A esperança certa

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A morte sempre inquietou a humanidade. O desejo de imortalidade e a dura realidade da morte sempre geraram no homem medo e tristeza. Muitas teorias foram criadas e vividas ao longo dos séculos.

Diante de tanta incerteza, a realidade da finitude faz nosso coração estremecer, e ainda que a ciência médica faça crescer a longevidade biológica, ela nunca poderá apagar o anseio de eternidade inscrito no coração do homem (Cfr. GS 18). Somente na unidade plena com Cristo poderemos saciar nossa sede do eterno.

O modo de ver e pensar a morte no cristianismo renova a esperança e anima a construção de um mundo de paz e verdade. São Francisco de Assis mergulhado nesta certeza chama a Morte de irmã, pois ela abre as portas para a felicidade eterna.

A fé da Igreja vivida em sua liturgia nos insere na realidade profunda de nossa esperança. A celebração do Dia de Finados aponta para uma realidade que supera a concepção intramundana que temos da morte. Cremos que a morte é um sono do qual somos despertados pelo próprio Senhor. A dor que sentimos ante esta realidade converte-se em esperança quando é posta à luz da ressurreição de Cristo. Para nós cristãos “a vida não é tirada, mas transformada e, enquanto é destruída a morada deste exílio terreno, é preparada uma habitação eterna no céu” (Prefácio dos fiéis defuntos).

O Papa Francisco, ao refletir sobre o tema da esperança cristã, destaca que toda a humanidade irá passar pelos umbrais da morte, e isso não deve nos desesperar, pois em Cristo temos a certeza de que a vida ressurgirá. “Todos nós trilharemos esta vereda. Mais cedo ou mais tarde, mas todos! Com dor, mais ou menos dor, mas todos! No entanto, com a flor da esperança, com aquele fio forte que está ancorado no além. Eis a âncora que não desengana: a esperança da ressurreição. E quem percorreu primeiro este caminho foi Jesus. Nós trilhamos a vereda que Ele já percorreu. E quem nos abriu a porta foi Ele mesmo, Jesus: com a sua Cruz, abriu-nos a porta da esperança, descerrou-nos a porta para entrar no lugar onde contemplaremos Deus” (Homilia, 2 nov. 2016).

E a nós, que nesta vida caminhamos em direção à Jerusalém celeste, cabe lembrar as palavras do Concílio Vaticano II: “Entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus, avança, peregrina, a Igreja, anunciando a cruz e a morte do Senhor, até que ele venha. Mas é fortalecida pela força do Senhor ressuscitado, a fim de vencer, pela paciência e pela caridade, suas aflições e dificuldades, tanto internas quando externas, para poder revelar ao mundo o mistério d’Ele, embora entre sombras, porém com fidelidade, até que no fim seja manifestado em plena luz” (Lumen Gentium,8).

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação

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