Teologia e pós-graduado em História de Pernambuco.
Ivaldo Batista também é autor de seis livros: “Sete dias na Capital do Forró”; “Recife – uma fantasia para o mundo”; “Carpina – Minha esperança”; “A bença meu padim Pade Cíço”; e “500 Anos – por que o índio foi condenado”.
O que é cordel
A Literatura de Cordel é uma manifestação literária tradicional da cultura popular brasileira, mais precisamente do interior nordestino. Esse tipo de manifestação tem como principais caraterísticas a oralidade e a presença de elementos da cultura brasileira. Sua principal função social é a de informar, ao mesmo tempo em que diverte os leitores.
Sua forma mais habitual de apresentação são os “folhetos”, pequenos livros com capas de xilogravura que ficam pendurados em barbantes ou cordas - daí a origem do nome cordel. A literatura de cordel é considerada um gênero literário geralmente feito em versos. Em relação à linguagem e o conteúdo, a literatura de cordel tem como principais características: linguagem coloquial (informal); uso de humor, ironia e sarcasmo; temas diversos: folclore brasileiro, religiosos, profanos, políticos, episódios históricos, realidade social; presença de rimas, métrica e oralidade.
Deixe o seu comentário