Os 40 anos do Friburguense Atlético Clube merecem ser celebrados em alto nível, e uma das homenagens será feita pelo Bloco do Frizão. O desfile, nesta sexta-feira de Carnaval, 21, promete arrastar centenas de associados, amigos e torcedores, e novamente proporcionar momentos inesquecíveis na Avenida Alberto Braune.
Os interessados em participar podem adquirir um dos 600 abadás confeccionados para o bloco, à venda na secretaria do clube durante os ensaios, na Cantina Fri-Clube e em uma chopperia da Praça do Suspiro. O preço é R$ 40, e dá direito a cerveja na dispersão (enquanto durarem os estoques).
“Conseguimos novamente separar os abadás em cores. Enquanto o pessoal do bloco vai vestir uma cor, os componentes da bateria do Jorginho vão usar outra. Esse ano também fizemos algumas camisetas infantis. No nosso bloco, resgatei uma galera do Partido Álcool, criado em 1980, tradicional em Nova Friburgo, e desde 2005 a gente vem crescendo. Agora as crianças estão acompanhando o nosso bloco”, explica Edmilson Py, um dos fundadores e responsáveis pela agremiação.
Dentre as novidades para o carnaval deste ano está a participação do Mestre Jorginho. Experiente, já comandou, por exemplo, a bateria da escola Vilage no Samba em Nova Friburgo. De volta à folia após um breve período para comandar a “Nervosinha da Serra”, como é chamada a bateria do Frizão, ele aponta algumas diferenças entre o trabalho feito nas escolas e blocos.
“Eu estava afastado há uns três anos do trabalho no Carnaval, e eu recebi o convite do Edmilson e do César Fonseca e acabei aceitando. Está sendo muito legal, porque é um bloco família. Há um diferencial da bateria, pois 90% é formada pelo pessoal do clube. Não é como na escola de samba, em que a gente seleciona os ritmistas e tem mais tempo para ensaio. Acaba sendo mais gratificante, por conta do desafio. Uns têm a natureza de tocar, outros querem aprender”, explica.
Os ensaios para o desfile aconteceram semanalmente, na sede social do Friburguense. Aos sábados, o Bloco do Frizão também recebeu algumas das escolas de samba de Nova Friburgo, resgatando um pouco dos antigos carnavais de clubes, atualmente quase extintos no município. Vilage no Samba e Imperatriz de Olaria foram as convidadas.
Durante esses eventos, os associados, amigos e componentes têm cantado o samba composto por César Fonseca, com participação especial do sócio Carvalho. A letra exalta as quatro décadas de história do clube, a serem completadas em março, e traz no refrão uma parte em inglês, resultado das brincadeiras feitas por Carvalho nos encontros entre amigos no Friburguense.
“Essa história, na verdade, é feita pelos sócios. São pessoas do clube, e nós temos um amigo, o Carvalho, sócio do Friburguense. Há 30 anos esse refrão existe. É como a letra do samba diz: depois da pelada e de uma cervejada, rola o ‘embromation’. É uma parte um pouco difícil de aprender porque nem ele sabe explicar (risos). Mas é uma brincadeira gostosa, que acabou pegando e todo mundo canta”, garante João, um dos intérpretes do Bloco do Frizão.
Com tudo pronto e o samba na ponta da língua, o bloco acerta os últimos detalhes para atravessar a Avenida Alberto Braune. A concentração começa às 19h, em frente ao estacionamento próximo à prefeitura.
“Todo mundo pede para fazer uma concentração com bebida, mas não dá certo. A gente já tentou uma vez e não funciona. São peças pesadas, alguém pode se machucar. Até pedimos em uma reunião entre os blocos para que fosse colocado um cordão de isolamento. A gente consegue colocar um grande público, o pessoal nos acompanha na avenida. É sempre muito bonito”, finaliza Edmilson.
A história do bloco
A "Segunda sem lei”, durante muito tempo, foi a principal confraternização entre amigos no Friburguense. O encontro ocorria na churrasqueira do clube durante a segunda-feira de carnaval, logo depois do tradicional futebol das piranhas. Aos poucos, a festa perdeu força e o número de participantes diminuiu. No final de 2005, Edmilson Debossan e o xará Edmilson Py tiveram a ideia de criar um bloco para desfilar na sexta-feira de carnaval.
O projeto do Bloco do Frizão foi prontamente aceito por Jones Canto, à época vice-presidente social na administração de César Cornélio. Nomes como Monstrinho, Marcelo Cintra, Fabrício Stutz, Carlyle, Biru, Gibi e Robson Bob foram fundamentais para colocar a ideia em prática.
O bloco cresce a cada ano em termos de estrutura e número de participantes, e já conta com instrumentos próprios. As peças, adereços e demais equipamentos são comprados com o dinheiro da venda das camisetas. Os enredos quase sempre retratam assuntos ligados ao esporte e ao carnaval. Desde 2005, ano de sua fundação, o Bloco do Frizão só não desfilou em duas oportunidades.
A letra do samba
Autor: César Fonseca / Participação: Carvalho
O som que vem da nossa bateria
Me arrepia...
Não dá pra segurar!
Me deixo levar pra folia,
De carona na alegria,
Eu quero mais é festejar!
A Nervosinha chegou!
Na maior empolgação,
É o Bloco do Frizão.
Chegando de novo.
Arrastando a multidão.
40 anos de história,
Do nosso Friburguense.
O azul, vermelho e branco,
Veste o coração da gente.
Nosso clube é social,
É comunidade.
Reunindo peladeiros,
Dá um laço de amizade.
E depois na cervejada,
Rola o embromation da rapaziada
Nidiu!
Ai tu bi a lai forever...
Ever, never.
Ai tu bi a lai tu bi tu nai
Alerobi tchu nou!
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